31.3.08

Bipolar

A última tirada de Luís Filipe Vieira:

"Se calhar, foi mau para o Benfica ter sido campeão bem recentemente. Não devia ter sido, se calhar, porque aí toda a gente tinha os pés mais bem assentes no chão e não sonhávamos tão alto."

Quando o presidente de um clube lamenta o único título de relevo do clube nos últimos 15 anos não há treinador que o safe.
Aliás, e analisando as suas palavras, ele em nada contribuiu para esses sonhos...

30.3.08

Haverá Sangue


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Mín. * Máx. *****

28.3.08

Histórias de Braga

No Público de hoje (edição impressa):

"A O Tribunal de Braga pronunciou três técnicos camarários, um deles director dos serviços técnicos da autarquia, pela prática dos crimes de falsificação de documentos e abuso de poder, por alegadamente terem permitido a realização de uma obra ilegal.(...)

(...) O queixoso salienta que, apesar da denúncia dos factos, "a câmara licenciou a obra através de falsos ofícios e declarações", facto que, defende, "por si só, deveria conduzir à perda de mandato do presidente da autarquia e à responsabilidade penal e disciplinar aos técnicos". (...)

(...) Jorge Deveza sustenta que o presidente do município "conhecia os factos, porque lhe foram directamente apresentados por diversas formas, incluindo requerimentos entregues na secretaria da câmara municipal, para além de informação pessoal por carta registada". Lamenta, por isso, que o Ministério Público não tenha constituído Mesquita Machado como arguido, sublinhando que a própria juíza de instrução considerou clamorosa a forma como o inquérito foi conduzido."

"O processo foi arquivado duas vezes pelo Ministério Público, mas o queixoso decidiu avançar com acusação particular, vindo o Tribunal de Instrução a dar-lhe razão com a decisão instrutória que teve lugar a 19 de Fevereiro."

Grandes asneiras

Por uma reportagem de hoje, na SIC, fiquei a saber que a freguesia mais pequena de Portugal não é aquela que tem menor área, mas a que tem menos habitantes (!?).
Vá lá, podiam ter escolhido que tivesse os habitantes mais baixos...

I.V.A.

A descida do I.V.A. é um sinal, é um acto político, é uma boa notícia, é curta, é uma manobra eleitoral, é um estímulo, é uma precipitação... pode ser tudo isso.
Mas, acima de tudo e tendo em conta o mecanismo de subida e descida dos preços, para o consumidor é insignificante.

26.3.08

Escola da vida

Ao contrário de Valter Lemos, não penso que a violência nas escolas venha de fora, contaminando o ambiente são que se vive nos locais de estudo.
Só quem pensa que os estabelecimentos de ensino são ilhas ou nunca frequentou uma escola pública é que pode dizer que, lá dentro, não se formam grupos mais ou menos organizados que servem de génese a coisas mais graves.
É óbvio que o problema não começa aí. O seu início é bem mais precoce, começa no berço, na educação dos pais, alimenta-se das condições sócio-económicas dos bairros onde vivem e explode, muitas vezes, nas salas de aula ou nos recreios.
A escola não é a responsável, mas faz parte do caldo de cultura.

25.3.08

Bufos

O facto da administração fiscal estar mais eficiente é uma boa notícia e aproxima Portugal dos países mais desenvolvidos. O grande problema é que se caiu no exagero, gozando o fisco de poderes e privilégios que, além de o colocar em flagrante e, por vezes, injustificada vantagem face aos restantes credores, possibilita abusos que uma justiça lenta demora demasiado tempo a corrigir.
A juntar a isto, a Direcção Geral dos Impostos decidiu obrigar os portugueses a desempenhar a função de inspectores, confundindo o dever de colaboração com o dever de delação.
Se querem combater a evasão fiscal, investiguem, mas não nos peçam que o façamos por eles...

21.3.08

Os pais

No editorial do Público por Paulo Ferreira:

"O vídeo do conflito na sala de aulas que meio-país já terá visto e que também é noticiado nesta edição é chocante a vários níveis: a desfaçatez da aluna, a impreparação da professora para lidar com a situação e o "circo" em que se transformou a sala de aulas. Mas aqueles que são, certamente, os principais responsáveis por isto, não aparecem nas imagens: os pais."

Duas Irmãs, Um Rei


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Mín. * Máx. *****

Outros horizontes

"A permanência de Sherlock Holmes" por João Paulo Sousa, no Da Literatura.

20.3.08

Critérios

Quim cometeu o pecado da competência na baliza do Benfica e não foi convocado por Scolari.
Rui Patrício até pode vir a ser um grande guarda-redes, mas, neste momento e tendo em conta as exibições ao longo desta época, não sobreviveria dois jogos consecutivos na baliza de um grande clube. A sua sorte é a inquebrável esperança de Paulo Bento numa grande época...

