31.1.05

Pensamento político-cultural

Para se compreender o pensamento político de Matilde Sousa Franco, que até agora tem sido ignorado pela maioria das pessoas, leia-se o seu artigo no Público de hoje. Se dúvidas restavam quanto à categoria da candidata, elas foram totalmente dissipadas.

Grão a grão...

A administração da FC Porto SAD deveria disponibilizar quais os montantes que despendeu com intermediários, e a quem entregou esses montantes, nas transferências de:

- P. Assunção
- Rossato (compra e venda)
- Thiago Emiliano (compra e venda)
- Carlos Alberto
- Derlei
- Leandro
- Léo Lima
- Cláudio Pitbull
- Cléberson
- Leandro do Bonfim
- Ibson

Última hora

Segundo o jornal "A Bola" Victor Fernandez abandonou o comando técnico do FCP. A confirmar-se será uma excelente notícia para os adeptos do clube. Pode ser que ainda se vá a tempo de se salvar a próxima época...

E tudo o vento levou...

Está época tem mostrado que os dois últimos anos do FCP tinham muito de Mourinho, quase tudo, até. Olhamos para aqueles jogadores que tantas alegrias e jornadas inesquecíveis deram ao futebol português, e só vemos doces recordações, num presente angustiante.
A equipa encontra-se totalmente à deriva, sem identidade, sem fio de jogo, sem disciplina, resumindo, olhamos para o Porto e não vemos nada.
O treinador não se cansa de pedir tempo, actuando como se a responsabilidade fosse de todos, menos dele. Sempre que o jogo lhe corre mal, aparece com o ar mais natural do mundo, a dizer que a equipa jogou mal, não seguiu as suas orientações, não pressionou, falhou golos e andou sempre atrás do resultado. O que ele ainda não percebeu é que é o treinador que tem de fazer alguma coisa para mudar a situação. É para isso que lhe pagam e é essa a sua função. Se for só para traçar diagnósticos, qualquer adepto que costume assistir a meia dúzia de jogos por época consegue chegar à conclusão que Fernandez chegou. Mas olhamos para o banco, e Fernandez parece o mais desesperado e impotente dos adeptos.
Dizia-se que esta não era a sua equipa, pois não tinha tido voz na escolha de nenhum jogador, além de Fabiano (o que, olhando para o seu rendimento, não deixa de ser sintomático).
Vai daí, dispensou-se Carlos Alberto e Derlei. Dizia-se que, com isso, fortalecia-se a disciplina e abafava-se, um pouco, o sotaque brasileiro do balneário. Mandou-se embora um dos jogadores com maior potencial que me lembro de ver jogar e um dos símbolos das últimas conquistas. E se a saída de Derlei até pode ter sido um bom negócio, a de Carlos Alberto é inexplicável.
A verdade é que, chega-se ao final, e o número de jogadores brasileiros até aumentou. Só ontem, a equipa do Porto tinha tantos brasileiros como portugueses no onze inicial. E, com o decorrer do jogo, ficou com uma equipa que certamente faria as delícias do brasileirão.
E, em relação à disciplina, as imagens (tão ao gosto da conselho de disciplina da liga, quando se trata ao FCP) falam por si...
Leó Lima veio subsituir Carlos Alberto. E se foi lesto em nos fazer lembrar o que de pior tinha o pequeno carioca, já quanto ao talento inato, capacidade de drible, de arranque e força, estamos conversados.
Fernandez teve ainda o mérito de nos mostrar que qualquer jogador é melhor do que aqueles que foram campeões da europa. Só assim se compreende que qualquer jogador novo, se chegar ainda a tempo de participar nos últimos 5 minutos do treino, tem, de imediato, lugar no onze.
A este propósito, pode-se questionar também da esolha de alguns jogadores (como Pepe e Fabiano) que poucos compreendem, mas penso que o problema vai muito para além de quem está ou não a jogar.
Não quero com isto diminuir o valor do Braga. Tem, sem dúvida, uma boa equipa, com alguns bons valores. Tem uma defesa muito segura (com destaque para Nunes), um meio campo forte (grande mérito para a descoberta desse craque que é João Alves) e um ataque interessante (onde Wender teima em surpreender, sobrando-lhe em eficácia o que lhe falta em estilo). Sem dúvida, a equipa portuguesa que venceu o Porto com maior contundência. No entanto, olhando para um e outro lado, nunca o jogo poderia ter levado o rumo que levou. Em dez jogos contra o Braga no Dragão, este Porto teria de vencer os dez. Mas pior do que perder, é a forma como perdeu.
A conclusão a retirar de tudo isto é que o prazo de validade de Victor Fernandez terminou, e apesar de a direcção do Porto estar numa posição muito difícil, em consequência do que se passou no início da temporada, e estar longe de se encontrar isenta de responsabilidades em tudo isto, neste momento, a solução passará sempre por tomar uma medida: demitir o treinador.

30.1.05

Eleições Iraquianas

8 milhões de iraquianos foram votar, os restantes fizeram o favor ao Bloco de Esquerda e ficaram em casa.

Mourinho n'A Bola II

— Se acha que já tem Portugal do seu lado, qual o aliciante de ser seleccionador português?
— Quero trabalhar para eles, quero fazer algo que seja para todos, quero contribuir para que sejam, um dia, um pouquinho mais felizes. O meu pai foi um óptimo guarda-redes, tapado na Selecção portuguesa por outros óptimos guarda-redes, foi internacional uma única vez aos 35 anos, aquele Portugal-Irlanda fez com que a sua carreira, que já durava havia 17 anos, ganhasse mais projecção e fizesse claramente sentido. Um grande treinador de futebol, como eu sou, e um treinador marcante e histórico para o futebol português, como eu sou, tem de treinar, um dia, a Selecção portuguesa. Tal como o meu pai, a minha carreira de treinador só fará completo sentido quando, daqui a uns aninhos, tiver oportunidade de treinar a Selecção.
— Sente-se um cidadão ao nível da projecção internacional que tiveram, por exemplo, Amália Rodrigues, Eusébio ou José Saramago?
— A Amália e o Eusébio foram amados pelo seu país. Tiveram extraordinário reconhecimento internacional mas foram, sobretudo, amados por todo o Portugal, do Minho ao Algarve. Se me perguntarem quem são os cinco portugueses mais conhecidos no Mundo, eu acho que sou um deles. Fiz um contrato publicitário com a American Express, no qual, para meu espanto, vou ser a imagem da marca na Europa e na Ásia. E eu perguntei-lhes: na Ásia? Porquê na Ásia? A resposta foi clara: porque na Ásia você tem exactamente o mesmo significado que tem na Europa. Por isso, digo: quem são os cinco portugueses mais conhecidos no Mundo? Devo lá estar eu, o Eusébio, o Figo...

