29.11.07

Dependemos de nós

O pior do acidente de ontem é que o descalabro deu-se quando Jesualdo começou a voltar à equipa habitual. Quase lhe dá a razão para as estapafúrdias mudanças efectuadas no onze.
O problema é que o Porto nunca entrou no jogo, com excepção do fantástico Lisandro, de Bosingwa e dos últimos 15 minutos da primeira parte. Mas, valha a verdade, nunca se cansou de oferecer brindes...

26.11.07

Segurança nos Hospitais

O caso da morte ocorrida após uma agressão em plena sala de espera no Serviço de Urgência dos Hospitais da Universidade de Coimbra é um episódio chocante que deve merecer uma profunda reflexão. Independentemente das conclusões da autópsia e do estabelecimento de um nexo de causalidade entre a agressão e a morte da agredida, não é admissível que episódios de violência ocorram perante a passividade de elementos da segurança do hospital. Se é certo que casos com tal gravidade são raros e excepcionais, como diz o Director do Hospital, Prof. Fernando Regateiro, quem trabalha no SU dos HUC ou de qualquer outro hospital sabe bem que a violência para com profissionais e outros utentes é um fenómeno diário. Para além da elevada tensão emocional dos utentes e do stress dos profissionais, que por si só já são favorecedores de alguma conflitualidade, acresce que um SU é um local frequentado por doentes com perturbações mentais, sobretudo toxicodependentes em crises de abstinência que facilmente se tornam agressivos. É portanto um local em que se conjugam factores que exigem atenção especial em relação à prevenção dos fenómenos de violência. Os agentes de segurança colocados no SU devem estar devidamente preparados para actuar quando necessário nestas situações. Infelizmente, receio que muitos destes profissionais não sejam mais do que porteiros que usam toda a sua autoridade para barrar a entrada aos acompanhantes dos doentes...

Talento precoce

Pedro Moutinho, líder da Juventude Popular, decidiu soltar estas pérolas a propósito da comemoração do 25 de Novembro. A vacuidade dos jotas, no seu melhor...

No almoço do CDS/PP que assinalou o aniversário da operação militar do 25 de Novembro de 1975, na Amadora, Pedro Moutinho disse ser preciso "apontar com frontalidade" alguns dos principais responsáveis por actos como os "sequestros e incêndios às sedes do CDS/PP logo após a revolução de Abril de 1974 e que continuam hoje no activo".

"Falo do actual presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, que mais tarde se renderia às virtudes do capitalismo. Falo também das bombas das FP 25 de Abril e de políticos actuais como Francisco Louçã, Luís Fazenda, Jerónimo de Sousa, Odete Santos e Bernardino Soares", referiu o dirigente centrista.

Segundo os registos da Assembleia da República, o actual líder parlamentar do PCP, Bernardino José Torrão Soares, nasceu no dia 15 de Setembro de 1971, tendo por isso quatro anos quando se deu o 25 de Novembro de 1975.

Já em relação às Forças Populares 25 de Abril - organização citada pelo líder da JC como estando na mesma linha política do Movimento das Forças Armadas -, não consta nenhum registo de que tenham actuado em 1975. Esta organização conotada com a extrema-esquerda terá sido formalmente fundada em 1980 (no período do primeiro Governo da AD), ano em que começou a desenvolver a sua actividade.

25.11.07

Outros horizontes

"Da Roma Portuguesa" na Avenida Central.

22.11.07

"O burro sou eu?"

Não, nós é que somos burros que continuamos a permitir que um boçal, principescamente pago, continue a pavonear a sua má-educação. A subserviente imprensa portuguesa conseguirá, certamente, encontrar (mais) uma desculpa para o injustiçado Scolari.

Outros horizontes

A análise ao futebol escocês, com um pequeno apontamento ao seleccionador inglês, em "Tradução quase Simultânea do que aconteceu hoje", por maradona, n' A Causa Foi Modificada.

21.11.07

Clube Portugal

Já sabem, nada de incomodar os meninos que hoje à noite vão fazer-nos o favor de jogar contra a Finlândia...

20.11.07

Pergunta da semana

Depois da última pergunta ter acabado num empate sobre quem teria vencido o debate parlamentar, aqui fica uma nova pergunta, frequentava um restaurante sabendo que o cozinheiro era portador do HIV? Salvaguardo que discordo da decisão do Tribunal da Relação em confirmar o despedimento do cozinheiro seropositivo.

Quando nos convém, dizemos que são fait-divers

Ontem no P2, afirmava Boaventura Sousa Santos, simpatizante das políticas de Hugo Chávez: "que tem certos aspectos excessivos que também não me agradam , coisas desnecessárias que fazem com que a opinião pública mundial seja distraída com estes fait-divers (...)"

