31.12.04

Bom ANO 2005!

A todos os leitores e participantes deste blog desejo um bom ano novo, repleto de felicidade e sonhos concretizados.

30.12.04

É bom viver em Braga?

Hoje recebi no correio um "infomail" (as eleições autárquicas estão próximas) que citava um estudo de opinião da Comissão Europeia que colocava Braga, de acordo com a opinião dos seus habitantes, no top 5 e 10 das cidades europeias, desde satisfação com o local onde vive, bons espaços verdes, recursos bem aplicados, etc.
Considerando que Braga tem um urbanismo digno de qualquer país de 3º mundo, onde não há espaços verdes dignos desse nome além de especificidades de um poder autárquico que representa o que de pior existe na democracia portuguesa, só posso concluir que os bracarenses devem situar-se no top 5 dos habitantes menos exigentes da UE...

Francamente...

Escrevo esta nota a propósito do anúncio de que Matilde Sousa Franco vai encabeçar a lista do PS em Coimbra para as próximas eleições legislativas. Grande pensadora e intelectual brilhante, esta grande senhora já há muito merecia ocupar um cargo de relevo na vida política portuguesa. O seu pensamento político coerente, amplamente divulgado, associado a uma invulgar capacidade de comunicação fazem de Matilde Sousa Franco uma referência na sociedade portuguesa. A sua carreira política, curta mas notável, começou num local mítico - a lota de Matosinhos - e atingiu o seu clímax na Basílica da Estrela, onde foi anfitriã das mais altas figuras do Estado.
Quando entrevistada sobre a sua candidatura, Matilde Sousa Franco demonstrou mais uma vez todo o seu valor. Em relação à co-incineração proferiu estas sábias palavras: "isso é lá com os Químicos, eu disso não percebo nada". Depois, fez um apelo surpreendente à elevação do nível do debate político...
Com este nome, José Sócrates jogou uma cartada forte. Ao rodear-se de pessoas com mérito próprio e qualidade indiscutível, como é o caso de Matilde Sousa Franco, pode o candidato a primeiro-ministro estar certo de que vai ter a confiança dos portugueses.

"Eutismo"

Muito boa, a entrevista de Manuel Cajuda no jornal "O Jogo" de hoje. O verborreico treinador diz que todo este período que tem atravessado (foi despedido duas vezes em cinco meses) serviu para retirar uma grande lição: "... Porque eu também entendo que tenho de deixar de ser eutista (?)..."
Estamos todos muito curiosos para ver os novos desenvolvimentos na vida de Cajuda, agora que decidiu abandonar o "eutismo"...

29.12.04


Apesar de ter passado os últimos dias fechado na Urgência do Hospital de São Marcos, soube da terrível tragédia que ocorreu na Ásia. As poucas imagens que vi, ao espreitar a televisão do corredor, foram suficientes para me causar profunda e especial consternação. É que, eu próprio, há cerca de 1 mês, me banhava nas águas tépidas do Mar de Andeman, na praia de Karon, em Pukhet - Tailândia (ver foto). Posso imaginar o grau de destruição nos locais que visitei e que agora já não existem. Penso também nos tailandeses que conheci e que tudo perderam, muitos a própria vida... Espero que, com o esforço de todos, inclusivé o nosso, com donativos, se possa minorar o sofrimento daquele povo mártir.
Posted by Hello

O tempo passa!...

Todos nós já ouvimos: " Vida só há uma"! Temos que consciencializar-mo-nos que a Vida é um período de tempo variável que se deve, sempre, pautar por princípios básicos: honestidade, respeito e verdade. Penso que quem tiver uma formação baseada nessas "regras" poderá ter um futuro mais auspicioso! Infelizmente há quem não se importe muito com o que acabei de escrever. Tudo isto para dizer, que um dos choques que sofri após ter-me licencido foi trabalhar para um Hospital, no meu caso concreto para o Hospital de S.Marcos. Não pelo Hospital em si, apesar de ter muitas carências, pelo menos físicas, mas por constatar que pessoas com boa formação profissional, não raras vezes, esquecem-se que um dia já formam jovens médicos como nós. Claro que há quem nos tenha recebido com os braços bem abertos, mas com o passar do tempo, para mim foi claro que a inveja e a mentira, muitas vezes para tirar daí dividendos pessoais, está presente. Em todas as áreas profissionais isto acontece.
Felizmente consegui fazer bons Amigos para além dos que já o são há muitos anos! Apesar de tudo, gostei de trabalhar no Hospital da minha querida cidade! Julgo que o meu choque inicial se deveu à falta de experiência profissional.
Como o tempo passa, em Janeiro próximo, uma nova página da minha vida vai ser virada. Tal como o meu Amigo Horácio, vou rumar para a cidade berço de Portugal. Escolhi Patologia Clínica para minha especialidade. Como sempre disse, só o futuro dirá se foi uma boa opção. Acredito que sim!

Um blogue

Adicionei à lista de blogues, um, que presumo ser, de um novo interno geral (que não conheço) do Hospital de S. Marcos.

Urgências

Qualquer português utilizador do SNS sabe dizer mal do Serviço de Urgência dos Hospitais Portugueses. Mas uma coisa posso garantir, é praticamente impossível fazer com que um SU funcione com a (sobre)utilização indevida que os portugueses fazem deste serviço...

Saudades

Esta é a minha última semana no Hospital de S. Marcos e não escondo que vou ter saudades. Apesar de muitas insuficiências, nomeadamente falta de organização e direcção, foi aqui a minha primeira passagem verdadeiramente feliz na medicina depois de uma estadia infeliz em Coimbra.
Em Janeiro inicio nova vida, na cidade rival da minha. Espero que Obstetrícia e Ginecologia tenham sido boa opção...

Desde já fica aqui o desafio ao Joaquim e ao Nuno para fazermos um balanço da nossa passagem pelo S. Marcos, o nosso primeiro contacto real com o SNS, com as suas virtudes e defeitos.