O Inimputável


Corpo à venda

Ler o artigo de Ana Sá Lopes no Público "Este Homem Já Sabem Quem É".

29.1.05

Que queridos!



Jerónimo de Sousa no Expresso (via Barnabé):

- A actual Coreia do Norte não é um embaraço para o PCP?
- Há muitas diferenças e divergências, o nosso rumo será diferente. Mas num momento em que, à escala planetária, o capitalismo tenta impor o seu poder absoluto, quem resiste a essa ordem única merece atenção e acompanhamento. Valorizamos esse facto, sem silenciar as diferenças.

Mourinho n'A Bola


José Mourinho em entrevista ao jornal A Bola:

Se estivesse no FC Porto, como estaria a classificação?
— Acho que já tinha muitos pontos de avanço...
— Qual o favorito à vitória final?
— Há muito tempo que digo o mesmo: FC Porto, FC Porto, FC Porto. E continuo a dizer, mesmo com tanta saída e entrada, que o FC Porto é a equipa mais apta para ganhar o campeonato. Mas, apesar de tanto ponto perdido também, tenho de meter o Sporting neste embrulho.
— E o Benfica?
— O Benfica não consigo meter...
— Porquê?
— Tem um bom treinador, tem quatro ou cinco bons jogadores e pouco mais. Quantos jogadores do Benfica poderiam integrar, por exemplo, o plantel do FC Porto ou o do Sporting?
— O entrevistado é você.
— Dois. Miguel e Simão. Quem mais?


A estrear brevemente, Relatório Kinsey é um filme sobre a vida de uma das figuras mais importantes da Sexologia do século XX. O seu relatório, baseado em milhares de entrevistas, revolucionou a sociedade americana e foi determinante para o desenvolvimento dos actuais conceitos sobre sexualidade. A não perder!

28.1.05

Calilopes



Nunca se viu nada assim!

Santana Lopes promete processar as empresas de sondagem que falhem as suas previsões.
Mas como Santana anda cada vez mais parecido com aquele irritante anúncio televisivo da "worten", ainda vai sobrar para o Presidente da República...

RTP

Se houve dossier que os governos PSD conseguiram resolver foi o da RTP.
O governo de Durão Barroso começou por nomear uma administração independente e, acima de tudo, competente. E resistiu sempre à tentação de controlar ou interferir nos seus conteúdos, principalmente na informação.
Como a administração era forte, era esta que nomeava os seus colaboradores, acabando com a situação muito duvidosa de serem os secretários de estado e os ministro competentes a fazê-lo.
Resultado, a RTP teve os melhores resultados que me recordo e conseguiu recuperar uma certa credibilidade e algum prestígio, junto dos telespectadores, que há muito andavam afastados da televisão pública.
Vem hoje publicado no DN que o PS pretende alterar o modelo actualmente vigente de serviço publico. Confesso que temo o que aí vem.
Primeiro: este modelo tem provado ser o melhor dos muitos que têm sido sucessivamente implementados pelos diversos governos.
Segundo: qual não é o meu espanto quando vejo como porta-voz das ideias socialistas uma das figuras mais ruinosas na história da gestão da RTP, Arons de Carvalho.

27.1.05

Tudo na mesma...

- O país (Lisboa) parou para assistir ao clássico mais apetecido entre duas equipas que, juntas, nos últimos dez anos, ganharam tantos troféus como o Boavista e o Beira-Mar, juntos. E prometem (se Victor Fernandez deixar) continuar assim....
- Mourinho continua a ganhar tudo, imune ao cansaço, lesões, falta de tempo para preparar os jogos, azares, indisciplina ou maldições de qualquer ordem. E sabemos que vai continuar assim...
- O FC Porto prepara-se para comprar mais um brasileiro. E promete continuar assim...
- Fátima Campos Ferreira é talvez a jornalista que consegue juntar mais pessoas na mesma sala, durante mais tempo, sem que de lá consiga sair algo de interessante. E promete continuar assim...
- Freitas do Amaral prepara-se para, pela quarta vez consecutiva, apoiar e votar no partido vencedor. Incongruência? Onde? O Mourinho também ganha sempre...

26.1.05

Ainda e sempre...

Haverá algum dia que Luís Delgado não sonhe com as eleições norte-americanas?

Eu debato... talvez...não sei...logo se vê

Após toda a histeria à volta dos debates, mais uma vez, foi Santana que voltou a ficar mal no final da história, reafirmando uma imagem de desorientação que parecia querer fazer descolar de si.
De início, pôs-se com aquela postura de vai a todos, como quem não tem nada a temer e aguenta com qualquer um. Não se cansando de repetir a cobardia e arrogância que demonstrava o seu opositor (e onde até tinha razão). Depois, invocando um confuso argumento que ainda não percebi qual é, decidiu cancelar as presenças nos debates que já tinha acordado, dizendo que não fazia sentido ir aos debates com os líderes dos outros partidos, enquanto não definisse o seu confronto com Sócrates (não percebo esta motivação).
No final de tudo isto, o único que pode dizer que manteve a sua posição inicial é Sócrates que desde logo disse que faria um debate a dois com Santana e outro com todos os líderes partidários.
Santana fica com o ónus de ter dado o dito por não dito, de ficarmos com a sensação de que vai fazer o que Sócrates quer, e de já ter faltado a um debate, anteriormente agendado e anunciado, com Louçã, na SIC Notícias.

25.1.05

Tumultos em Braga?