Chuva

Como sempre acontece, com o aparecimento das primeiras chuvas, há um acidente de 100 em 100 metros na VCI e no acesso à A3, no Porto.
É assim tão difícil recordar como se conduzia há meia dúzia de meses atrás...

19.11.07

Mestre Roger

'Mr Perfecto' no dejó resquicio alguno para la sorpresa y endosó al fiero alicantino un contundente 6-2, 6-3 y 6-2 con una magistral lección de tenis. (...)Un reconocimiento sincero de la superioridad manifiesta mostrada por el suizo durante todo el duelo. Porque Federer impidió que el de Jávea impusiera su guión de partido, que acabó caminando por el sendero directo que inspira el talento. A golpe de ace, de constante agresividad, de voleas definitivas y soberbios golpes ganadores de derecha y de revés.

Quem diz isto é o tradicionalmente chauvinista jornal espanhol As, depois da vitória de Roger Federer na final do Masters de Xangai, contra David Ferrer. Aliás, vale a pena ler todo o artigo, para se ter uma ideia do rolo compressor que desde sexta-feira andou de raquete em punho por aquele campo.

Entretanto, umas palavrinhas sobre o Estoril Open:

¿Y por qué ha señalado en su calendario del 2008 el torneo de Estoril? ¿Es quizás para preparar aún más Roland Garros?

Honradamente no. Una de las razones por la que voy a Estoril es porque ahora disponemos de "byes" (exentos en primera ronda) en los Master Series. Entonces en vez de jugar seis partido disputamos cinco, si se llega a la final y ya no tenemos que disputar ésta al mejor de cinco sets, y eso es lo que me ha decidido a jugar un torneo extra sobre tierra batida el próximo año. Quizás también porque Roland Garros me exige más partidos sobre tierra. Pero también es muy bonito jugar un torneo pequeño. En uno grande enfrentarte contra el 25 del mundo en primera ronda no es nada fácil. La atención es muy grande. Jugar un torneo así me gusta y puedo disfrutar mucho más porque tienes a la gente muy cerca, son solamente 32 jugadores y la atmósfera es increíble.

16.11.07

Nacionalizações

"A Caixa Geral de Depósitos (CGD) detém 13,93 por cento da PTM, segundo comunicou esta tarde o banco estatal à CMVM.

A CGD tem ainda 19,5 por cento da Visabeira que, por sua vez, controla agora 2,15 por cento da operadora liderada por Rodrigo Costa."


Eu não sou especialista em economia, mas gostava de saber se na UE é normal um banco estatal deter acções das principais empresas e bancos privados.

Sexta-feira


E ao terceiro jogo, Federer apareceu, atropelando Roddick...

Presunção de inocência

Vítima da vertigem mediática que parece afectar grande parte dos membros do actual governo, João Amaral Tomaz, secretário de Estado dos Assuntos Fiscais e um dos membros mais competentes do actual executivo, proferiu estas inacreditáveis declarações, mandando às malvas a presunção de inocência:

“Enraizou-se a convicção de que as grandes empresas não cometem fraude, mas a realidade é diferente do que se pensa”, acrescentou.

Sem querer violar o sigilo fiscal a que está obrigado, o secretário de Estado sugeriu que se comparasse a lista das 1000 maiores empresas em Portugal com o nome das empresas que têm sido associadas à Operação Furacão, pela comunicação social.

Público

14.11.07

Justiça a funcionar

Diz-nos o Público que:

"Nenhum dos quatro-mil processos crime levantados pela ASAE foi ainda a julgamento"

Sendo a ASAE um dos símbolos do actual regime, não há dúvida que estes números não colam bem na imagem de rigor e inflexibilidade de que o organismo goza.
Palpita-me que o ministério da Justiça já deve ter a solução para mais este constrangimento estatístico. Retire-se estes processos dos tribunais, remetendo-os para um qualquer centro de mediação de litígios...

12.11.07

A nova cassete

Será que ninguém explica aos bloquistas e simpatizantes, que quem vê em Hugo Chavez mais uma personagem grotesca da América do Sul, não é obrigatoriamente um apoiante de João Jardim ou simpatizante de George W. Bush (apesar das diferenças gritantes entre as personagens)?

Argumentos de esquerda

Pedro Sales no Zero de Conduta:

"Convém lembrar que as horas infindáveis que Chavez passa na televisão pública a fazer propaganda, só encontram paralelo nas horas infindáveis que a oposição passa nos canais privados a fazer propaganda contra o Governo."

É curioso, como em Portugal se conhece tão bem a realidade da televisão venezuelana.

