28.4.06

Num fim-de-semana, perto de si


O cenário não deverá ser bem este, mas as saudades são tantas...

27.4.06

Libertem o Sá

O país desportivo anda comovido com o castigo aplicado a Sá Pinto.
Recapitulando, Sá Pinto, jogador do Sporting, tinha decidido acabar a sua carreira no final desta época. Acontece que foi expulso no último jogo, contra a Naval, e, faltando apenas duas jornadas para o campeonato acabar, a comissão disciplinar puniu-o com dois jogos de suspensão. Resultado: se mantiver o prometido, não joga mais.
Para não variar, seguindo a velha teoria da total desresponsabilização dos jogadores de futebol, surgiram logo vozes a clamar injustiça e a atacar a falta de bom senso dos senhores dita comissão.
Ricardo Sá Pinto é um jogador muito experiente, com mais de 15 anos de carreira, e capitão da sua equipa. Tal facto deveria ser sinónimo de maior responsabilidade. No entanto, nunca Sá Pinto demonstrou especial apreço por acatar decisões ou pela disciplina.
No seu currículo constam episódios tão notáveis como agredir o seleccionador nacional. No último jogo, foi expulso por, alegadamente, ter dirigido palavras menos próprias a um árbitro auxiliar.
Sempre admirei o carácter combativo e guerreiro de Sá Pinto, mas sempre achei que, várias vezes, ultrapassava o risco do que era admissível, sempre protegido por uma imprensa que tudo lhe desculpava e que nunca lhe regateou apoio, mesmo na situações mais inesperadas.
A falta de senso não é de quem o puniu, mas dele próprio, principalmente, se pensarmos que ele deveria ser o primeiro a saber do perigo em que colocava o final da sua carreira e, não menos importante, da transcendência, pelo menos em termos financeiros, dos próximos jogos para o seu clube.
Um pequeno apontamento final, no fatídico jogo contra a Naval, Sá Pinto regressava depois ter cumprido um jogo de castigo, também ele motivado por outra expulsão do jogador, no jogo contra o FC Porto.

26.4.06

Valentim quer processar o Estado

Pelo andar da carruagem, a justiça, em Portugal, prepara-se para entrar numa nova era: a dos pedidos de indemnização ao Estado por parte dos arguidos com alguma notoriedade social.
Estranho país este, onde muitos males acontecem, mas onde nunca há culpados, apenas virgens ofendidas…

24.4.06

A realidade da ficção

Quando se fala em casinos e jogo, muitos tendem a lembrar os ambientes sofisticados e românticos frequentados por James Bond. Todos sonham jogar destemidamente Black Jack, perante o olhar lascivo das mulheres que fazem a corte à mesa, ao som da roleta e com um vodka martini a molhar os lábios.
Porém, a maioria esquece que, nesses locais, o nosso herói encontra todo o tipo de bandidos, desde políticos corruptos, passando por assassinos e mercenários, e acabando em chefes da máfia.
Aliás, por alguma razão lhe deram licença para matar…

23.4.06

Campeões!

22.4.06

Metáfora

O tempo

Na semana passada, tudo prometia.
O governo era competente e reformista, com os seus ministros trabalhadores, dirigidos por um primeiro-ministro obstinado em fazer cumprir o seu projecto. Já tinha anunciado uma série de medidas importantes e os indicadores económicos apresentados mostravam um país confiante, que, finalmente, tinha encontrado a cura.
O sol parecia querer aparecer de vez, fazendo justiça à Primavera. Os portugueses adivinhavam os dias de Páscoa brilhantes, solarengos e desocupados. Era a Primavera que tinha chegado, mas era o cheiro do Verão que ansiavam antecipar.
Esta semana, tudo foi diferente.
A Primavera voltou a dar lugar ao Inverno. O cinzento sobrepôs-se ao azul, o brilho tornou-se no reflexo da água das ruas e calçadas e o sol desapareceu.
Depois, vieram os relatórios. Um atrás do outro...

21.4.06

Um bluff criado por Mourinho


Dizem que os próximos a ser enganados serão os adeptos do SC de Braga... Esperemos que não.

Por cá, a festa continua

Notícia do Público de hoje, link não disponível.

