31.12.06

2006/2007

O ano que hoje acaba teve como acontecimento final a morte de Saddam Hussein. No entanto o grande problema é que o Iraque não desaparece com o seu ex-ditador, continuando esse a ser um dos grandes desafios de 2007.
De resto, não deverá haver grandes novidades.
O Ocidente terá, cada vez mais, que olhar para a China e para a Índia, olhos nos olhos e não de cima, como sempre se habituara a fazer.
A Europa, sempre obcecada com os E.U.A., continuará a não se aperceber do cerco que se levanta à sua volta.
O governo lutará heroicamente contra o défice, obrigando-nos a pagar mais em troca de menos.
O aborto deverá ser finalmente liberalizado até às 10 semanas, ainda que ninguém tenha perdido tempo a explicar como é que essa liberalização irá ser feita.
Continuará a haver cooperação estratégica.
Na justiça, a habitual lentidão deverá evitar resultados concretos nos processos mais mediáticos.
No futebol, a única novidade deverá ser a de, pela primeira vez Mourinho ter de polir a sua estrela, que ameaça perder um pouco do seu brilho.

29.12.06

Adeus

Nunca mais trabalho em 2006.

Outros horizontes

A difícil vida dos muçulmanos no Ocidente, em "Antena Islâmica", por Filipe Nunes Vicente, no Mar Salgado.

28.12.06

Originalidade varzinista

Novo cemitério da Póvoa de Varzim evita ostentação do culto dos mortos.

Afinal havia outras

Os responsáveis pela animação sonora no centro de Braga decidiram mudar o lote de músicas nesta semana que antecede a passagem de ano.
Os ouvidos agradecem...

A ressaca

Os portugueses vivem em euforia durante a Páscoa, o mês de Agosto, antes do Natal e antes da Passagem de Ano. As superfícies comerciais enchem-se e o primeiro-ministro em funções regozija-se com as férias no Algarve e lança mensagens de optimismo e de recuperação sustentada.
Depois, vem o 1 de Setembro, o 26 de Dezembro e o 1 de Janeiro, e aí os telejornais encarregam-se de divulgar os relatórios, anunciar as subidas dos preços e escandalizam-se com o endividamento das famílias.

27.12.06

Gostava de acordar assim todos os dias

A melhor jogada de snooker de todos os tempos, numa das habituais pérolas descobertas por maradona, em A Causa Foi Modificada, e que não resisti a trazer para aqui.

26.12.06

Pós-Natal

Outros horizontes

Fogo-de-artifício, por Filipe Nunes Vicente, no Mar Salgado.

24.12.06

Feliz Natal

22.12.06

Outros horizontes II

De meter nojo! (2) no Blasfémias.

Cuspir para o ar

Como Vieira não teve a companhia de ninguém que possa escrever (ou pedir para) um livro sobre o dinheiro da transferência de Mantorras ou das suas conversas com Valentim Loureiro, pode sempre dar a sua opinião em prol da transparência do nosso futebol. E como também não há vergonha na cara e a imprensa benfiquista é bem selectiva...

Braga, uma escola

Polícia Municipal de Braga alvo de buscas por suspeita de peculato.

Outros horizontes

Os vigilantes da nossa sociedade, em "Milhões de polícias", por Vasco Pulido Valente, no Público, e "Paridade Parida", por Gabriel Silva, no Blasfémias.