O Fórum dos Médicos Internos está de volta e em força. Já começa a haver alguma agitação nos internos do novo Ano Comum com a regulamentação do exame de acesso à especialidade que ainda não saiu. Curiosa a informação de que circulam 2 abaixos-assinados, um deles com origem no Hospital de São Marcos, para tentar impedir que os actuais P2 possam repetir o exame ainda este ano. Faço um apelo a quem tenha mais informações sobre este assunto para aqui as divulgar. Por fim, recomendo vivamente a consulta deste Fórum, mesmo para os não médicos (terão que ter a maçada de ser inscrever mas vão ver que vale bem a pena!).

Francamente pior

A notícia hoje publicada no jornal Público envolvendo o nome de D. Matilde Sousa Franco é verdadeiramente inacreditável. Parece que a ilustre senhora tem um acordo firmado com o PS para assumir, logo depois das eleições, o lugar de Provedora da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa. Este dado é a peça que faltava no vergonhoso puzzle em que consistiu a escolha da cabeça de lista do PS em Coimbra. D. Matilde vende, nesta negociata lúgubre, o nome de seu marido às listas do PS em troca de um cargo altamente apetecível, sem qualquer mérito próprio. Como é possível alguém encabeçar uma lista de deputados se não tem pretensões de vir a ocupar o lugar no Parlamento? O Partido que se envolve nestes jogos descarados e imorais mostra um total desrespeito pelo eleitorado, sendo que o caso Pôncio Monteiro, comparado com este, não passa de uma brincadeira de crianças.
A viúva nunca demonstrou de facto grandes qualidades políticas; esperemos que tenha mais jeito para lidar com os tachos...

Sondagens desfavoráveis ao CDS-PP?

A análise do Margens de Erro.

The Aviator


Grandes expectativas.

Bússola Política

Adicionei à lista de links a bússola política do Público, a versão portuguesa de um teste sobre o alinhamento ideológico já disponível há algum tempo na internet.

Medicina em part-time

Em reposta a um comentário de um leitor publicado no Causa Nossa, não é verdade que os doentes sejam abandonados após as 10-11h, ficando aos cuidados da enfermagem. Nos diversos serviços, a prática é variável, existem médicos de permanência, articulação com o SU, visitas ao Sábado, etc.
A medicina portuguesa tem muitos problemas mas não é saudável que mentiras como estas sejam levianamente publicadas...

Nada de novo...

Quem assistiu ao debate ontem transmitido na RTP1 sobre as políticas de saúde não ficou desapontado com o que viu. De facto, Fátima Campos Ferreira já nos habituou a programas em que são lançadas para o ar ideias em catadupa sem nunca haver tempo para a sua discussão aprofundada.
Também ontem a apresentadora fez-se rodear de dezenas de convidados, todos eles de inegável qualidade e com muito para dizer, mas que apenas tiveram oportunidade de proferir duas ou três frases antes de lhes ser cortada a palavra. As respostas dos políticos não passavam de uma cassete já gasta em que repetiam as banalidades usuais: prioridade dos cuidados de saúde primários, valorização do médico de família e uma melhor gestão, organização e coordenação entre as várias instituições.
Quanto às formas de realizar estes intentos, nada foi dito. Para variar, a única conclusão que se pode tirar é a de que, qualquer que seja o partido vencedor das eleições, a política de saúde será a mesma.

A vaga que vinha que afinal não veio, mas que deve vir

No seguimento do que já havia dito o meu companheiro de blogue Joaquim, continuamos a assitir a um espectáculo verdadeiramente surrealista nos nossos telejornais.
Ontem a notícia era o frio que aí vinha e que ninguém notara, martirizando-nos de inúteis e desinteressantes reportagens sobre os meios a utilizar para combater o frio. Talvez utilizar roupa quente, não sei, pois não sou especialista.
Hoje a notícia é o frio que vinha e afinal não veio, havendo reportagens sobre os meios a utilizar para combater o frio que afinal não foram necessários.
Conclusão: duas não-notícias ocuparam grande parte do tempo dos nossos telejornais cuja função é, dizem eles, informar sobre o que se passa. Ou será sobre o que se vai passar? ou sobre o que acham que se vai passar? ou sobre o que eles pensavam que se ia passar e, afinal, não se passou? Ou sobre o que ainda não se passou, mas se há-de passar?
Com isto ganharam os sem-abrigo, pois o medo da exposição pública, provocado pelo alarmismo sensacionalista das televisões, obrigou as entidades competentes a olhar um bocadinho mais para a sua trágica existência.

24.1.05

Vaga de imbecilidade

Foi um espectáculo triste assistir à abertura dos noticiários televisivos de hoje. Por causa de uma suposta vaga de frio que vai afectar a Península Ibérica nos próximos dias vamos ter que suportar um sem número de reportagens imbecis e irritantes. A situação é ainda mais ridícula devido ao desfazamento que existe entre a alegada gravidade da situação (que está a ser exagerada, provocando alarmismo inútil) e o tom jocoso com que as ditas reportagens são feitas. Das duas uma: ou a situação é mesmo importante e merece um tratamento jornalistico a sério, ou então é uma notícia menor e deve ser referida de forma breve. O que não pode acontecer é ocupar os primeiros 15 minutos do noticiário com reportagens e directos de má qualidade e que nada acrescentam à informação já disponível. Estarei atento, nos próximos dias, às reportagens sobre o evoluir da ominosa situação...


Regresso à normalidade

Com a derrota do Benfica este fim-de-semana, o futebol lá perdeu as honras de abertura do Jornal da Uma, na SIC, voltando ao seu lugar de menor importância, no alinhamento do jornal.

Programa do PS

Tenho pena que, segundo o que me foi dado a conhecer pelo "Público", o novo programa do PS não apresente nenhuma medida para reformar a Justiça.
Uma referência "geral e abstracta" às competências do parlamento no âmbito da investigação criminal parece-me muito pouco.
Tudo, neste momento, gira em volta da Economia, mas esta só funciona se tiver condições para isso. E, ninguém duvide, os tribunais são a linha avançada do Estado de Direito.
Nenhuma sociedade pode funcionar se os que não cumprem a suas regras não forem punidos por isso. Não há concorrência que resista, não há ordem, não há igualdade de oportunidades... Não hão democracia!