"Câmara de Braga anula concurso ganho por familiar de Mesquita Machado

(...) anulou por unanimidade, na reunião de ontem, um concurso público relativo à colocação de placas toponímicas - que incluem a inserção de publicidade - nas ruas do concelho. A decisão foi tomada após a oposição (PSD e CDS-PP) ter criticado a metodologia adoptada nesta hasta pública - no valor de 50 mil euros e válida por 15 anos -, a que se junta o facto "bem mais grave" de a empresa vencedora pertencer a familiares do do presidente Mesquita Machado (PS) e da vereadora socialista Ana Paula Morais, que integraram o júri.(...)


(...) empresa Meio da Rua, Publicidade, Lda - que só foi constituída em Novembro passado e não tem experiência no sector (...)

(...) embora Mesquita se tenha escusado a votar, porque "soube uns dias antes" dessa ligação (...)"

P.S.: Segundo o mesmo jornal, o familiar de Mesquita referido pela oposição é o seu próprio filho...

Infiltrado



****

19.4.06

Alívio

É sem dúvida um conforto saber que há homens como o Sr. Luis Filipe Vieira, que não estão dispostos a compactuar com o estado do futebol português e que põe mesmo em causa a sua continuidade no meio caso nada se altere. A não ser que seja mais uma chantagem à '300 000 kits'...
Por outro lado, é também reconfortante confirmar que continuamos a ter imprensa desportiva imparcial, e que não alinha em propaganda foleira e subserviente a qualquer dirigente desportivo que não gosta de compactuar com o actual estado do futebol português. A não ser que o autor do texto de hoje d' 'A Bola' estivesse a ser tão irónico quanto eu estou a tentar...

P.S.: Peço desculpa, mas não sei colocar aqui o link para o texto acima mencionado, pelo que não posso facilitar o acesso a quem o pretendesse.

Só se vê túnel

Até tinha acordado bem disposto, mas, depois saber o que nos diz o último relatório do Banco de Portugal, não há boa disposição que resista.

18.4.06

Dinheiro fácil

Passado - Se não tem dinheiro para comprar aquilo que deseja, peça emprestado.
Futuro - Se não tem dinheiro para pagar as contas no final do mês, ganhe-o no jogo.

Os portugueses, após terem descoberto o milagre do crédito, preparam-se agora para assistir ao milagre do jogo.

15.4.06

Xeique, com todo o respeito...

O Presidente da Autoridade Palestiniana apelou ontem à União Europeia para recuar na decisão que pôs fim ao financiamento europeu na sequência da postura pró-terrorista do Governo palestiniano, liderado pelo Hamas. Mais de metade da população do país trabalha para a Autoridade Palestiniana e agora, que o dinheiro europeu foi cortado, vive-se uma grave situação social, com salários em atraso e desemprego a níveis muito elevados. Só que o Presidente também avisou a Europa que o povo não abdicará do seu Governo democraticamente eleito (e acrescento eu, do terrorismo e dos sábios ensinamentos do saudoso Xeique Yassin) nem que para isso tenha que comer sal e azeitonas. A situação é, de facto, de grande complexidade e receio bem que, ao contrário do que muita gente tem dito, estejamos perante um verdadeiro choque de civilizações em que o respeito pela civilização palestiniana implica a aceitação do terrorismo como prática legítima, o que, a meu ver, é inaceitável. Portanto, resta-nos continuar firmes na defesa dos valores ocidentais (de matriz judaico-cristã) e suportar as consequências disso.

13.4.06

Angola

Lastimável, a prestação do embaixador de Angola, ontem, na Quadratura do Círculo.
É óbvio que a questão angolana e a sua relação com Portugal não é, nem pode ser linear. Mas mesmo que queiramos defender os nossos interesses lá, o descaramento tem limites.


Estes apelos constantes de Paulo Gorjão têm toda a razão de ser.