"É errado, e preocupante, mas não deixa de ser irónico ver os mesmos que criticam o fim da limitação de mandatos [de Chavez] desdobrarem-se em elogios ao "espírito democrático" de Juan Carlos."


Comparar a eternização de Chavez no poder com as monarquias europeias, qualquer argumento vale à esquerda, mesmo os mais disparatados.

Afinal, os que não simpatizam com Hugo Chavez não passam de uns snobes...

Nunca mais é sexta

Roger Federer decidiu juntar a um Domingo à noite ruinoso, um almoço de Segunda-feira decepcionante.
Esta semana só pode melhorar...

11.11.07

Aprender com os erros

O FC Porto perdeu 4 pontos na duas últimas jornadas, com a agravante de empatar jogos em que esteve a vencer. Será que não aprendeu nada com a última época?

Stepanov, depois das culpas do golo em Marselha, parece que fez um penalty completamente desnecessário. A posição de central é ingrata, os erros pagam-se caros.

Bronca na Cimeira Ibero-Americana

Onde está a novidade?

Alguns bloggers de Braga têm demonstrado a sua (justa) indignação pela maneira como Mesquita Machado geriu um pretenso Orçamento Participativo e como habitualmente trata as propostas da oposição. Eu pergunto, onde está a novidade? Mesquita é presidente da câmara desta cidade desde o 25 de Abril, não lhe conheço outra forma de fazer política. Braga é uma cidade asfixiada. Quanto ao Orçamento Participativo, não brinquem com coisas sérias, Mesquita Machado sempre o praticou, os convidados é que foram sempre os mesmos. Os construtores civis participam todos os anos na elaboração do orçamento...

10.11.07

Credibilidade

No Público de hoje: «O regresso de Isaltino Morais às fileiras PSD foi ontem desejado pelo novo líder da distrital lisboeta. "Da minha parte, tenho todo o gosto que ele volte a ser militante do partido", afirmou Carlos Carreiras à Lusa, lembrando que essa vontade foi manifestada durante a campanha eleitoral durante a qual considerou possível que "o PSD volte a liderar a Câmara de Oeiras".»

9.11.07

8.11.07

Duelo na AR

Devo dizer que a questão sobre quem ganhou o debate parlamentar não me parece muito correcta, uma vez que o regimento da Assembleia da República está feito para o primeiro-ministro vencer, em qualquer circunstância e quase sempre por goleada. Diferente, é sabermos se Sócrates ou Santana Lopes desiludiram.
E aí, a verdade é que estiveram ao seu nível. Nunca, nem um nem outro, foram exemplos de substância e consistência política.
Sócrates utilizou o longo tempo disponível para encostar Santana Lopes aos seus erros pretéritos, sabendo que era isso que iria passar para a comunicação social, não se preocupando minimamente em responder às questões lançadas pela oposição ou explicar devidamente o que ali estava em discussão, o orçamento de Estado. Noutros tempos, esta arrogância poderia e deveria sair-lhe cara, mas o PSD facilitou-lhe a missão, pondo-lhe à frente o personagem político português mais atormentado pelo passado.
E aí entramos em Santana Lopes. Sabendo das suas fragilidades, tentou antecipar os ataques ao anterior governo por si liderado, distanciando-se do essencial, ou seja, os dias que correm, o presente e o orçamento para 2008. Com isto, deu o flanco a Sócrates e permitiu que este fugisse às questões mais difíceis.
O resto é a habitual desigualdade de armas entre governo e oposição, perante uma comunicação social que privilegia o folclore e o sound-byte que é o habitat natural do nosso primeiro-ministro, apesar da estudada aparência austera.

7.11.07

Más companhias

É impressão minha, ou aquela amostra da bancada parlamentar do PSD que aparecia nas televisões é mesmo um susto? Até os indefectíveis de Santana (tirando os da bancada) têm que reconhecer que ele nunca soube escolher as companhias...

Pergunta da semana

60% dos votantes acham que o tratado de Lisboa não deve ser referendado. Quem acha que venceu o primeiro debate parlamentar?
É só clicar ao lado.

The Flying Club Cup, Beirut

Dexter


Dexter é uma série transmitida pelo canal FX da TV Cabo. O protagonista é um serial-killer. Que é excelente, fazendo jus à época de ouro das séries de TV americanas, já não é segredo para ninguém.

Outros horizontes

A crua realidade política e social portuguesa, no "Lendo, Vendo, Ouvindo, Átomos e Bits de 6 de Novembro de 2007", por Pacheco Pereira, no Abrupto.

As contas à moda da Câmara Municipal de Braga, em "Será vírus ou milagre?", por Pedro Morgado, no Avenida Central.

Alá também nos ajuda...