22.1.05

Santana na SIC

Pedro Santana Lopes esteve ao seu melhor nível, hoje, na SIC e na SIC Notícias. Mostrou que José Sócrates deve de facto temer o confronto entre ambos em futuros debates.
Estava calmo, bem disposto e cheio de "fair-play". Depois, bastou juntar a sua habitual eloquência e estilo emocional e intimista que assenta que nem uma luva no "Expresso da Meia-Noite". Teve até espaço para explicar alguns mal-entendidos, como o seu discurso de tomada de posse, entre outros.
Desarmante, a sua tirada a Nicolau Santos, quando lhe disse que estava muito calmo, certamente por o ter ali à frente, não podendo arrasá-lo, como costuma fazer nos seus artigos da secção de economia do "Expresso". A isto, Nicolau Santos só conseguiu responder com um sorriso e murmurar: "Não será bem assim..."
Mas a verdade é que Santana tem alguma obra para exibir, enquanto Sócrates continua a ser uma mera recordação de alguma teimosia, num tempo de submissão guterrista, no caso da co-incineração. De resto, nada mais tem para mostrar. Por isso, o seu silêncio torna-se cada vez mais ensurdecedor.
E depois está-se a assistir a um estranho fenómeno: a um Santana cheio de vigor e combativo, responde sempre um Sócrates fechado, sempre a reboque dos acontecimentos e, aparentemente, algo resignado com o que o futuro lhe der.
Tudo isto pode não querer dizer muito, pois o desgaste, por vezes demasiado provocado e artificial, já é muito, mas, sem dúvida, que Santana sente que já viveu piores dias, como prova o sorriso largo com que acabou a sua última intervenção...

21.1.05

As repercussões da doença nos médicos (Parte I)

Um médico é um profissional que tem como missão fundamental a resolução ou o alívio do sofrimento daqueles que o procuram. Perante as muitas situações dramáticas com que se depara, o médico deve usar as suas competências técnicas de forma objectiva e eficaz, o que só consegue se assumir uma postura compreensiva e não simpática, isto é, o médico deve compreender o que o doente está a sentir mas não se deve deixar tomar por esse sentimento.Esta atitude nem sempre é fácil de pôr em prática uma vez que ao confrontar-se com os problemas dos seus doentes, o médico confronta-se com situações que ele próprio ou alguém muito próximo dele já viveu, o que lhe traz más recordações e sentimentos já há muito esquecidos. Para evitar esse desconforto, que é fonte de ansiedade e que pode afectar a sua capacidade decisória, o médico usa mecanismos de defesa inconscientes que lhe permitem abordar as situações mais problemáticas. Um desses mecanismos é passar a olhar para a doença e não para o doente, isto é, o médico foca exclusivamente a sua atenção numa série de sinais e de sintomas que no seu conjunto constituem uma entidade. Deste modo, elimina a componente emocional que lhe é incómoda e passa a trabalhar sobre dados impessoais e mais concretos (análises, exames imagiológicos). Este mecanismo pode ser uma das causas principais do descontentamento dos doentes pois muitas vezes a entidade que o médico definiu como "doença" não coincide com a do doente.

Venha mais uma!

O Presidente da República cometeu uma injustiça ao condecorar a selecção nacional por ter perdido com a Grécia na final do Europeu e ao não fazer o mesmo ao FC Porto por ter ganho tudo o que havia para ganhar no mundo do futebol nestes últimos dois anos.
Por motivos eleitorais, para reparar a injustiça ou por puro populismo, o (ainda) Primeiro-Ministro acabou por conceder, ele próprio, ao FC Porto o Grande Colar de Mérito Desportivo.
Agora, e como em Portugal não há fome que não dê em fartura, Telmo Correia, talvez para não deixar o PP ficar fora da fotografia (ainda para mais tão próximo das eleições), decidiu, também ele, condecorar o FCP, em nome do Ministério do Turismo, pela visibilidade que deu a Portugal com as suas conquistas.
Foi pena termos trocado de relva no Estádio do Dragão, contratando os serviços de uma empresa estrangeira, se não, não acabávamos a época sem sermos condecorados pelo novo ministro da Agricultura.
Em compensação, já o ministro dos Negócios Estrangeiros...

20.1.05

Ridículo

Os blogues de Helena Lopes da Costa e António José Seguro são simplesmente inenarráveis. Parecem saídos de uma qualquer máquina de propaganda de uma ditadura de 3º mundo. Acontece que, se fosse esse o caso, as pessoas eram pura e simplesmente forçadas a olhar para eles, mas como felizmente não é isso que se passa, devem acabar por desaparecer.
Não me admirava nada que se tivessem, ambos, inspirado nos excitantes relatos da vida de Kim Il Sung para eles próprios nos darem o prazer de relatar os seus enormes feitos em prol da humanidade.
Não aconselho a visita, mas se quiserem apreciar vocês mesmos o tom auto-elogioso permanente e o pretensiosismo bacoco destas figuras da política portuguesa.

19.1.05

Esoterismo

A declaração que Nuno Cardoso fez nos telejornais há cerca de uma hora só pode ter compreendida em termos psicopatológicos. O ex-presidente da Câmara do Porto, claramente perturbado, enumerou, em sua defesa, uma série de coincidências que estarão directamente relacionadas com o desenrolar do processo crime. Falou em sondagens, no episódio Pôncio Monteiro e da amizade entre Rui Rio e o Ministro da Justiça como sinais evidentes de uma manipulação dos meios judiciais para prejudicarem a sua carreira política. Ficámos a saber que foi o Dr. Rui Rio, com os seus misteriosos poderes, que constituiu o Eng. Nuno Cardoso como arguido. Com declarações desta qualidade, o Eng. Nuno Cardoso torna-se numa das figuras mais susceptíveis de vir a ingressar no próximo Governo.