O M.P. no processo administrativo

Uma área da Justiça que tem conhecido relevantes avanços em Portugal é a do Direito Administrativo.
Cada vez mais, os cidadãos têm noção dos seus direitos e garantias estando, por via disso, muito mais aptos e conscientes para lutar contra algumas arbitrariedades do Estado e da administração pública e dispostos a impedir que esses atropelos se efectivem na sua esfera jurídica.
Como resposta, quase todos os órgãos e institutos públicos possuem juristas a tempo inteiro, preparados para defender a posição estatal e demonstrar a bondade das suas decisões.
Esta agitação que se vive actualmente está bem patente nalgumas decisões governamentais que têm sido travadas pelos tribunais, com fundamento na sua ilegalidade, pese embora as boas intenções políticas que, eventualmente, possam ter.
No entanto, no actual contencioso administrativo existe uma posição cuja utilidade, com todos estes avanços, pode começar a ser posta em causa. Falo do Ministério Público.
O M. P., no nosso país, deve, por natureza, defender a verdade material, procurando ser isento, não fugindo o processo administrativo à regra, cabendo-lhe, nomeadamente, dar pareceres sobre as pretensões das partes. Porém, o facto de representar o Estado pode levá-lo a por os interesses deste acima dos do cidadão, mesmo quando tal não se justifique.
Ora, o Estado e todos os órgãos e institutos da administração pública, tal como disse anteriormente, possuem juristas contratados precisamente para defender as suas posições em tribunal, pelo que nunca poderá ser esse o papel do M. P., até por uma questão de igualdade entre as partes, obrigatória em tribunal.
De igual modo, os cidadãos têm os seus mandatários que se encarregarão de os defender, enquanto ao juiz caberá encontrar a verdade dos factos com a habitual independência e isenção.
Chega-se assim à conclusão de que, nalgumas acções, o papel do M.P. está verdadeiramente posto em causa, mais parecendo uma sombra que paira no processo, sem, no entanto, se vislumbrar a sua verdadeira utilidade.
Deste modo e dadas as óbvias e públicas carências que o sector penal possui, talvez fosse melhor reforçar os quadros do M.P. nessa área, esvaziando-se o mais possível o seu papel no processo administrativo ou, ao invés, conferir ao M.P. a exclusividade de representação do Estado no processo administrativo, poupando aos cofres do Estado a duplicação de encargos que se verifica com a contratação de juristas.

21.12.06

Solstício


Hoje começa o Inverno, é a noite mais longa do ano.

Afinal o Pai Natal não é gordinho...

Fiquei hoje a saber que ele leva debaixo do seu traje os artigos que roubou!
E as renas eram só para enganar...

20.12.06

Outros horizontes

A cada vez mais desigual luta entre uma administração fiscal que tudo pode e os contribuintes sérios (porque também os há), em "Um Estado com tiques de cobardia", no editorial de Paulo Ferreira, no Público.

Televisão no quarto

Ter televisão no quarto sempre foi um dos luxos que fui adiando ao longo dos anos.
Primeiro, em nome do meu aproveitamento escolar, uma vez que a minha capacidade de concentração já viajava o suficiente ao sabor das efémeras paixões adolescentes, dos jogos de futebol que tinham ido e haviam de vir e de tudo o que poderia fazer quando soltasse as amarras desse flagelo que era a época de exames.
Depois, porque sempre encarei o meu quarto como o último refúgio, o sítio onde poderia estar só, sossegado, londe de tudo, a rir, a chorar, a ler, a pensar, a reflectir, a desfazer intenções e a traçar planos. Era um mundo só meu ao qual a televisão poderia trazer demasiado ruído e distração, acabando por descaracterizá-lo.
No início deste Verão, já sem grandes estudos para realizar em casa, decidi-me a dar esse passo e comprei uma televisão que, com o seu ecrã LCD, trouxe óbvios benefícios decorativos ao espaço.
Até agora tudo tem decorrido com a normalidade desejada, já que vejo programas que já não me conseguiriam manter no sofá e acordo a saber as últimas do mundo.
No entanto, existe um senão. É que quando a televisão está desligada e eu acordado, aparece-me um enorme e vigilante quadro negro à frente, o que acaba por me obrigar a tê-la sempre ligada, nem que seja sem som.

19.12.06

Outros horizontes

Vodoo, por Filipe Nunes Vicente, no Mar Salgado.
A Parecerística, por João Gonçalves, no portugal dos pequeninos.

Apip

A Associação de Internos de Psiquiatria (Apip) realizou no último fim de semana o seu primeiro encontro de formação, em Sesimbra, sobre o tema das Psicoterapias. Esta asssociação representa cerca de 90% dos Médicos Internos da especialidade de Psiquiatria do país e nasceu há 2 anos por iniciativa de um grupo de internos de vários hospitais. Este projecto, que pretende defender e promover a qualidade do Internato de Psiquiatria e os interesses dos Médicos Internos organizará nos próximos tempos vários cursos de formação, em parceria com diversas entidades, e discutirá com várias Instituições, nomeadamente a Ordem dos Médicos e a Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental, alguns aspectos relevantes acerca do Internato e do estatuto do Médico Interno. As actividades desta Associação, da qual eu próprio serei Presidente no próximo biénio 2007-2008, podem ser acompanhadas no seu site oficial.