28.12.04

Verdadeiro Serviço Público

Hoje, fui à biblioteca do Centro de Estudos Fiscais, em Lisboa. Devo dizer que tive o prazer de contactar com um verdadeiro serviço público, em que as pessoas que lá trabalham, apesar de não terem os melhores meios ao seu dispôr, são muito atenciosas e educadas, trabalhando com enorme profissionalismo.
Fui sempre atendido com um sorriso e verdadeira intenção de ajudar, mostrando-me que, com boa vontade, grande parte das lamúrias que povoam o funcionalismo público são facilmente ultrapassáveis.
Venho realmente bem impressionado, pelo que acho que não deveria deixar de lhes prestar esta simples, mas franca, homenagem.

27.12.04

Ucrânia

Após Victor Iuschenko ter reclamado vitória na terceira (?) volta das eleições presidenciais ucranianas, Victor Ianukovitch vem agora dizer que tenciona impugnar o resultado das referidas eleições.
Sabe-se que poderosos interesses antagónicos estão por detrás dois candidatos, apesar de me parecer que os apoios a Iuschenko são bem mais transparentes (o caso do possível envenenamento ao candidato e líder da oposição, Iuschenko, é arrepiante).
Temo que, de impugnação em impugnação, se acabe numa guerra civil...

24.12.04

O Nojo

Sou portista e sócio do FCP, diariamente constato a parcialidade dos jornais desportivos de Lisboa chegando mesmo ao delírio do jornal Record. Mas nojo, apesar de tudo, é quando leio O Jogo e penso como é possível ter dignidade profissional e trabalhar neste jornal. Presumo é que ninguém costume ler os editoriais deste pasquim...

23.12.04

Diferenças

Quem vir, hoje, a capa do jornal "A Bola", e compará-la com outras que se fizeram em jogos do Benfica e Sporting, percebe até que ponto é que eles desejam a verdadeira transparência no futebol português.
Igualdade, sempre! Mas uns mais iguais que outros, se faz favor...

Oposição para quê?

Ainda não consegui perceber as ideologias do Dr. Pacheco Pereira. Penso que apesar do difícil período político que o governo dimissionário está a atravessar, não é com artigos de opinião como aquele que vem escrito na edição de hoje, 23.12.2004, do jornal "Público", que o nosso querido País deixará de pertencer ao famigerado e cada mais restrito grupo da "República das bananas"! Não quero dizer com isto, que o Dr. Pacheco Pereira não tenha, por vezes, comentários brilhantes! No entanto, julgo que a sua inteligência e cultura obrigam-no a uma participação mais activa e combativa em prol do desenvolvimento de Portugal!

22.12.04

Sim Sr. Ministro!

Foi com admiração e alegria que eu, homem apaixonado pela bola, ouvi as palavras do Sr. Ministro das Finanças.
Foi, que me recorde, a 1ª vez que ouvi um alto responsável político dizer semelhantes verdades. Verdades que os cidadãos fiscalmente cumpridores e socialmente responsáveis repetem entre eles com raiva e impotência, mas que a classe política, por aberrante falta de coragem e de sentido profissional, nunca foi capaz de afirmar.
Neste momento económicamente difícil para a grande maioria dos portugueses, em que as agruras do dia-a-dia vão deformando colectivamente o já de si abalado complexo de valores socialmente instituido, é bom e necessário, que quem opera em grande cargos e tem direito a ser ouvido e difundido, profira responsabilidade e sentido cívico.
Por estas felizes e corajosas palavras um GRANDE BEM HAJA ao (ainda) nosso Ministro das Finanças.

21.12.04

A doença do País

Finalmente, parece que há uma unanimidade nos partidos políticos em relação à necessidade de medidas rigorosas para controlar o défice das contas públicas. Só assim podemos entender as declarações que os vários dirigentes fizeram hoje a propósito do "chumbo" do Eurostat à manobra financeira que o Governo pretendia executar cedendo o direito de propriedade de alguns imóveis do Estado por um período limitado. É interessante notar que as personalidades que sempre criticaram a "obsessão pelo défice" e que acusavam o Governo de hipotecar o futuro do País só para agradar à União Europeia venham agora insurgir-se contra o "descontrolo do défice" e o estado caótico das contas públicas.
Quanto a mim, considero que o descontrolo orçamental deve ser combatido com todo o rigor e é certo que os esforços do actual e anterior Governo para controlar o défice público parecem não ter sido suficientes. Mas pergunto-me se seriam possíveis, no contexto político e social dos últimos meses, algumas medidas necessárias para baixar a despesa e aumentar a receita. É que as verdadeiras soluções para este problema são profundamente impopulares. Implicariam despedir pessoal da Função Pública e aumentar a produtividade dos funcionários, o que traria milhares de pessoas para as ruas em protesto; acabar com a evasão fiscal das pequenas e médias empresas, o que significaria um tumulto social de muitos comerciantes e empresários que passam a vida a queixar-se dos fracos rendimentos; o encerramento das empresas parasitas que sobrevivem apenas por concorrência desleal e se baseiam na mão de obra desqualificada, o que engrossaria a fila de desempregados de meia idade e sem perspectivas de outro emprego; uma reorganização profunda nos serviços de Saúde e não apenas pequenos ajustes que, mesmo assim, já conseguiram assanhar as corporações profissionais.
A política não pode ser simplesmente a aplicação directa das medidas consideradas correctas pelos académicos. É fácil enumerar essas medidas numa conferência ou escrevê-las num livro. Difícil é aplicá-las mantendo a coesão social do País. As reformas que no papel demoram 2 ou 3 anos a implementar precisarão do dobro do tempo para passar à prática. O país precisa de medidas urgentes mas, tal como o doente moribundo, não aguenta manobras muito invasivas. Assim, não vislumbro para os próximos tempos qualquer solução eficaz que trate as verdadeiras causas dos problemas.