Mitos 2

6.11.07

Mitos

Existem (ou existiam) vários mitos sobre Santana Lopes, que é imbatível em eleições, óptimo em debates, um líder parlamentar temível. Hoje, a prestação de Santana foi uma desilusão para quem acreditava nas suas pretensas qualidades. A mitologia santanista, ainda alimentada por alguma imprensa, tem confirmado a sua reduzida existência apenas no imaginário de alguns indefectíveis. Roubando as palavras à nova eminência menezista, é só espuma, apenas isso...

Juntas médicas

As notícias em Portugal são de modas, esta semana vamos saber o registo de todos os acidentes de viação e atropelamentos ocorridos no país. Outra moda são as notícias sobre juntas médicas. Concordo com o Pedro Morgado que escreve na Avenida Central: "(...) é preciso ter cuidado com as análises emocionais que se fazem dos diferentes casos: as histórias apresentadas nunca são sujeitas a nenhum tipo de contraditório.".
Não nego que as notícias vindas a público não sejam o resultado de avaliações deficientes das juntas médicas. Imagino que todos os que o pedem reformas antecipadas achem injustas a sua recusa. Os diagnósticos em medicina não são lineares, e que eu saiba cabe aos médicos (que se podem enganar, naturalmente) fazê-los e não aos jornalistas nem aos próprios doentes. Quando diariamente somos confrontados com o mais puro sensacionalismo sobre a medicina devemos ter alguma reserva em aceitar acriticamente tudo o que ouvimos.

Outros horizontes

"A diferença de acontecer no Terreiro do Paço", por Helena Matos, no Blasfémias.

5.11.07

Perdidos na greve


Para quem, como eu, anseia impacientemente pela nova série, isto são péssimas notícias...

3.11.07

Políticas de educação

Nos últimos anos a política de educação em Portugal, e na generalidade dos países ocidentais, tem sido a de alargar a toda a população a escolarização, assistindo-se a um aumento gradual da duração da escolaridade obrigatória. Uma análise a estas políticas revelam que elas assentam em dois pressupostos fundamentais:
1. que o Estado deve proporcionar a toda a população, independemente da sua condição socio-económica, idênticas oportunidades de acesso a uma formação básica;
2. que as diferenças no desempenho escolar podem ser corrigidas através de um reforço de medidas de apoio aos alunos (ex.: estudo acompanhado) e de uma diminuição dos níveis de exigência .
O segundo pressuposto é uma consequência imediata do primeiro pois, alargando a escolaridade a toda a população, é inevitável que entrem no sistema de ensino alunos com mais dificuldades socio-económicas e ainda outros com pouca motivação para o estudo. Se as dificuldades económicas podem ser corrigidas com um apoio reforçado do Estado, já as diferenças de motivação individual bem como as diferenças de capacidades cognitivas e intelectuais da população não são passíveis de correcções externas, baseadas em princípios de psicologia comportamentalista que desvaloriza as características específicas instrínsecas de cada indivíduo na sua interacção com o meio.
Não é de admirar que se assista a uma progressiva deterioração da exigência na escola, a fim de encontrar um "mínimo denominador comum" que permita a todos os alunos atingirem a escolaridade obrigatória. É pois necessário ter plena consciência que o atingimento do primeiro objectivo implica abdicar de outros, nomeadamente, o de aproveitar ao máximo as potencialidades dos melhores alunos. Por isso, há dias numa conferência em Lisboa, George Steiner afirmava que a Europa será incapaz de voltar a produzir Platões, Mozarts ou Bachs...

Outros horizontes

"A maneira mais óbvia de contornar a questão que não se quer discutir..." por Helena Matos, no Blasfémias.

2.11.07

As aulas

A ideia de despenalizar as faltas dos alunos que frequentem o ensino obrigatório parece-me totalmente descabida. E a justificação da ministra da Educação, que defendeu que desde que os alunos demonstrem que sabem a matéria tudo está bem, parece-me igualmente absurda.
Em primeiro lugar, a escola não pode ser apenas um local onde se adquire conhecimento. É na escola que as crianças e os jovens começam a ter noção da sociedade em que se inserem, apreendendo os seus valores e princípios. A escola deve ter um papel fundamental na educação e formação dos alunos, a todos os níveis, e isso apenas acontece se eles a frequentarem e lá puserem os pés.
Além disso, acaba por minimizar-se até ao limite do inadmissível o papel dos professores. Com este novo estatuto do aluno atribui-se-lhes o mero papel de despejar matéria, facilmente substituíveis por livros ou apontamentos. A mensagem que se transmite é que as aulas são dispensáveis, mandando para as urtigas todos aqueles ditames pedagógicos que, ironicamente, sempre foram defendidos pelos senhores da Esquerda como sendo o milagre para o sucesso educativo.