Rendamo-nos às evidências...

Apesar de não me identificar com a sua obra (gostos puramente pessoais), reconheço que Filipe La Féria é um dinamizador de sucesso, conseguindo ir ao encontro dos gostos culturais de algum público que, de outra forma, não se mobilizaria para qualquer iniciativa cultural que não o cinema. Assim, reconheço que ele será das poucas pessoas em Portugal que conseguiria aumentar de forma sustentada a afluência ao Rivoli, tal como o fez com o Politeama.

Desta forma, repugno totalmente a moção de censura que o PCP irá apresentar contra a privatização do Rivoli. Alegar falta de conhecimento do processo parece-me redutor e mesquinho.

Borda fora

Em Portugal, reformar a justiça implica sempre afastar as pessoas dos tribunais. Atente-se que os sucessivos governos não têm tido a preocupação de pôr a máquina a funcionar melhor, apenas estão interessados em que ela pura e simplesmente não tenha de funcionar.
Começou com as sucessivas descriminalizações dos cheques sem cobertura, no processo executivo, com a introdução dos agentes de execução, continuou com a nova lei do arrendamento e, agora, as alterações ao contencioso laboral. É a fórmula mágica, miraculosamente descoberta ainda no tempo de António Costa.
Aguardemos, porque mais virão, em sentido contrário ao das garantias...

18.12.06

Cansei de ser sexy



You knew my ideas when they were in my head
They were my secret evening plans
Wine then bed then more then again, wine then bad then more then again
Run run run, to make your heart shake,
Kiss kiss kiss will make this earth quake
I'm gonna get what I'm willin to take
This gotta worth the miles you made
Come back I'll warm you up,
Make me breakfast, I'll make it up
You're so talented I'm in love
Let's make love and listen death from above

Prioridades

Sou a favor da despenalização da IVG até às 10 semanas, mas discordo frontalmente que seja o SNS a financiar esta situação, com a excepção das situações já previstas na actual lei.

Músicas de Natal

Apesar da duplicidade de sentimentos que, por vezes, o Natal provoca, adoro esta época do ano.
A cor, as decorações e o ar ocupado das pessoas dão às ruas um frenesim e uma vida que não mais se atinge no resto do ano.
Com tudo isto, até a habitualmente difícil segunda-feira se distancia um pouco mais do Domingo.
No entanto, e como nada pode ser perfeito, os responsáveis pelas decorações do centro histórico da cidade de Braga, mais uma vez, encarregaram apenas quatro ou cinco músicas de fazerem a animação sonora durante toda esta quadra.
Conclusão: a quem se limita a andar às compras, o vaivém entre lojas fornece a distração necessária, mas quem, diariamente, trabalha nas imediações dificilmente voltará a ouvi-las com o mesmo sorriso.

17.12.06

Desplante

Ver hoje, na SIC-N, José Veiga sorridente, com a sua habitual boçalidade, a comentar o caso Carolina. É a vantagem de não ter vergonha na cara.

Domingo

Se tratamos os filhos por você quem devemos tratar por tu?

15.12.06

Livro esquecido

Quem terá (ou teria) mais credibilidade, Carolina Salgado ou Rui Mateus? Em Portugal, há livros e livros...

8 e 80


Hoje, observando as capas de dois jornais desportivos. N'A Bola, temos a capa ridícula com Maria José Morgado como a Dama de Ferro no futebol, já na segunda-feira, esse grande senhor do jornalismo imparcial e isento, João Bonzinho, tinha salientado a comparação de Carolina Salgado com Joana d'Arc. N'O Jogo, sempre comprometido, o Apito Dourado há muito que foi eliminado da actualidade desportiva, aparecendo ocasionalmente nos editoriais vergonhosos do desportivo da Olivedesportos.

Outros horizontes

A expressão do futebol na corrupção portuguesa, em "Ai, Carolina!", por Vasco Pulido Valente, no Público.

No entanto, penso que a análise de VPV acaba por ser um pouco redutora, uma vez que o futebol serve de desculpa fácil, e até de camuflagem, para a corrupção noutros sectores da sociedade portuguesa, nomeadamente, nas íntimas ligações entre a construção civil e as autarquias.