Natal em NY


Disparates

Para dizer, eufemisticamente, o que Miguel Sousa Tavares escreve sobre Rui Rio, Apito Dourado e Fumar são simplesmente disparates. Aliás a sucessão de dislates faz repensar todo o crédito que sempre lhe atribuí como opinion-maker. Desilusão!

Bem-vindo J. Machado

Antes de mais, queria dar-lhe as boas vindas “oficiais” à “Linha do Horizonte”, agora que sei com quem tenho o sincero prazer de trocar algumas ideias. Deixe-me desde já dizer que todas as suas esclarecidas e interessantes contribuições são e serão bem-vindas.
Quanto ao seu comentário ao meu texto "Discutir o voto", de 15.12.04, permita-me discordar quando diz que a minha resposta enferma de um erro de “princípio” quando me proponho “discutir o voto”. Felizmente, pelo menos até que alguém nos consiga provar o contrário, vivemos num regime democrático. E, numa democracia, a arma que, em última instância, temos em nosso poder para tentar mudar o estado das coisas é exactamente o voto. Apesar de insuficiente (pelo menos para os mais inconformados e atentos) é o meio que nos fornecem, à partida, para que as nossas vontades e indignações não sejam ainda mais inconsequentes, tal como diz, e muito bem, no final do seu texto. Através do voto mostramos e exercemos a nossa vontade de corrigir as tais assimetrias que continuam a caracterizar e a minar o desenvolvimento do nosso país. É com o voto que concordamos ou discordamos da nossa vertente europeísta (da qual sou um acérrimo defensor) e a nossa política externa. É com ele que podemos (valha-nos pelo menos a ilusão) manter ou mudar as políticas em curso numa determinada altura.
Daí a minha profunda tristeza de ver a que estado chegámos, ao não conseguir apresentar um único candidato que nos ofereça uma ideia minimamente sustentada do que pretende para Portugal, um pacote de reformas concretas para impor nesta administração pública, sempre tão pesada e adversa à mudança, em todos os seus sectores, enfim, um projecto elucidado sobre o caminho a seguir.
Estamos num ponto em que mesmo a solução de recurso, que é o voto útil, não será defensável ou minimamente motivadora.
Por tudo isto, acho importante discutir o voto, ainda que partilhe da sua opinião de que nem só através dele podemos intervir e que devemos procurar outras formas de acção. Também eu louvo o aparecimento de movimentos cívicos, desde que não sirvam simplesmente para esconder “lobbies” e interesses acomodados, e penso que, em grande medida, cabe-lhes a eles dar o alerta e mostrar possíveis saídas, já que, mais do que os próprios partidos, são os membros desses movimentos que contactam verdadeiramente com as dificuldades, que têm de enfrentar os problemas e a quem interessa encontrar as soluções. Agora, o que não podemos é abstermo-nos de criticar e de discutir os nomes que nos são propostos pelos partidos políticos, com a simples desculpa de que pouco podemos fazer e de que este sistema faliu. É nele e com ele que vivemos. Apesar de tudo o que se possa dizer, a democracia é o melhor sistema que já foi proposto e testado, e os partidos políticos o melhor modo de o efectivar. Temos é de lutar para que daí venha ao de cima o melhor, o que, em meu entender e ao contrário de acontece noutros países, está longe de acontecer em Portugal. A democracia é feita de equilíbrios, e o que acontece é que, neste momento, a balança está nitidamente em desequilíbrio, em favor dos medíocres e defensores dos seus próprios interesses.

Descendo mais ao concreto, como muito bem fez no seu comentário, dada a minha idade não posso dizer que tinha visto muita coisa. O que posso dizer é fruto do que leio, do que ouço outros dizerem e fruto de alguma (pouca) experiência adquirida.
Não há dúvida de que grande parte do nosso crescimento económico é fruto da construção civil (que grande exemplo, a nossa cidade), com toda a instabilidade e precariedade em que esse crescimento se traduz. Para já não falar nos custos ambientais, culturais e estéticos nas nossas cidades.
Apesar de estarmos a viver uma situação complicada, permita-me que não seja tão pessimista em relação à nossa Indústria, já que conheço bons exemplos tanto no calçado, como no têxtil. E não duvide que parte de fábricas e indústrias que fecham portas devem esse facto mais à incompetência e abuso dos seus sócios, do que ao estado da nossa economia. Deparo frequentemente com falências vergonhosas, em que a empresa até continuava a ter encomendas, mas em que a ganância e gestão danosa dos sócios levou todos (excepto os próprios) à ruína.
Portugal tem capacidade criativa e penso que os portugueses, devidamente estimulados, conseguem ser produtivos.
Também eu olho com espanto para a proliferação das grandes superfícies comerciais, própria de países de terceiro mundo e encaradas pelo poder local como uma tábua de salvação na geração de empregos, de receitas e de obra feita para apresentar em eleições.
Já quanto à Agricultura concordo que a situação é alarmante, mas não deixa de me causar alguma perplexidade certos investimentos, com grande sucesso, feitos por produtores agrícolas estrangeiros (principalmente alemães e holandeses) no nosso Alentejo, sempre tão desvalorizado e parco em recursos naturais.
Em relação à Saúde não me vou pronunciar em profundiade, deixando, em relação a esse tema, que se pronunciem os outros membros deste blog, verdadeiramente vocacionados para essa área. O que posso dizer é que o estado de alguns dos nossos hospitais chega a ser degradante, e que as longas listas de espera não podem deixar ninguém descansado. No entanto, ainda não vi ninguém conseguir refutar as traves mestras da reforma que foi feita por este ministro da Saúde, parecendo-me que são as corporações e defensores de interesses instalados, como alguns sectores da classe médica, da enfermagem e da indústria farmacêutica que mais se preocupam em lançar o descrédito (ler, aliás, o artigo do insuspeito Correia de Campos, a esse respeito, no Público da passada sexta-feira).
Em relação à Justiça, essa, sim, uma área que contacto diariamente, só posso dizer que não funciona. Os tribunais são lentos, a sua máquina é pesada e não estão preparados para decidir. Os juízes têm um poder descontrolado, que usam a seu belo prazer, e quando querem verdadeiramente trabalhar e decidir encontram-se atolados de processos. O excesso de faculdades de direito levou à sobrelotação da advocacia, levando a uma concorrência desenfreada e sem regras, em que quem sai penalizado é o cidadão. Os tribunais estão a cair, não tendo dignidade, e alguns, novos, feitos de raiz, parecem adequados a tudo, menos a servir a Justiça.
E, como é óbvio, nunca seremos um país desenvolvido se a mais que propalada Justiça Fiscal continuar a ser uma miragem.
Quanto à sobrevalorização do Ministério das Finanças, penso que, apesar de não podermos ser autistas e demasiado redutores nesse domínio, Portugal vive um momento dramático na sua fazenda pública, e nenhum ministério, muito menos da Economia, poderá, em minha opinião, funcionar enquanto a situação se mantiver. Daí que ache que, neste momento, teremos de centrar obrigatoriamente grande parte das nossas forças no controlo do défice púbico.