Ameaça chinesa

Com a abertura das portas, há uns anos, da O.M.C. à China, o Ocidente viu-se, subitamente, ameaçado por esse monstro económico.
Independentemente das razões que levaram à abertura do comércio mundial aos chineses e das (poucas) exigências que lhes foram feitas, importa meditar sobre o seguinte.
Em conversa com o seu homólogo chinês, Alan Greespan, presidente da Reserva Federal norte-americana, referiu a hipótese de desvalorização do dólar em relação à moeda chinesa, como forma de tornar os preços dos bens norte-americanos mais competitivos em relação aos preços dos bens vindos da China.
O líder chinês concordou que de facto isso era uma possibilidade, no entanto, adiantou que tal medida não iria produzir grandes feitos. É que, neste momento, o custo da mão-de-obra chinesa é cerca de 6% do custo da mão-de-obra norte-americana.
Talvez enviando para lá o Carvalho da Silva...

Skype

Este programa é sem dúvida o melhor para conversações de voz na Internet. Download em www.skype.com

18.1.05

Poder Local

Tenho que manifestar a minha total concordância com as palavras proferidas por Mário Soares ontem na RTP1. O antigo Presidente da República referiu que "passa muita corrupção pelo Poder Local" e que é fonte de graves problemas para o País, nomeadamente no que respeita ao Ambiente e ao Ordenamento do território. Estas afirmações parecem-me relevantes pois vão no sentido inverso do que tem sido o discurso dominante na classe política nos últimos tempos. De facto, têm sido muitas as personalidades a elogiar o Poder Local, dizendo que resolve melhor os problemas das populações e que gere melhor os dinheiros públicos do que o Poder Central. Os autarcas são sempre apontados como defensores dos eleitores e com "obra feita".
Para além dos monstruosos casos que são denunciados pela comunicação social (ex: centros comerciais construídos ilegalmente, favorecimento a clubes de futebol) o Poder Local enferma de um Mal não tão mediático mas de consequências ainda mais gravosas. Refiro-me à chamada "Corrupção de Corredor", que é encarada com naturalidade pelos cidadãos e é já um modo de vida. A corrupção de corredor é assumida como mais um acto burocrático a ser cumprido pelos cidadãos quando recorrem aos Serviços. Esta doença terebrante não mata mas desfigura...

A380/4


A contribuição de cada país para o novo A380.

Velha-a-Branca

Foi adicionado um link ao site da associação cultural bracarense "Velha-a-Branca", da qual o meu amigo e colega Luís Tarroso Gomes é um interessado dinamizador e responsável.
Haja alguém que procure fazer algo pela reduzida oferta cultural que esta cidade tem neste momento.

Airbus A380


O maior avião do mundo.

Seriedade e responsabilidade

Vital Moreira no Causa Nossa não demorou a regozijar-se com as palavras de Freitas do Amaral, sobre o dilema que atravessam neste momento os eleitores do PSD. Recordo que Freitas do Amaral disse que nestas eleições os habituais eleitores do PSD iriam ter de escolher entre manter a actual liderança ou voltar a ter uma liderança séria e responsável.
Sem dúvida que Freitas do Amaral tem razão, o que surpreende é vê-lo agora tecer tão grandes elogios aos antigos líderes sociais democratas.
Quanto a Vital Moreira, não deveria antes o professor ficar preocupado com o facto de Freitas do Amaral, aparentemente, já ter desistido de esperar que os socialistas tenham a capacidade de escolher, tambem eles, um líder sério e responsável...

17.1.05

Por aqui é o caminho...

As televisões estão sempre prontas para pôr em evidência que o povo português é desinteressado da política e não se preocupa verdadeiramente pelos problemas que o país atravessa. Os pivôs dos telejornais, quando entrevistam um político ou fazem alguma peça sobre as campanhas eleitorais, inspirando um ar de autoridade e seriedade suprema, não se eximem em pôr a nu a forma primária, e por vezes ridícula, como os detentores e candidatos a cargos políticos tentam cativar o voto, acusando-os de se fazerem valer da menoridade intelectual de alguns eleitores portugueses.
No entanto, bastou uma vitória do Benfica, e consequente subida ao primeiro posto do campeonato, em igualdade pontual com Porto e Sporting, para que a SIC abrisse o seu Jornal da Uma com os resumos do campeonato, relegando tudo o resto que se passa no país para segundo plano. Tal facto não tem paralelo em nenhum outro país europeu.
Se pensarmos que as mudanças de penteado de um jogador benfiquista são, por vezes, a principal notícia de primeira página dos jornais desportivos portugueses, já sabemos o que é que Sócrates tem que fazer, na opinião de alguma comunicação social portuguesa, para conseguir atingir os objectivos que tão facilmente prometeu aos portugueses.

Dinastias

Nas listas de deputados do PS estão o filho de Mário Soares, o filho de Carlos Candal, a filha de Almeida Santos, a filha de Mesquita Machado, a filha de Luis Filipe Madeira, a irmã de Manuel Alegre... (citando comentário de Real no Barnabé).

Atestados Médicos

Ler o artigo de Luís Salgado de Matos no Público.

Internet

De volta ao blogue. Como a linha ADSL da Oni, resonsável pela Internet lá de casa, já teve melhores dias, estive afastado da Linha do Horizonte.
Incompreensível a atitude da Oni perante tudo isto. Com o lançamento da campanha Oni Duo, navegar ao fim-de-semana torna-se praticamente impossível.
Mas a verdade é que eles não tencionam fazer nada para, pelo menos, remediar o problema.

15.1.05

Mentir

Rui Oliveira e Costa (que não conheço de lado nenhum) disse, na noite das eleições americanas na SIC Notícias, que se Kerry ganhasse no estado da Virginia teria 90% de hipóteses de ganhar as eleições. O Acidental resolveu truncar a afirmação e cita algo que não foi proferido. Esta atitude não destoa muito do que lá se escreve...

14.1.05

Juventudes Populares

Ler o "Plágio democrata-cristão", no Causa Nossa, para constatar a edificante actuação de um tal de Roberto Rodrigues, dirigente da Juventude Popular da Madeira. É preciso ter lata...

Promiscuidade

A habitual de muitos grandes escritórios de advogados, ler no Bloguitica sobre N. Morais Sarmento e a GALP. Sobre o mesmo assunto (a promiscuidade) concordo com o Pula Pula Pulga.