He´s coming home...

Espero que leve que contar.

E o Apito Dourado vai para...

Maria José Morgado recebeu o seu presente de Natal antecipado. Há anos que Morgado se tinha tornado num ícone do combate à corrupção no nosso país, e o processo do Apito Dourado assenta-lhe como uma luva.
Espero que esteja à altura do enorme desafio.

Globos de Ouro

A lista das nomeações para os Globos de Ouro pode ser consultada aqui.

24


Só agora comecei a ver a primeira temporada de 24, mas, por este andar, vou chegar à quinta.

14.12.06

Outros horizontes

Delírio, por Tiago Barbosa Ribeiro, no Kontratempos, excerto de um texto publicado no Avante.
Poder, corrupção e futebol, no ÍnDex.

Será que é desta?


O PGR nomeou Maria José Morgado para coordenar os processos relacionados com o Apito Dourado.

Iguais, mas nem tanto...

Palavras de Ricardo Rocha, à TSF, concordando com a chamada de Pepe à selecção nacional, sobre o modo como o jogador do FC Porto seria recebido no balneário:

"No futebol, os portugueses são conhecidos por receberem bem os estrangeiros."

13.12.06

Sobrelotação

Ainda mal refeitos da recepção a Augusto Pinochet, parece que lá, no inferno, anda tudo muito preocupado a tentar arranjar um lugarzinho para Fidel Castro ainda antes do Natal...

Juízes fora do futebol II

No meu post, "Juízes fora do futebol", nunca pretendi defender a continuação dos magistrados nos órgãos jurisdicionais do futebol. Bem pelo contrário, penso que, em nome da sua independência, não deveriam poder assumir mais nenhuma função que não a de magistrados.
O que acho muito estranho é que o Conselho Superior da Magistratura tenha mudado de opinião, sem que alguma vez tivesse actuado, quando confrontado (que saibamos) com alguma situação menos clara.
E, portanto, das duas uma: ou nunca houve qualquer problema e, portanto, não se justificaria a sua mudança de posição, ou não actuou quando deveria ter actuado.

Orientadores de estágio

No último fim-de-semana, a comunicação social anunciou que o Ministério da Educação se preparava para deixar de pagar incentivos aos professores que orientassem os estágios dos seus futuros colegas.
Na globalidade, e já aqui o escrevi, tenho concordado com a política da ministra da Educação. A actuação de Maria de Lurdes Rodrigues tem-se pautado pela intenção de premiar o mérito e o esforço e de acabar com a acomodação e facilistismo que, ao longo dos anos, se foi instalando no ensino público português.
No entanto, esta medida contraria totalmente esses princípios. Parece-me óbvio que um professor que orienta o estágio de outros deve ser pago por isso, uma vez que se vê obrigado a despender mais tempo e empenho do que os seus colegas que se limitam às suas funções originais.
Argumentar-se que é a lei que o obriga, ao proibir o pagamento de qualquer salário aos estagiários, é totalmente absurdo, uma vez que os papéis são completamente distintos. Enquanto os orientadores estão a prestar um serviço ao Estado, ajudando na formação de novos professores, os estagiários encontram-se no seu processo de formação, valorizando-se e adquirindo competências para entrar no mercado de trabalho.
À primeira vista, esta decisão parece uma mero corte cego, apenas motivada por razões orçamentais.

12.12.06

Importa-se de repetir?

"O Estado tem, assim, de seguir o exemplo do poder local e deixar de ser gastador, por forma a poder equilibrar as contas públicas", Fernando Ruas, na sessão de abertura do Congresso do Poder Local.

Inverno


Detesto o horário de Inverno, a pequenez do dia. São 5 horas e já não há luz...

Aniversário

Este blogue fez dois anos no passado dia 3 de Dezembro.

Para não variar, nem nós reparamos nisso. No entanto, penso que é um marco que deve ser assinalado.
Dificilmente, quando se iniciou esta experiência, alguém pensou que este projecto iria durar tanto. É certo que alternou momentos melhores com outros piores, teve altos e baixos, momentos mais motivadores e outros menos, mas isso é apenas a vida.