19.3.08

Já não é mau...

"O presidente do Instituto Nacional da Farmácia e do Medicamento (Infarmed), Vasco Maria, reconheceu ontem que a descida em seis por cento do preço dos medicamentos decretada pelo Ministério da Saúde no início do ano passado praticamente não favoreceu os doentes, mas apenas o Estado."

Se a descida do preço decretada pelo Governo levou a um menor despedício dos dinheiros do Estado não vejo nisso nenhuma má notícia, pelo contrário. Uma racionalização dos gastos do estado no SNS é imperativa para impedir a sua insustentabilidade.

18.3.08

A fingir nos entendemos

A China e as suas relações com o exterior são o paradigma máximo da hipocrisia que comanda a diplomacia, submetida aos interesses económicos.
O Ocidente finge não ver a ditadura que viola constantemente os direitos humanos, o governo chinês finge que ainda combate o capitalismo.
No meio de tudo isto, o pobre povo chinês que vive entalado entre um poder político que ainda recorda Mao Tse Tung e um poder empresarial que ainda não ultrapassou a revolução industrial.

17.3.08

Michael Clayton


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Mín. * Máx. *****

Frases do fim-de-semana

Para quem anda desatento:

"O PSD está com uma dinâmica fortíssima"
, Luís Filipe Menezes em Valpaços.

"Podemos fazer uma época muito boa", Paulo Bento ao Maisfutebol.

Do outro lado do horizonte

Embora seja hoje o dia de “St. Patrick”, ontem realizou-se aqui em Boston a parada de comemoração do padroeiro da Irlanda. Como Boston tem a maior comunidade de descendentes irlandeses dos EUA, confesso que estava com alguma expectativa para ver como os Americanos festejam este feriado católico.
Ao assistir a esta parada, deparo com a típica demonstração do poderio americano, carros da polícia, dos bombeiro, militares, tanques de guerra, lanchas de ataque (no reboque, claro!), todos a buzinar e a acenar à multidão. Mas o mais cómico, sendo este dia a comemoração da expulsão das “serpentes” (símbolo dos infiéis) da Irlanda pelo Santo Patrício, é a total falta de senso dos americanos para uma parada que deveria exibir algum respeito. Ao longo da parada, podemos vislumbrar vários candidatos a senadores, fazendo propaganda eleitoral, cumprimentando a população, a Miss Beleza de Boston, carros alegóricos das empresas de cerveja da região, carros das equipas desportivas de Boston, uma conjunto de danças chinesas (serão eles católicos e nós não sabemos!) e para a “palhaçada” ser total temos o esquadrão da guerra das estrelas com o seu mais conhecido vilão Darth Vader! Estranho povo este!

Zonas limpas

O governo, qual entidade suprema de ditames e bons costumes, quer regular os locais do corpo onde se pode colocar piercings. A ideia esteticamente até me seria simpática, não fosse tudo aquilo que representa.
Em vez de andarem preocupados em limpar os corpinhos dos portugueses, talvez fosse mais indicado fazer o mesmo às ruas por onde andamos. Vai-se ao Bairro Alto, em Lisboa, que até serviu de cenário a uma intimista entrevista ao nosso primeiro-ministro, e não se consegue encontrar um único edifício cujas paredes não estejam pejadas de rabiscos e grafittis, fruto do gosto indecifrável de uns quantos.

13.3.08

... mas os violinos tocam...

A desorientação de Luís Filipe Menezes e da sua equipa é tal, que até alguém desacreditado e remetido à sua influência local, como António Capucho, consegue aparecer aos olhos da opinião pública como uma figura prestigiada e com peso no partido.

12.3.08

Do outro lado do horizonte

O legado económico que George W. Bush vai deixar para o futuro presidente Americano reflecte bem sua incompetência e a importância desta eleição. Em oito anos de presidência dos EUA o preço do petróleo passou de aproximadamente $30 o barril para valores acima dos $100; a economia americana enfrenta um défice orçamental gigantesco, no entanto George W. Bush baixou os impostos em 4% para aqueles que possuem rendimentos anuais acima dos $150,000! Mais grave ainda, numa conferência para promover o seu mais recente livro “Three Trillion Dollar War: The True Cost of Iraq Conflit" que eu tive o prazer de assistir, o Prémio Nobel da Economia Joseph Stiglitz, professor da Universidade de Columbia, analisa que os custos reais da guerra do Iraque para a economia americana, e consequentemente para as restantes economias, ascende a 3 triliões de dólares até 2012. Este valor daria para pagar a segurança social americana nos próximos 50 anos ou para pagar os estudos universitários a 160.000 estudantes americanos. Será que deixa saudades?