Outras medidas haverá que poderão ajudar este país, algumas com efeitos, se não a curto prazo, pelo menos a médio prazo.
Podíamos começar logo pela limitação dos mandatos dos presidentes das autarquias, que, ninguém duvide, são o principal cancro do nosso poder político. Debaixo do seu domínio dá-se cobertura a todo o tipo de jogadas, promovendo-se promiscuidades e favorecimentos pessoais. Em Portugal criaram-se autênticos feudos, dominados por alguns, onde não consegue sobreviver a verdadeira iniciativa e movimento democráticos. Aí, reina a corrupção, o tráfico de influências e o compadrio.
Sem dúvida que muitos suspiram por um relaxamento dos impostos, mas isso nunca poderá acontecer enquanto a máquina fiscal continuar a ser pouco eficiente e ineficaz, apesar de alguns progressos que têm sido feitos. Aliás, é voz corrente entre os especialistas de direito fiscal que, antes de haver preocupação em fazer alterações legislativas, deveria haver uma genuína vontade de procurar aplicar a lei existente, fornecendo mais e melhores meios à administração fiscal. E depois temos sempre a velha questão, como é que alguém há-de conseguir dominar verdadeiramente uma lei se ela está constantemente a ser mudada ou alterada?

Como corro o sério risco de já me ter tornado fastidioso e entediante, fico, para já, por aqui.
Não duvide, no entanto, que também eu tenho consciência da minha inconsequência, mas talvez consiga enfrentar melhor o dia-a-dia se pensar que fiz um mínimo de esforço para ser ouvido. E, apesar de concordar que os partidos não encerram em si mesmos a liberdade democrática, penso que é importante discutirmos nomes, nem que seja para dizermos que queremos que nos dêem outros.

17.12.04

Muito bom o artigo no "Público" de hoje do ex-ministro Correia de Campos. Demonstra grande sentido de Estado e maturidade democrática.

Porto cidade

Pinto da Costa afirmou que está disposto a enfrentar Rui Rio, não dizendo de que maneira, mas também não afastando uma possível candidatura.
Apesar de ser portista, devo dizer que gosto de Rui Rio, apesar de, por vezes, demonstrar alguma inabilidade política. A sua frontalidade e verticalidade fazem falta a um poder político e (principalmente) autárquico demasiado vulnerável a interesses pessoais.
Será que Pinto da Costa tem mesmo um projecto para cidade, ou apenas quer lá voltar a ver os seus amigos, ou mesmo ele próprio, para melhor conseguir (não) enfrentar a justiça?...

15.12.04

Discutir o voto

Só hoje vi, antes de me deitar, o comentário ao meu “post” sobre a possibilidade de existência de um voto útil nas próximas eleições legislativas, escrito no dia 6.12.04.
Antes de mais, queria lamentar que o comentário tenha sido anónimo. As ideias nele contidas, apesar de vagas, demonstram que são de uma pessoa atenta e preocupada com o futuro do nosso país, pelo que todos teríamos a ganhar se revelasse a sua identidade, até para nos podermos confrontar em futuras participações.
No entanto, queria esclarecer que a “Linha do Horizonte” permite todo o tipo de discussão e ideologias políticas, não pretendendo ser um blog de esquerda ou direita. Aliás, só terá a ganhar se a sua participação for o mais plural possível, abrindo-se a todo o tipo de orientação.
Tal facto não impede, porém, que os seus mais directos contribuidores exprimam os seus próprios pensamentos políticos, dizendo, também eles, o que acham possa ser a melhor solução para o país, não se coibindo de criticar o que pensam estar mal, seja na esquerda, seja na direita.
Em relação ao comentário propriamente dito, permita-me discordar quando diz que este blog pretende dividir de um lado os bons (a direita) e do outro lado os maus (a esquerda). Parece até um comentário que já tinha sido previamente preparado e só estava à espera de uma mínima janela de oportunidade para aparecer. O que acontece é que errou no alvo. No que eu escrevi, vê-se perfeitamente a ideia de descontentamento e desilusão com ambos os lados, por isso a questão de saber se não poderá haver um voto negativo.
Além disso, parece-me uma perfeita utopia exigir um “tronco comum”, uma unanimidade inalcançável, em que todos se unissem para participar num mesmo projecto. Parece, aliás, mais próprio de alguém que se limita a seguir realidades inatingíveis, dizendo o que é óbvio, perdendo-se em generalidades, recusando-se a descer ao concreto, às pessoas em questão, abstendo-se de procurar intervir e mudar realmente a situação. É fugir do problema, do drama, que atravessa hoje o país. Vamos a eleições num futuro próximo e não se conseguiu encontrar uma solução credível, minimamente capaz de tirar este país da difícil situação em que se encontra.
É de notar que todos os factores que apresenta como sendo as principais causas da situação em que nos encontrámos são, em parte, da responsabilidade das pessoas que, segundo diz, dever-se-iam unir, com o objectivo de alterar o estado de coisas.
Acontece que me recuso a entoar, também eu, essas vacuidades e lugares comuns que estão à vista de todos e que todos apontam como sendo a direcção a seguir, mas que poucos, até hoje, ousaram assumir. Não me importo de discutir nomes e personalidades e dizer delas o que penso. Não gosto do populismo de Santana e de Portas, nem do amnésico Coelho, nem do narcisismo de Louça ou do pré-histórico Jerónimo como não gostei de Guterres e Soares e como admirei e admiro Cavaco, Marcelo, Pacheco Pereira, entre outros, e preferia mil vezes Vitorino a liderar do que a servir de desculpa e de porta estandarte para toda e qualquer política de um candidato vazio, demasiado igual aos que lá estão, sem chama e qualquer projecto para o país que não o seu próprio discurso e imagem.
Espero que participe mais vezes, seja antes ou depois de eu acordar…