Saborosa

O FC Porto demonstrou, ontem, frente ao Nacional da Madeira, verdadeira mentalidade de campeão. Num estádio, ou melhor, num campo muito difícil, quer para os jogadores quer para os telespectadores, o treinador e os jogadores portistas souberam ganhar o jogo.

P.S. - Provavelmente, se tivesse sido o Sporting ou o Benfica, hoje apenas se falaria dos dois penaltis que ficaram por marcar e do cartão vermelho por mostrar a Ávalos (um dos mais fiéis discípulos de Jaime Pacheco). Aí é que se vê a mentalidade.

P.S. 2 - E, assim, chegamos ao post 1000 deste blogue. Muito obrigado a todos os que contribuíram para lá chegarmos.

11.12.06

Outros horizontes

Ler, no Mar Salgado, "O Regresso dos Patrulheiros" e "Coutadas", por Filipe Nunes Vicente.
Relativamente ao último post, não há dúvida que os maiores adversários da vitória do Sim no referendo (que eu defendo) vão ser as má companhias. Se a campanha pelo Sim for dominada pelo BE, pelo PC e por todas aquelas associações (especializadas no folclore), mais aumentam as hipóteses do Não vencer.

Publicidade na rádio

A publicidade nas rádios portuguesas é um verdadeiro flagelo auditivo, a obsessão pelo humor torna os intervalos publicitários momentos obrigatórios para mudar de estação. Será que ninguém repara que aquela repetição ad nauseum é verdadeiramente insuportável, será que não se consegue fazer publicidade sem a pretensão de ser engraçado?

Aliás, agora devem ter chegado à conclusão que somos mesmo um país de engraçadinhos, não há estação de rádio que não tenha o seu programa de humor (quase sempre de uma mediocridade confrangedora).

Juízes fora do futebol

O Conselho Superior da Magistratura (CSM) proibiu os juízes de participarem nos órgãos disciplinadores do futebol, numa medida que foi apresentada como exemplar no sentido de moralizar o sector da justiça.
Quem acompanha tudo que se passa no futebol não pode deixar de, num primeiro momento, apoiar a decisão. No entanto, essa resolução apresentada só por si, sem nenhum tipo de actuação prévia, deixa no ar algumas questões.
A verdade é que a proibição do CSM surge sem que nunca nenhum juiz tivesse sido especialmente punido ou censurado por parte daquele organismo por alguma questão relacionada com a sua actuação na vida do nosso futebol.
Objectivamente, o CSM não tem qualquer razão concreta para implementar essa proibição. Aos seus olhos, os juizes eram pessoas de bem que poderiam levar a sua isenção e imparcialidade para os órgãos jurisdicionais do futebol e continuam a sê-lo, sem que a actuação disciplinar do CSM nos possa induzir a pensar o contrário. Se existe algo de mal no futebol, nada melhor que haver juízes por perto para denunciar e acabar com as situações.
Deste modo, levando em conta a tradicional mentalidade portuguesa de enterrar a cabeça na areia e toda a visibilidade que o futebol gera, somos levados a crer que a dita proibição apenas serve, em última análise, para afastar da praça pública uma série de incómodas e sonoras trapalhadas às quais apenas devem ter acesso aqueles que, diariamente, frequentam os tribunais e têm de trabalhar e reagir a alguns doutos acórdãos e sentenças.

Estado vs Privados - modelo de organização

O Estado vai finalmente proceder a uma reforma na gestão dos seus recursos, adoptando um modelo semelhante ao que as grandes organizações privadas construíram no fim dos anos 90: a criação de uma empresa de serviços partilhados, para gerir os funcionários excedentários, pagar salários, comprar bens e serviços e gerir a frota automóvel do Estado.

Está-me a parecer que o mesmo o socialismo começa a reconhecer vantagens no modelo liberal…
Será este um passo de preparação para a privatização de mais umas fatias do estado português
?

8.12.06

Outros horizontes

Os super-poderes da Entidade Reguladora da Comunicação, em "A infâmia da censura", por José Manuel Fernandes, no Público.

7.12.06

O instrumento

Palavras da jornalista da RTP, na reportagem do Telejornal, referindo-se a Ségolène Royal e a José Sócrates, "a dupla mais brilhante do congresso dos socialistas europeus (...)".
Querem informação mais objectiva e puramente factual?

Ano vintage...

