Do outro lado do horizonte
A irracionalidade que o mercado de capitais tem vivido ultimamente, não só em Portugal que é mais vulnerável a especuladores estrangeiros, mas também nos mercados mais maduros, tem desvirtuado completamente a sua função. A decisão de colocar parte do capital de uma empresa em bolsa tem como principal objectivo o seu financiamento imediato para novos projectos e expansão. Embora estejamos a viver numa conjuntura mundial desfavorável, esta situação começa a ser intolerável. Tomo por exemplo uma das maiores empresas de material eléctrico e telecomunicações a nível mundial – Alcatel-Lucent (20 biliões de euros de facturação – 77 mil colaboradores) - que perdeu e ganhou nestes últimos seis meses 2 biliões de euros de capital. Será que os negócios da empresa nos primeiros três meses correram mal e nos últimos meses correram bem? Ou foi pura especulação bolsista? Ou o preço do barril de crude afectou o negócio de telecomunicações? É óbvio que estamos a falar de especulação bolsista por parte dos operadores e fundos internacionais. Por isto, penso muito honestamente que talvez seja necessário criar uma regulação mais eficiente neste mercado. Tornando-o, assim, mais transparente e com o objectivo para que foi criado, avaliar a performance do seu corpo executivo na criação de valor aos verdadeiros investidores. Só assim voltaremos a ter confiança e a investir nas empresas que apresentam as melhores performances.
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