12.4.06

Sem supresa, uma vez mais

Com a chegada da Primavera, a comissão disciplinar da Liga deixou o seu estado de hibernação para aplicar um processo sumaríssimo a Ricardo Quaresma, o expoente máximo do trauliteiro reiterado e incorrigível.
Mas, a crer nas decisões anteriores que envolveram Petit e Nuno Gomes, por coincidência, jogadores do Benfica, Quaresma e o F.C. Porto não terão grandes razões para preocupações…

10.4.06

Fumo negro

À imagem do que aconteceu noutros países europeus, começam a aparecer algumas reacções ao anúncio de medidas mais restritivas ao consumo de tabaco em locais públicos.
Um dos argumentos é a de que o estado, na sua fúria reguladora, não pode querer criar uma sociedade esterilizada, forçando cada um a ser saudável, mesmo contra a própria vontade.
Concordo, mas desde que esse entendimento diga apenas respeito a actos que nós possamos tomar contra nós próprios e que nos atinjam apenas a nós.
No caso do tabaco, é diferente. As pessoas que fumam em locais públicos impõem a sua vontade e o seu comportamento aos demais, obrigando-os a conviver com um ambiente que causa verdadeiro desconforto e problemas de saúde àqueles que não fumam.
Acredito que para quem fuma puxar de um cigarro após uma boa refeição é um prazer indispensável. Mas podem ter a certeza de que para quem não fuma, saborear essa mesma refeição com um sujeito a fumar, despreocupadamente, a poucos metros, é, pura e simplesmente, impossível.

Que saudades...

Este site recorda alguns desenhos animados e anûncios publicitários dos anos 80 que povoam o imaginário da nossa infância. A não perder.

9.4.06

A verdadeira festa



Imagem do Maisfutebol

7.4.06

Olhar para o lado

Felizmente, hoje, o Público chama a atenção para o que se passa em Angola, longe dos olhos daqueles que lá querem investir.
Não deixa de ser estranho que a nossa comunicação social, sempre tão célere a condenar as relações perigosas dos E.U.A., França ou Inglaterra com alguns regimes, tenha relatado esta visita de José Sócrates a Angola de José Eduardo dos Santos (literalmente) em tons tão cor-de-rosa.

6.4.06

Choque de gerações

Depois de largos meses a falar de um suposto choque de civilizações, começam a agora a aparecer, cada vez mais insistentemente, sinais de um choque de gerações. Choque esse que se verifica entre a geração daqueles que têm entre os 20 e os 30 anos e a geração dos que têm 50, ou mais, anos.
A propósito da rigidez e da falta de mobilidade do emprego, no continente europeu, começam a surgir comparações entre quem tenta, agora, iniciar uma vida activa, recém-saído da universidade, e aqueles que o fizeram há trinta anos atrás.
Como bem diz José Manuel Fernandes, hoje, no Público (link indisponível), a verdade é que se no passado aqueles que acabavam os seus cursos tinham uma porta enorme de oportunidades à sua frente, hoje em dia, os mais jovens, mesmo não se ficando pela simples licenciatura, esforçando-se e qualificando-se com inúmeras teses de pós-graduação, mestrado ou doutoramento, não encontram mais do que umas pequeníssimas janelas, sem grande expressão, deparando com quase todas as portas fechadas, com ferrolho e trinco duplo.
O que está se está a verificar é que aqueles que têm mais de 50 anos vivem segundo as regras que eles próprios criaram e os tornam indispensáveis e intransferíveis. Pelo contrário, quem agora começa tem que se inserir num mundo em que as regras foram ditadas por aqueles que eles almejam substituir. Resultado, os que deviam ser substituídos, por uma questão de mérito ou de eficiência, trataram de se proteger convenientemente, adquirindo um estatuto de inamovíveis.
É muito frequente para quem inicia uma profissão verificar que certos indivíduos (não todos, obviamente) que sempre foram olhados por quem estava fora do meio como autênticos especialistas e fora de série, não passam de profissionais vulgares, acomodados, sem brilhantismo, que apenas se limitaram a lucrar com a falta de concorrência. Se, num mercado livre, o seu destino seria a escolha entre a competitividade e o desaparecimento, num mercado fechado e com regras viciadas o resultado é a acomodação.
Sob a desculpa de um Estado Social (em que ainda acredito) que a todos tem de acorrer, criou-se uma verdadeira malha de direitos, intransponível e inalienável, que traz a prosperidade (merecidamente ou não) para os que estão no fim da sua vida activa, mas deixa na miséria quem a pretende iniciar.
O problema do chamado Contrato de Primeiro Emprego não é tentar introduzir flexibilidade no mercado de trabalho para aqueles que têm menos de 26 anos, porque desses são poucos os que têm emprego. O maior problema é que seria necessário alargar essa flexibilidade a todos os escalões etários, mesmo que não nos termos que estão previstos para o CPE e que apenas se compreendem pelo seu curto alcance.
Os mais jovens que tentam, também eles, manter a situação, fazem-no na esperança de um dia poderem, eles próprios, assistir comodamente a tudo isto, mas o mais provável é que esse dia não passe de uma inalcançável miragem.
É óbvio que não defendo aqui um mercado de trabalho totalmente liberal, desprotegido e desregulado, mas penso que urge repensar esse mercado no continente europeu, mesmo que para isso fosse necessário colocar em dúvida alguns direitos que já considerávamos inalienáveis.