Nova Iorque

Aqui estou (sem acentos no teclado) em N.Y. Uma cidade com um ritmo alucinante! E incrivelmente bonita no Natal...
Um abraco para todos!

Welcome?

Aproveitando o feriado fui até Londres, por lá ficando até Domingo. É uma cidade muito interessante, pese embora algumas particularidades que me levam a dizer que não me achava capaz de lá viver. Pelo menos não mais do que um ou dois anos.
As pessoas não revelam grande preocupação em se mostrar afáveis e simpáticas e o sol é demasiado tímido nas suas aparições. Raros são os edifícios que, mesmo de dia, não necessitam de luz artificial. Tanto os britânicos como a própria ilha acabam por ser demasiado cinzentos.
E depois, claro, há a irritante mania dos ingleses de julgar que tudo o que lá não se passa, ou em que eles não intervêm, pura e simplesmente não existe. Passando por lá, mesmo que por poucos dias, temos a perfeita consciência de que o euro dificilmente lá conseguirá entrar.
Os ingleses são demasiado desconfiados dos seus vizinhos, aliado a isso, olham para o que é deles com excessiva e desmesurada presunção.

14.12.04

"A filosofia humana não sabe compor teoricamente o mais pequeno mosquito, a mais simples planta, tal como lhe falta a potência prática para isso; e muito menos o Universo inteiro. Esses são problemas dignos da Sabedoria e da Potência Primordial produtora das coisas, e que nos oferecem a possibilidade de um progresso sem fim tanto do conehcimento das próprias coisas quanto de Deus, que, perpetuamente, geometriza no Universo."

Joseph Raphson in "De ente infinito", 1702

12.12.04

Votos de boas férias

Partiu ontem, dia 11 de Dezembro, para Nova Iorque, o ilustre Horácio Azevedo após um ano de intenso e árduo trabalho, para umas merecidas férias. Aguardamos com expectativa o seu regresso e o relato das suas impressões da "cidade que nunca dorme".

7.12.04

Actualização

O Porto ganhou ao Chelsea 2-1 e PC não foi suspenso das suas funções de presidente...

Dúvida

Será Pinto da Costa suspenso das suas funções deportivas?

A habitual imparcialidade

"temos muitas, muitas dúvidas sobre a grande penalidade" in A Bola sobre o penalty que deu a vitória do Benfica.
Se fosse a favor do Porto vinha na capa do jornal e certamente já não tinham dúvidas como não tiveram no célebre caso Benquerença... E não foi o José Manuel Delgado que escreveu!

O Regresso

Hoje é o dia do regresso de José Mourinho ao Estádio do Dragão. Com ele regressam Paulo Ferreira e Ricardo Carvalho, mas, dada a importância que Mourinho teve e tem (e terá, certamente) no contexto actual do futebol mundial e muito particularmente no FC Porto, o regresso do treinador é de indiscutível maior relevância.
Sou um grande admirador dos métodos de trabalho de Mourinho, a todos os níveis. Penso que é, neste momento, o líder, talvez até único, numa forma de pensar o futebol que já não se coaduna com os arcaísmos, empirismo e amadorismo com que os aspectos tácticos e de liderança eram vistos. Será difícil a um qualquer jogador que tenha sido liderado e ensinado por Mourinho ter o mesmo respeito, consideração e confiança pelo seu líder, se este for um Jaime Pacheco, um Vítor Manuel ou, por muito que me custe e até ver, um Víctor Fernandez…
Ao mesmo tempo que admiro incondicionalmente o seu trabalho como treinador, penso que como homem Mourinho deixa muito a desejar. Desde sempre, começando no Benfica, passando por Leiria e Porto e agora no Chelsea, que achei que Mourinho era mal formado, vaidoso e com um desadequado gosto pelo auto-elogio e pelo culto da sua própria personalidade. Numa altura em que podia ser magnânimo, em que poucos lhe regateiam elogios, afirmações como aquelas que proferiu ao “Expresso”, e que tem vindo a reiterar através de intenções e comportamentos, são perfeitamente escusadas e escondem a sagacidade e inteligência que mostra nos estádios, campos de treino e centros de estágio. Aliás, nunca conseguirei perceber porque não festejou connosco em Gelsenkirchen, quando todos os portistas entoavam, em delírio, o seu nome. Nunca a massa associativa do FC Porto hesitou em dispensar-lhe apoio e sentido carinho.
Por tudo isto penso que Mourinho não terá a recepção que podia ter, hoje à noite. Será aplaudido, sem dúvida. Até porque os tempos de glória no Porto, estranha e incompreensivelmente, parecem já assustadoramente distantes. Mas será um aplauso racional, pensado e devido. Não será a vénia e aclamação entusiasta de uma multidão ao seu herói, mas sim o cumprimento ao seu antigo líder de glórias sempre desejadas, mas julgadas inalcançáveis. Não terá a emoção e a paixão de um regresso de um pai, mas a razão e o calculismo do retorno, ainda que pontual, daquele que desempenhou brilhantemente o seu trabalho.
Não vou ver o jogo. Não porque não queira ver ao vivo Mourinho do outro lado ou não soubesse o que fazer no momento da sua entrada em campo. Confesso que possivelmente iria aplaudi-lo, pela incontida alegria e felicidade que me deu e pelo que me continua a dar, ao saber que pelo menos uma vez por semana posso ver uma equipa a jogar o único futebol que, agora e por sua culpa, consigo verdadeiramente admirar. Mas a verdade é que não sinto especial impulso e vontade de o fazer. E não tenho a menor dúvida que quase todo estádio irá fazê-lo. Aliás, penso que, a haver assobios relevantes, esses serão dirigidos ao banco que já, em tempos não muito distantes, foi dele…