Apesar de todas as tentativas para nos mostrarem que apenas o Benfica jogava ontem, o FC Porto cumpriu a obrigação e passou à próxima fase da Liga dos Campeões. Penso que, caso o sorteio ajude, pode chegar longe na competição.
Em Fevereiro, a uma equipa que já demonstra um elevado grau de confiança nas suas capacidades, juntar-se-ão Anderson e Pedro Emanuel.

6.12.06

Theatro Circo

No último fim-de-semana, fui assistir à peça "As mulheres da minha vida", com António Fagundes, aproveitando para, finalmente, conhecer o novo Theatro Circo, em Braga.
Apesar de ter gostado da peça, o que mais me agradou foi, sem dúvida, a sala de espectáculos, mostrando que Braga quer deixar para trás a menoridade cultural para a qual a cidade foi atirada nos últimos anos, obrigando os seus habitantes, quando queriam assistir a algum espectáculo de maior renome, a deslocar-se ao Porto, ou mesmo Guimarães e até a V.N. de Famalicão.
Pese embora a sumptuosidade evidenciada em tempos de crise, a sala está muito bonita, alegre, juntando-se ao seu traço original os tons dourados, entre o vermelho e o branco. Além disso, apresenta-se bem equipada e com todo o conforto, proporcionando a quem dela se serve, espectadores e artistas, todos as condições para de lá saírem satisfeitos. A acústica é excelente, tal como a insonorização, que resistiu até aos protestos daqueles que pensam que o simples facto de ter comprado o bilhete lhes dá o direito de chegar a meio do espectáculo.
Deste modo, e olhando para tudo o que nos rodeia, compreende-se melhor as palavras desse verdadeiro zelador da coisa pública que é Mesquita Machado, na reabertura do espaço: "não houve derrapagem financeira, apenas alterações ao projecto".

5.12.06

O Mauzão


Eduardo Prado Coelho, contrapondo o que Armando Silva Carvalho terá escrito sobre ele n'O Livro do Meio, escreve hoje no Público: "(...) nada tenho de bonacheirão. Sou bastante frio e por dentro por vezes bastante cruel no olhar que tenho sobre os outros.(...)".

4.12.06

Casino Royale


***

Mín. * Máx. *****

P.S. - Pode até ser o melhor Bond dos últimos tempos mas não me rendo à escolha de Daniel Craig. Como escreveu Paulo Portas no Sol: "Há algo de classless neste 007".

A Rainha


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Mín. * Máx. *****

P.S. - Helen Mirren merece *****.

Ciclo vicioso

Em Portugal, há uma realidade informativa que aniquila os pequenos clubes, aumentado o fosso destes para os chamados “três grandes”, Porto, Benfica e Sporting.
Cada vez mais, a comunicação social só dá importância aos grandes clubes, passando para segundo, ou terceiro plano, os demais. É compreensível que são os grandes clubes (que em Portugal são só três!) que vendem jornais, que dão audiência às televisões, mas isto é um ciclo vicioso. As novas gerações estão continuamente a ser “empurradas” para serem adeptas do Porto, Sporting ou Benfica e não dos clubes das suas terras! Estas situações são notórias nos novos estádios que só têm assistências representativas nos jogos em que intervêm os “três grandes”. Isto acontece porque, cada vez mais, os novos adeptos continuam a torcer apenas pelo Benfica, Sporting ou Porto, e não pelos clubes das terras onde vivem!
Para corroborar esta análise e demonstrar esta realidade do País, há uns dias atrás o meu pai foi contactado pela Sport TV para um inquérito que visava essencialmente a subscrição deste serviço.
Após algumas perguntas de âmbito qualitativo do serviço de cabo, tais como, "está contente com a qualidade dos canais da Netcabo?", surge a pergunta: - de que clube é? O meu pai respondeu prontamente: - do S.C. de Braga! Qual não é o espanto do meu pai, e meu, quando a menina que está do outro lado da linha responde: - mas por qual dos “três grandes” é que torce? Após várias insistências por parte da referida menina em saber se o meu pai torcia por “algum” clube, e sempre com a resposta de que era adepto do S.C. de Braga, eis que o inquérito termina sem que a questionadora tenha considerado respondida a questão, "de que clube é?".
Será que não podemos ser de outro clube que não do Sporting, Porto ou Benfica?