5.4.06

Uma mão cheia de nada

A mais dura das realidades é que grande parte daqueles que se têm manifestado nas ruas de França, a propósito do Contrato de Primeiro Emprego, vão chegar aos 26 anos sem emprego para serem despedidos, com ou sem justa causa. E é isso que muitos teimam em não querer compreender nem enfrentar.

3.4.06

Lições de vida

Francisco nunca foi um rapaz brilhante. Sempre lhe custou acordar de manhã para ir para escola, preferindo mil vezes enfrentar uma tarde a ajudar o pai no campo, a digladiar-se com uma equação ou um texto.
Por via disso, sempre aprendeu muito mais com os amigos na rua do que com os professores, nas aulas. Assim, desde cedo, o Chico começou a ver a vida com olhos adultos e desenrascados, compensando com a esperteza dos que se fazem a inteligência e o saber dos que estudam.
Foi por tudo isto que não ligou aos que lhe diziam que se deixasse a escola tão cedo nunca seria ninguém na vida. Ele sabia que não era preciso estudar para ter dinheiro e poder dizer que sim aos desejos que cada vez mais povoavam a sua cabeça. Apenas precisava de um pouco de engenho e matreirice. E isso sobrava-lhe, desde os tempos em que ganhava os berlindes todos aos amigos, fosse por que meio fosse. Sempre foi o único do grupo que nunca tinha sido apanhado a roubar fruta da árvore do Zé da Quinta, apesar de ser o que mais vezes lá ia. Até lhe achavam piada por isso. Era daqueles que nunca fazia o que lhe mandavam, mas conseguia safar-se sempre por cima.
Os anos passaram, e o Chico que tinha começado por ser operário da construção civil, decidira avançar por conta própria. O trabalho não faltava e a mão-de-obra barata que vinha de leste aguçava-lhe o brilho dos olhos só de pensar no que podia ganhar. Afinal, a matemática não era tão difícil…
O esquema era simples, fazia uma sociedade e apenas contratava imigrantes que estivessem legais. Assim, não havia inspecção que o chateasse e os vodkas (como lhes chamava) sempre trabalhavam melhor, na segurança de que tudo estava como mandam as regras.
Acabada a obra, recebia o que tinha direito e desaparecia sem deixar rasto, deixando os trabalhadores agarrados aos seus contratos de papel, na esperança que isso lhes devolvesse o resultado de tantos esforços e privações, quando deparavam com a sede da sociedade abandonada e sem bens.
O Chico não tem tido razões de queixa da vida. Anda num Mercedes, último modelo, viaja por onde quer e não lhe falta dinheiro para champanhe, o que lhe dá o respeito e o desejo das mulheres dos bares que frequenta. O que lhe começa a dar mais trabalho é inventar nomes novos para as sociedades que cria, mas isso lá se vai arranjando.
O Andrei veio da Ucrânia à procura de uma vida melhor. Chegado a Portugal fez tudo como devia. Legalizou-se e só trabalhava com contrato escrito e assinado. Como era bom estar num país moderno e verdadeiramente democrata. Para compensar as saudades de casa, ocupava o espírito no trabalho, que lhe chegava a levar mais de 12 horas por dia.
No entanto, nos seis meses em que cá esteve, só recebeu uns míseros 300 euros, que mal lhe deram para comer. O patrão fugiu, deixando por pagar os meses de salário prometidos. Agora não sabe o que há-de fazer. Não tem dinheiro para regressar e mesmo que tivesse, a vergonha não o deixava. Então é esta a vida melhor?...

2.4.06

O que interessa é ter boa imprensa

Ontem ficaram dois penaltis por marcar contra o Benfica. Um jogo sem casos!