Clubes de futebol

Em Portugal, por imitação do que se vê em Inglaterra, tem-se imposto a figura do director desportivo que gere o futebol, libertando o presidente do clube ou da SAD para outros afazeres superiores. O presidente adquire um estatuto senatorial, assistindo no camarote ao que se passa lá em baixo, mas sem que aquilo lhe diga muito.
Não consigo perceber a bondade da solução. Se estamos a falar de um clube ou de uma SAD de futebol (!?), é crucial que o seu presidente saiba e perceba de futebol. É necessário que conheça os seus meandros, conheça os jogadores, tenha ideia de quem são os melhores treinadores, vibre com os jogos e esteja atento às competições.
Em Inglaterra a questão será sempre diferente, porque os clubes têm proprietários legítimos que podem escolher quem dirige o dinheiro por eles investido.
Em Portugal, os clubes ainda são maioritariamente dos seus sócios, pelo que, se alguém se candidata ao cargo de presidente, tem de saber obrigatoriamente de futebol. Depois, caso não saiba os aspectos mais técnicos da gestão de uma empresa, é que deve pensar num adjunto para essa área.
Pensem nos grandes presidentes da história do futebol e digam-me que eles não percebiam do que lá estavam a tratar...

8.3.08

Uma questão

Por que será que quando ouvimos os anúncios da Carglass (aquela empresa que se gaba de reparar vidros dos carros) ficamos com a sensação de que tanto os funcionários como os clientes devem sofrer de paralisia cerebral?

6.3.08

A metade

Descobri hoje mais uma originalidade das eleições presidenciais americanas.
Segundo o Público, Barack Obama conta, neste momento, com 1456,5 delegados eleitos.
Onde é que Obama terá encontrado esse meio delegado?

2.3.08

Avaliação dos Professores

As novas regras de avaliação dos professores, apesar de amplamente contestadas pela classe docente, com o apoio dos sindicatos, têm recebido apoio generalizado da restante população. De facto, existe a percepção geral de que o Sistema Educativo necessita de uma reformulação profunda e que a avaliação dos professores é um dos aspectos fundamentais nesse proceso. No entanto, o recente episódio que veio a público acerca de uma proposta de grelha de avaliação numa escola de Leiria que incluía, como tópico de avaliação, as críticas feitas pelo professor às medidas implementadas, constitui um sinal de elevada gravidade quando ao rumo que a situação está a tomar. Apesar de esse tópico de avaliação ter sido, aparentemente, rejeitado pelo Conselho Pedagógico da escola em causa, este episódio deveria ter tido consequências. Exigir-se-ia, desde já, a responsabilização de quem tomou a iniciativa de propor um tópico de avaliação que pretende restringir um dos direitos fundamentais de qualquer cidadão, o direito à liberdade de expressão. A simples sugestão de que fazer críticas às medidas do Governo é um dos critérios de avaliação não deveria ser compatível com o exercício de cargos de direcção na Função Pública. Por outro lado, este episódio vem legitimar, de forma preocupante, o discurso aparentemente anacrónico dos sindicatos que reclama o respeito pelos professores e o fim das perseguições de que têm sido alvo.

1.3.08

Do outro lado do horizonte

"If you want feel at home, stay at home!” Esta frase relata bem o meu estado de espírito na terra que o explorador Américo Vespúcio (Amerigo Vespucci) deu o nome. Não só porque tenho imensas saudades da família, principalmente de uma certa pessoa, mas também porque as diferenças culturais e ideológicas dos americanos são difíceis de digerir. Sempre imaginei que já tinha presenciado todo o tipo hipocrisia, mas infelizmente enganei-me! Aqui, quando entramos num bar ou em qualquer evento desportivo, temos sempre que mostrar o passaporte para verificar se temos mais de 21 anos, mesmo que as parecenças tendem mais para o Avô Cantigas do que para a adolescência. Se, por um acaso, o barman achar que estamos a beber para além do admissível, não nos serve mais bebidas, por mais que insistamos, pois está a infringir a lei! Após questionar o porquê de todas estas restrições, disseram-me que estas medidas são para proteger os utentes.
No entanto, as rigorosas proibições parecem completamente hipócritas no País em que a venda de armas é totalmente aberta a qualquer pessoa. Uma história caricata passou-se com um colega meu Norueguês, com boa apresentação e na casa dos seus 40 anos, que decidiu ir jantar sozinho a um restaurante. Sentou-se, escolheu o menu e pediu um vinho para acompanhar o repasto. Qual foi o seu espanto quando o empregado informou que só podia vender um copo de vinho em vez da garrafa! Será isto normal? Restringir ao máximo a venda de bebidas alcoólicas e deixar a venda livre de armas! Não será um controlo parecido com o antigo regime dos países de leste e da União Soviética?