Crise política

Relativamente à anunciada dissolução da Assembleia da República, apesar de eu próprio ter ficado aliviado com a perspectiva do fim das contínuas e infelizes intervenções do Primeiro-Ministro, penso que o comportamento do Presidente da República não é, de modo algum, irrepreensível. De facto, é estranho que uma decisão de tal gravidade não tenha sido acompanhada por fundamentações muito sólidas que deveriam ter sido já apresentadas ao País. Por outro lado, as diligências necessárias ao desencadear do processo, nomeadamente a audição dos partidos e a convocação do Conselho de Estado, tardam em ser feitas e parecem ser apenas mera burocracia, uma vez que a decisão está já tomada. Também o "lapso" que ocorreu na comunicação à segunda figura do Estado não abona nada em favor das Instituições Democráticas.
Espero que, pelo menos, no fim desta crise surja uma maioria estável para suportar um Governo de legislatura. O pior que nos pode acontecer é andarmos em eleições de 2 em 2 anos. Assim, ainda que para mim a ideia de uma maioria absoluta do PS seja arrepiante, se isso significar um Governo de 4 anos é um mal menor. É que um PS com maioria relativa vai negociar com a esquerda e aí teremos o Dr. Francisco Louçã e o camarada Jerónimo a comandarem os destinos do País. E nesse caso, seria pior a emenda que o soneto...

6.12.04

Comigo, os médicos vão ser respeitados

É este o lema da candidatura do Dr. José Miguel Boquinhas a bastonário da Ordem dos Médicos. Hoje mesmo recebi em casa mais uma carta de propaganda eleitoral desta candidatura com uma mensagem especial do Dr. Miguel Leão.
Em primeiro lugar quero esclarecer que não sou apoiante de nenhuma candidatura. Por outro lado, não posso deixar de criticar a postura que o Dr. Leão vem assumindo ao longo dos últimos anos e que considero ser um factor relevante, pela sua visibilidade pública, de descrédito de toda a classe médica.
Reportando-me à mensagem do Dr. Miguel Leão devo dizer que a considero toda ela, do princípio ao fim, vergonhosa. Para não ser maçador vou só apontar alguns aspectos mais representativos.

"Escrevo-lhe como Mandatário Nacional do José Miguel Boquinhas. Trato-o assim porque tive o mesmo tratamento de intimidade com o saudoso Manuel Eugénio Machado Macedo e com António Gentil Martins".

O que quer o Dr. Leão dizer com esta frase? Será que quer apresentar-se como aquele que trata por "tu" os grandes nomes da Medicina portuguesa e é ele próprio um logro? Porque se assim não fosse não precisava de se apresentar desta forma no mínimo deselegante.

"Felizmente o José Miguel Boquinhas nunca foi elogiado pelo Ministro da Saúde, como sendo um bom interlocutor".

É este o critério por que se rege o Dr. Miguel Leão? Será que para ser um bom Bastonário é preciso ser repudiado pelo Ministro da Saúde?

"Escolho o Poder dos Médicos e excluo quem representa a proximidade sistemática ao poder político".

Será que o Dr. Miguel Leão está esquecido que o Dr. José Boquinhas foi Secretário de Estado de um governo socialista?

Lamento profundamente que pessoas que ocupam cargos de tão grande responsabilidade façam intervenções públicas de tão baixo nível. Com ele os médicos vão ser respeitados?

Santana não desiste!

Independentemente de ideologias políticas, Santana Lopes preconizou um belo discurso de encerramento da discussão do orçamento de estado para 2005.

Esperança

Já se percebeu que para muitos apaniguados de Santana e Portas a grande esperança chama-se Kerry.

Velhos Piratas


Sid Meier's Pirates está de volta! O regresso de um clássico.

Música

Aqui vão algumas sugestões musicais de grande qualidade:

  • The Notwist
  • Chambao
  • Interpol
  • Zakir Hussain
  • (canção) "So broken" Bjork c/ Raimundo Amador, live Jools Holland

... e um site muito fixe para pesquisar grupos: www.musicplasma.com

Casamento secreto

Correm rumores que o bom do XXXXXXX e o XXXXXX vão finalmente dar o nó. A cerimónia, que se espera altamente secreta e rodeada de extremas medidas de segurança, terá lugar, ainda segundo as mesmas fontes, na cidade condal da vizinha Espanha. Ao acto deverão comparecer figuras como Elton John, Eusébio, João Soares, George Bush, Francisco Louçã, este em representação de Miguel Portas, alguns transformistas, o núcleo duro do Parque Eduardo VII, o casal Mário Soares e Freitas do Amaral, entre outros.
Os padrinhos serão, ao que tudo indica, o Major Valentim Loureiro e Ana Gomes.
A cerimónia será presidida por Mota Amaral.

Funcionários Públicos, uma herança para o futuro!