Poesia

Romário dirigindo-se aos jornalistas, acerca de Pelé, depois de este ter dito que Romário devia parar de jogar, pois estava a manchar a sua carreira:

"Ele calado é um poeta!"


Despudor

O FC Porto Entreposto de Jogadores, SAD comprou mais um brasileiro para a equipa B, o conhecidíssimo Cléberson, os empresários (e outros) agradecem...

Confusões na Saúde

Há poucos dias, os enervantes rodapés dos noticiários televisivos passavam a notícia de que Sócrates queria o "fim dos Hospitais-empresa". Durante a reportagem, as declarações de Sócrates em nada confirmaram esta ideia pois o quase certo primeiro-ministro referiu que a sua proposta era transformar os Hospitais S.A. em empresas públicas, o que, na prática e felizmente, pouco altera em relação ao tipo de gestão, que continua a ser empresarial. Enfim, mais um caso triste de confusão lançada pelos jornalistas que ainda não perceberam bem as diferenças entre privatização e empreserialização. No dia seguinte, ouvi várias pessoas, na sua maioria profissionais da área da saúde, a congratularem-se com esta alteração por entenderem que as coisas vão voltar a ser como dantes. Tentei, em vão, desiludi-las pois parece-me que o caminho da exigência e do rigor vai mesmo prosseguir, qualquer que seja o partido que vença as eleições. Infelizmente, poucas pessoas estão conscientes de que a sociedade já não está disposta a tolerar o esbanjamento e o desperdício existente no Sistema de Saúde, ainda que justificado por uma pretensa preocupação com o bem dos doentes. Quando se diz que não se pode poupar com a Saúde, ou que a Saúde não tem preço, isso só significa que se devem usar todos os meios disponíveis e comprovadamente úteis em determinada situação; este axioma não é justificação para o despesismo nem para manter privilégios.

Simples!

Fantástica a forma como Rui Tavares, no Barnabé, identifica os problemas da educação em Portugal, e mostra qual o caminho a seguir.
A mentalidade dos portugueses, os nossos crónicos e antigos problemas estruturais, a riqueza natural de cada país, isso são meros promenores que não interessa lembrar.
Se continua a mostrar tal sagacidade e capacidade criativa, não tenho grandes dúvidas que José Sócrates o convidará para ser o próximo ministro da Educação, já que depois de ter resolvido o problema do crescimento económico, do desemprego e do défice público, só lhe falta mesmo ter a felicidade de contar com o iluminado Tavares.

13.1.05

De um lado e de outro

Questionado sobre se iria repor os benefícios fiscais que tinham sido retirados na última Lei de Orçamento de Estado para 2005, Sócrates respondeu:

"Apesar de ter discordado, o tempo passou e houve uma decisão que agora não deve ser alterada", argumentou, voltando a invocar a importância de Portugal ter "estabilidade no seu sistema fiscal".

É, sem dúvida, uma posição defensável e, acima de tudo, responsável. Mas quem assitiu à forma como os socialistas reagiram ao fim desses benefícios não pode deixar de ficar surpreendido. E diz muito acerca do modo de fazer oposição em Portugal.

Branquinho

A situação insólita do Director Nacional da Polícia de Segurança Pública, ler no Random Precision.

Redescobrir o Brasil

O FCP continua a sua saga em busca de jogadores brasileiros. Após a transferência de Leandro e Léo Lima, acertou agora a vinda de Cláudio Pitbull, vindo do Grémio de Porto Alegre.
E, assim, cai definitivamente por terra o argumento daqueles que justificavam esta surpreendente e frenética movimentação de jogadores com a necessidade de diminuir o contingente brasileiro no plantel e com as vantagens que isso traria ao nível da disciplina do grupo.
A verdade é que, com este entra e sai de jogadores lá para os lados do Dragão, quem lucra são os comissionistas e os seus já famosos 10% do valor da transferência. Principalmente num clube com dinheiro fresco vindo desse verdadeiro banco dos clubes de futebol e de tudo o que os rodeia em que se transformou Abramovich.
Nos últimos tempos, o FCP comprou Carlos Alberto, Paulo Assunção, Rossato e Thiago, para os dispensar poucos meses depois. Alguns deles, caso de P. Assunção, Rossato e Thiago, sem chegarem sequer a conhecer o relvado do clube que os contratou. Até pode ter acontecido que os tenha vendido pelo preço que os comprou (o que não acredito), mas não nos podemos esquecer que tanto no momento da compra, como no momento da venda, houve um "qualquer" empresário de jogadores (Jorge Mendes, provavelmente, que inevitavelmente surge associado a todas as transferências do Porto) que embolsou uns quantos milhões de comissão (pela sua preciosa ajuda), à custa desses pretensos erros e dificuldades de adaptação, sempre invocados neste tipo de situações.
Aliás, quanto a Carlos Alberto que foi dispensado, apesar do seu inegável talento e potencial, com a desculpa de que o seu comportamento, demasiado relaxado e brincalhão, não era próprio de um verdadeiro profissional de futebol, com os correspondentes prejuízos que isso traria para o grupo de trabalho, deixo esta frase que vem hoje em "O Jogo" acerca do mais recente reforço, Cláudio Pitbull:

"Mas se Pitbull é agressivo dentro do campo, fora dele é tão brincalhão como Carlos Alberto. Aliás, o balneário portista vai ficar mais ou menos a mesma coisa depois da troca."

Sic transit gloria Porti...

12.1.05

Portugal dos pequeninos

Foi anunciado que a SIC se prepara para fechar a sua delegação de Braga no espaço de um mês, transferindo os seus colaboradores para a sua delegação do Porto.
Trata-se de uma má noticia, sem dúvida. Não que tivesse notado uma especial atenção por parte da SIC aos principais problemas da nossa cidade ou até do distrito. No entanto, com esta medida ainda ficamos mais longe da atenção do resto do país, principalmente daqueles que podem influenciar e intervir junto dos órgãos de decisão.
Portugal é um país cheio de assimetrias, centralizado, em que tudo se passa em Lisboa e alguma coisa, pouca, no Porto. O resto do país é votado ao esquecimento, só sendo lembrado quando algo realmente fora do comum acontece (geralmente notícias quase circenses, dignas de um qualquer espectáculo de horrores e de puro "voyeurismo" televisivo). Por via disso, todos aqueles que exercem cargos de poder afastados dos grandes centros, como Lisboa ou Porto, não têm de passar pelo exame diário da sua actuação ou pelos juízos da opinião pública(da). Gozam constantemente de grande condescendência, sendo sempre aceites e tolerados, nem que seja pela simples antiguidade no cargo. É como se lá do alto da cadeira da capital se passasse um atestado de menoridade a todo o resto da população que não teve a "felicidade" de aí ter nascido.
A título de exemplo, podemos lembrar o caso de José Luís Judas que por ser autarca da zona de Lisboa, e onde vive gente com acesso à informação, viu as atrocidades que cometeu à frente da Câmara de Cascais expostas em todos os jornais nacionais.
Quem chega a Braga não vê nada melhor do que aquilo que foi (des)feito em Cascais, bem pelo contrário e bem mais reiterado, já que foi feito num espaço de tempo bem mais alargado. Porém, nunca vimos tais factos merecerem umas simples nota de rodapé, agora tão em voga nos espaços de informação televisiva dos nossos canais generalistas.
Este tipo de acções em nada favorecem a democracia, principalmente a democracia local, e apenas contribuem para um Portugal cada vez mais tacanho e sem ambição colectiva.

Sondagens

Muito interessante o blogue de Pedro Magalhães, Margens de erro, para quem deseja perceber melhor o mundo das sondagens.
Ainda mais, neste ano que se avizinha.

11.1.05

A última prova


Impressionantes, as imagens de Fabrizio Meoni (em cima, na foto) caído inanimado nas areias do deserto, com a sua moto a poucos metros. O seu corpo ali prostrado na imensidão do deserto, sem ninguém à sua volta, mostra a nossa própria fragilidade e quão pequeninos somos no meio de tudo isto.
Depois de José Manuel Pérez, Meoni (vencedor da prova por duas vezes) deixa o Dakar e a vida, naquela que seria a sua última participação.

Directores de Serviço

Sem querer entrar em generalizações sempre injustas, chego à conclusão que algumas vezes não há qualquer critério na escolha dos directores de serviço hospitalares. Lá se escolhe alguém que não levante ondas, que não chateie os colegas, um amigalhaço... Depois lá vem o descalabro, cada um faz o que quer, não há regras nem responsabilização.

P.S. - Faço a ressalva que felizmente não deparo com esta situação no meu serviço.

Vale e Azevedo

O antigo presidente do Benfica João Vale e Azevedo foi hoje condenado a um ano e meio de prisão por três crimes de falsificação de documentos no caso Euroárea, sendo aplicada uma pena de seis anos em cúmulo jurídico devido a uma condenação anterior. Vale e Azevedo já cumpriu mais de metade da pena.

Víctor Fernández

Bruno Prata no Público de hoje:

"Por vezes acontece injustamente o contrário, mas começa a ser inadmissível que esteja a ser colocada em causa a qualidade do plantel do FC Porto e não se questione o trabalho de Víctor Fernández. Principalmente a sua incapacidade de gerir os humores e a disciplina no balneário. Mas também muitas das suas opções técnicas. Não lembrava ao diabo que o espanhol fosse ao baú das más recordações buscar um esquema com dois pontas-de-lança e dois alas. Será que já se esqueceram que foi precisamente esse pecado que ajudou decisivamente a que Del Neri não passasse do "período de experiência"?"

Uma questão de fé

Tendo em conta as pobres actuações do FCP no Estádio do Dragão e a sucessão de maus resultados, só comparável aos tempos mais recentes de Octávio Machado, é surpreendente a ainda considerável adesão do público ao estádio (mais de 30 mil no último jogo).
Para analisar correctamente esta aparente tranquilidade da relação entre o clube e a massa de adeptos temos que recuar alguns anos. A contratação de Fernando Santos foi o primeiro sinal desta doença degenerativa que afecta o FCP e a sua direcção. Nessa altura, a situação estava compensada devido ao fenómeno Jardel, que permitiu ainda a conquista sofrida do último campeonato do penta. Posteriormente, mesmo com a vitória em Taças de Portugal, era visível a crescente degradação da equipa, o que levou à substituição de Fernando Santos por Octávio Machado, símbolo de grandes conquistas no clube. Este treinador, ao fim de pouco tempo repudiado pelos associados, não conseguiu piores resultados do que um tal de Victor Fernandez, que ainda goza do benefício da dúvida dos adeptos.
E, perante estes dois casos de flagrante fracasso, porquê a diferença de tratamento pelo público?
A explicação só pode ser uma, resultante de um equívoco chamado José Mourinho! Após 2 anos de conquistas, com tanto de extraordinário como de improvável pela trajectória descendente da equipa nos tempos pré-Mourinho, retomou-se o rumo de desgoverno traçado pela Direcção de Pinto da Costa. O público, deslumbrado pelas vitórias recentes, nunca antes sonhadas, continua a rumar ao Estádio numa atitude quase religiosa para revisitar o lugar onde o milagre aconteceu. Fernandez não é mais do que um sacerdote, de fracas capacidades, que preside ao culto; o Deus Mourinho, esse já só está presente no espírito dos adeptos.

Ainda S. Tomé

A propósito da lamentável peça da SIC sobre a viagem de Morais Sarmento a S. Tomé e Príncipe, não me lembro de assistir a tanta histeria nas faustosas epopeias presidenciais que Mário Soares levava a cabo no estrangeiro.
Parece-me um nítido caso de aproveitamento e demagogia fácil.

10.1.05

FC Porto Entreposto de Jogadores SAD

Vende-se Carlos Alberto por €6 milhões e quem se compra a seguir? Leo Lima do Marítimo!!!
Este Porto pós-Mourinho, que se especializou na compra e venda de jogadores, é uma tristeza...

Filmes de 2004

Sem ordem de preferência, aqui fica a lista dos meus filmes preferidos do último ano.