São o cancro da nossa economia. Produzem indispensáveis selos brancos e filas de espera, reclamam e atendem com a postura de quem está a fazer um favor, como se não fossem pagos, e ainda por cima por nós. Penso que representam cerca de 15% da população activa deste país de Tugas, o que é dramático. São centenas de milhar de mangas de alpaca com indisposição permanente de 2.ª feira, que trabalham pouco, recebem muito, podem votar e dar-nos cabo da vida. Adoram dizer que não... Enfim. Felizmente também os há bons. Mas poucos, porque são bons. Destaque, pela positiva, para a Secretaria Notarial da Póvoa de Varzim.
Há uns tempos, em discussão com uma conservadora de um desses maravilhosos e mal-funcionantes serviços, ela perguntava-me, enquanto eu escrevia no "seu" livro amarelo, onde é que ela poderia escrever se não gostasse dos serviços prestados, por exemplo, por um advogado. Expliquei-lhe, pacientemente, que para além de se poder queixar à Ordem dos Advogados (o que em boa verdade não lhe serviria de muito), podia ir a outro advogado e que eu ficaria sem cliente. Ela, por seu turno, ter-me-ia sempre como cliente, gostasse ou não gostasse eu do trabalho por ela prestado ou pelos "seus" serviços, por mais folhas brancas do livro amarelo que eu escrevesse a azul, negro ou até a vermelho, teria sempre de ali me deslocar.
Já tínhamos poucos, por isso o genial governo do Engº Guterres, ao invés de fomentar o aparecimento de novas empresas que produzissem algo mais que selos brancos e certidões, no lugar de formar os desempregados e se necessário pagar durante alguns meses os seus salários às empresas que nasceriam, preferiu recorrer ao difícil método de disfarçar o desemprego criando milhares de postos na função pública. Brilhante!
O resultado está à vista: é impossível um país crescer economicamente, é impossível haver retoma económica, é impossível um país andar para a frente quando 15% da sua população activa não gera riqueza efectiva. Ninguém come ou veste papéis, não se exportam papéis carimbados, não se visitam papéis....
E agora assobiam para o ar, como se isso tivesse sido da responsabilidade de alguém do tempo dos seus avós. E indignam-se por passado 3 ou 4 anos ainda se falar do desastre que foi a governação socialista, da falta de educação de apontar erros passados.
Sim, porque o que está para trás não vale nem conta, porque para alguns muitos dos que vivem no, e do, irresponsável mundo de faz de conta da política, esta é como um jogo com vidas infinitas: por mais asneiras que se faça continua-se a jogar...
P.S. Ao contrário do que um tal de Santos Silva - claramente não o Artur - quis fazer passar este fim-de-semana em artigo de (má) opinião, os erros do Tonecas não se ficaram pelo orçamento limiano. Com esses podíamos nós bem...

Desplante e delírio

O inimputável Luís Delgado vem agora estabelecer paralelismos entre as eleições americanas e as portuguesas esquecendo-se que nas eleições portuguesas votam, evidentemente, os portugueses (inversamente, os analistas europeus, tinham esquecido que "apenas" os americanos votam nas suas eleições). Quanto à estratégia de vitimização, não me parece que vá dar grandes frutos, uma vez que o sentimento geral não exprime qualquer indignação perante novas eleições. Até no site oficial do PSD a maioria dos visitantes concordou com a posição do PR.
Mas Luís Delgado não fica por aqui, escreve ainda "Arrisco mesmo dizer que, se o país tivesse memória e não houvesse um geral clima de impunidade, muitos dos nossos colunistas já não teriam «carteira profissional». Porque se enganam sistematicamente."
O que não se percebe é como é que ele ainda tem carteira profissional.

Voto útil

Ouvi hoje, ao acordar, as mobilizadoras declarações desse grande homem de estado que é Jorge Coelho! Dei imediatamente comigo a pensar que um voto em Santana, a quem não reconheço qualquer capacidade de nos liderar, é menos um na cavalgada para a maioria absoluta do PS.
Mas, por outro lado, se um voto em Santana for um voto em Portas...

Não há votos negativos?

Coligação

A eventual coligação PSD-PP reforça a minha convicção de me abster ou de votar em branco nas próximas eleições. Preciso de uma desculpa...

5.12.04

Agradecimento

Gostaria de agradecer a oportunidade que foi-me concedida para participar neste blog. Espero contribuir para que a "Linha do Horizonte" seja cada vez mais nítida!

Seinfeld


Hoje comprei os DVDs da melhor série de TV de sempre!

4.12.04

Não se avizinham tempos fáceis

Para perceber o deplorável estado do PSD, ler o editorial de JMF no Público de hoje.

Uma carta sem resposta

13 de Abril de 1901

Professor Wilhelm Ostwald
Universidade de Leipzig
Leipzig, Alemanha

Estimado Sr. Professor!

Por favor, perdoe a um pai que tem a ousadia de se lhe dirigir, estimado Sr. Professor, no interesse do seu próprio filho.
Começarei por dizer-lhe que o meu filho Albert tem 22 anos de idade, que [...] se sente profundamente infeliz com o seu actual estado de desemprego e que o sentimento de que a sua carreira está desencaminhada e de que perdeu o contacto com o meio se enraíza cada vez mais a cada dia que passa. Além disso, atormenta-o o pensamento de ser um fardo para nós, pessoas de possibilidades modestas.
Tomei a liberdade de me dirigir [a si] com o humilde pedido de que [...] lhe escreva, se possível, algumas palavras de encorajamento, de forma a que ele possa recuperar a alegria de viver e trabalhar.
Se, para além disso, pudesse assegurar-lhe um cargo de assistente agora ou no próximo Outono, a minha gratidão não teria limites [...].
Tomo também a liberdade de mencionar que o meu filho nada sabe acerca da minha invulgar diligência.

Fico, muito estimado Sr. Professor, à sua disposição

Hermann Einstein

in "The Collected Papers of Albert Einstein, vol I"

Haja vontade!

Sou um leitor assíduo das habituais crónicas do Miguel Sousa Tavares, quer no "Público", quer em "A Bola". Admito que, mais do que concordar com as suas opiniões e pontos de vista (o que, apesar de algumas diferenças ideológicas, acontece com frequência), sou admirador do seu estilo frontal e agressivo, mesmo que por vezes seja acusado de exagerada violência ou "virulência", como ele lhe chamou esta sexta-feira.
Quero, aliás, dizer que não partilho da ideia de que é preciso ter passado por uma qualquer situação para poder fazer sobre ela qualquer juízo de valor.
No entanto, desde há uns tempos a esta parte que começo também a pensar que um homem que me parece capaz e inteligente, como ele de facto aparenta ser, devia fazer algo mais do que sentar-se do alto de uma intocável e visível tribuna e atirar em tudo e em todos, quase sem distinção. É que se nos pusermos a pensar, poucos são os artigos que ele escreve em que elogie uma medida, uma ideia proposta ou um comportamento tornado público. Além do direito inalienável e do dever cívico de criticar, alguém como Miguel Sousa Tavares devia igualmente procurar intervir de forma mais concreta e directa na vida do nosso país, pois além da reconhecida capacidade, tem meios e oportunidades para o fazer.
Vem isto a propósito da sua revelação, esta semana, de que foi convidado pelo nosso, ainda, primeiro-ministro para ser o seu nº 2 na corrida à presidência da Câmara de Lisboa. Tendo também, revelado que, como é óbvio, recusou esse convite.
Que me lembre, Miguel Sousa Tavares também recusou encabeçar o projecto que haveria de trazer o Euro2004 para Portugal, entre outros.
Independentemente das razões muito válidas que tenha tido para recusar esses convites, que as terá, certamente, o que acho importante, é realçar que muitos preferem sempre ter o papel de juízes da obra dos outros, do que fazerem-na eles mesmos. É sempre mais fácil criticar o que ficou por fazer do que lançar mãos à obra para fazermos nós. Foram muitos os que vieram a terreiro dizer que Cavaco Silva não tinha descoberto a pólvora o fim-de-semana passado, pois eles próprios já tinham dito o mesmo, muito tempo antes. A diferença é que eles sempre se limitaram a dizer isso, mesmo sobre aqueles que agora elogiam despudoradamente e sem memória, e Cavaco Silva tem a legitimidade de quem já tentou e (para muitos como é o meu caso) muito fez pelo nosso país, de quem já acreditou em projectos e neles se envolveu. E é essa legitimidade que lhe dá agora redobrada autoridade para avaliar que os que agora lá estão não querem, não conseguem e não sabem fazer aquilo para o qual estão (auto)mandatados.
Também neste aspecto, espero que este blog não se limite a lançar meras intenções...

Até quando?

Começa a ser enternecedor assistir aos jogos do FCP. Uma equipa acéfala, sem orientação táctica, que joga sempre o suficiente para perder. O que se passou ontem foi mais um triste episódio protagonizado pelo "Campeão Europeu" (?) que apresentou uma equipa com excelentes jogadores mas que não sabem o que estão a fazer em campo. Até quando pode o FCP continuar a prescindir de um treinador?

Obrigado e desejos de uma longa e controversa existência!

Queria começar por agradecer ao meu irmão, o insuspeito Horácio Azevedo, por me ter convidado para participar de forma activa neste blog.
Penso que é importante surgirem este tipo de iniciativas, pois todos temos a ganhar com existência de fóruns de discussão, desde que, claro, esta seja aberta, franca e livre. Algo que, não tenho a menor dúvida, acontecerá neste espaço. Aliás, queria desde já fazer um apelo aos seus fundadores para que alarguem o mais que puderem os convites à participação, sempre, claro, com garantias de criatividade, seriedade e objectividade (mesmo correndo o sério risco de contra mim estar a escrever). Um fórum deste género só poderá sobreviver, pelo menos de forma interessante e gartificante, e até crescer, se quem com ele contactar sentir que pode, de alguma forma, intervir.
Declaro, desde já e da minha parte, abertas as hostilidades!

Eleições na Ordem dos Médicos

Até dia 15 de Dezembro decorre o período de votação para a Presidência, Órgãos Regionais e Distritais da Ordem dos Médicos. A campanha eleitoral parece ter sido um sucesso, pois foi com surpresa que ao receber por correio os boletins de voto verifiquei que havia mais um candidato a Bastonário! Para os indecisos parece ser uma opção simpática, até porque foi o único que não nos incomodou com o "lixo postal". Além disso, não se conhecem os seus apoiantes, o que, à partida, é uma grande vantagem. Para mim, este candidato pode ser a grande revelação destas eleições.

Disparates

Mesmo para um sócio do FCP, a asneira é livre nos editoriais deste jornal.

Evidência

"Mesmo um relógio parado acerta nas horas duas vezes por dia". Citação livre. Anything Else by Woody Allen.

3.12.04

Porto 0-1 Beira-Mar

Nuvens negras no horizonte.

Mensagem de boas-vindas

Sejam benvindos ao blog "Linha do Horizonte".O nosso propósito neste fórum é tentar explorar algumas questões que se nos colocam no dia-a-dia. Fazemos votos para que, ao longo da viagem que iniciamos hoje, possamos vislumbrar algumas orientações que nos conduzam numa rota segura.

Alexandre, o Grande


Ontem estreou um filme que aguardo com expectativa. As críticas nos EUA não foram famosas. Apesar de Oliver Stone não me suscitar especial entusiasmo...

Eleições para a Desordem de Portugal

Já decidi que me vou abster pela primeira vez numas eleições. Não voto nas próximas legislativas.

Eleições para a Ordem dos Médicos

Ontem recebi mais uma grande quantidade de lixo postal da Ordem dos Médicos. Ainda não decidi em quem votar, e tu Joaquim?