Lost in translation
Capturing the Friedmans
Big Fish
A Vila
Kill Bill: Vol 2

Obra-prima


Ontem à noite, na RTP1.


Quem passar pela rua Afonso Henriques, em Braga, decerto já reparou na placa do número 112. Das vezes que passei nesta rua nunca vi ninguém entrar na porta que dá acesso ao consultório. Será que as pessoas não entram porque têm medo de serem faladas na cidade? Posted by Hello

Segunda-feira

Apesar de nada de bom se avistar para Portugal nos próximos tempos (vai demorar algum tempo até conseguir interiorizar a voz de Portugal nas bocas socialistas), de continuar a acordar com as palavras desesperadas de Santana Lopes (que parecem ainda mais desesperadas se ouvidas nos noticiários da TSF), de mais um fim de semana desastroso a nível desportivo (o que infelizmente está longe de ser novidade, esta época) e de preverem chuva para toda esta semana (o que, pese embora o meu fanatismo por sol, começa a ser necessário), esta segunda-feira até está a ser agradável.

9.1.05

"Vómito urbanístico"

A opinião de um recém-chegado a Braga!

Férias em São Tomé

Morais Sarmento está, de acordo com o que foi hoje veiculado nos noticiários, a passar uns dias de férias em São Tomé e Príncipe, após uma viagem oficial em que o ministro foi assinar um acordo de cooperação entre a RTP e a televisão desse país. Evidentemente, os dias que excedem o período da viagem oficial estão a ser pagos pelo ministro e não pelo Estado português. Até aqui, devo dizer com franqueza, não consigo vislumbrar qualquer comportamento criticável do ministro uma vez que não há encargos adicionais para o Estado em virtude de ele prolongar a sua estadia em São Tomé. Podemos, no entanto, conceder que nesta situação há o aproveitamento de uma viagem oficial para satisfazer interesses pessoais, o que mesmo sem lesar o Estado, pode levantar problemas éticos.
Ora, acontece que José Junqueiro, um dirigente do Partido Socialista, a propósito desta notícia, acusou o ministro Morais Sarmento de estar a "delapidar o Estado português" numa altura em que o país atravessa uma grave crise orçamental. Esta crítica do PS parece-me incompreensível nos termos em que foi feita. A existir "delapidação" não parece ter sido por o ministro ter prolongado a viagem mas sim pela viagem oficial propriamente dita se, de facto, a visita a São Tomé era supérflua e inútil.
O que realmente me preocupa com esta intervenção de Junqueiro é se o PS quer convencer as pessoas de que evitando esta delapidação do Estado português se pode controlar o défice sem outras medidas profundamente impopulares mas consideradas essenciais pelos especialistas. O corte em certas regalias dos políticos e a poupança nas festas e nas viagens parecem-me medidas totalmente correctas mas não são, de modo nenhum, a solução para os problemas do país.

8.1.05

PR na SIC Notícias

Confesso que tenho gostado do segundo mandato de Jorge Sampaio. Eu que até nem simpatizava muito com o senhor. No entanto, acho que Sampaio errou ao tornar públicas as suas opiniões sobre o nosso sistema eleitoral, neste momento tão delicado, em plena pré-campanha eleitoral, afirmando que se devia facilitar a formação de maiorias estáveis.
Primeiro porque pode dar a entender que está a dar um sinal aos portugueses para votarem num certo sentido, o que, em Portugal, com o estauto que o Presidente da República sempre adquire, seja ele quem for, pode ser muito perigoso para o normal funcionamento do processo democrático.
Depois, porque dá azo a que certas criaturas, como Luís Delgado, venham logo afirmar que o país tinha precisamente uma maioria estável até o Presidente ter decidido dissolver a Assembleia.
Mas, na globalidade, e retirando um Eduardo Prado Coelho que parecia um bocado perdido nas suas próprias ideias (e como sempre algo embevecido com ele próprio), gostei do "Expresso da Meia-Noite" de ontem.

7.1.05

Um mar contra Rio

Não há dúvida que Rui Rio deve mesmo ter algo de especial. E cada vez mais me inclino para que seja algo de muito bom. Se não, repare-se.
O ódio das ditas "forças vivas" da cidade do Porto é tal que estão dispostos a formar um movimento cívico para o combater. Nada de estranho, num país civilizado e com cultura democrática. Estranhíssimo, num país em que o poder autárquico é quase sempre medíocre e incompetente, sensível a interesses pessoais e poderes instalados, e em nenhum caso se observou algo parecido.
Ao contrário de outros, Rui Rio não tem ligações ao lobby da construção civil, preferindo recuperar o centro histórico, em vez de fazer novas urbanizações, triplicando o índice de construção permitido no P.D.M., e conceder benesses aos seus empresários amigos, deixando-os construir grandes superfícies comerciais, mesmo que, anos depois, estas venham a ser julgadas ilegais (quando já nada há a fazer).
Mesmo o argumento de oposição ao F.C. Porto não convence. Eu sou portista e a verdade é que, desde que Rui Rio chegou ao poder, assisti a vitórias que todos julgavam ser impossíveis, incluindo os próprios dirigentes. Com a tremenda oposição de Rui Rio, e mesmo sem os preciosos conselhos tácticos de Fernando Gomes ou Nuno Cardoso, o F.C. Porto venceu uma Liga dos Campeões, uma Taça Uefa, uma Taça Intercontinental, dois Campeonatos e uma Taça de Portugal, entre outros. Talvez os prejuízos sejam outros, e não propriamente na instituição...
Pelo menos por isto, e apesar de alguma inabilidade política de que Rui Rio por vezes padece, se vivesse no Porto, não hesitaria em dar-lhe o meu voto. Parece-me ser uma figura demasiado transparente, numa altura tão obscura da política portuguesa, para nos podermos dar ao luxo de o dispensar.

Humor by Luís Delgado

Depois de Maya agora George W. Bush. Pelo grande humorista L. Delgado...

As listas socialistas

Para constatar a evidente falta de qualidade da vida política portuguesa, ler hoje o editorial de JMF no Público.

Encomenda

Para se perceber como se escrevem artigos por encomenda, como se defende o indefensável, como não ter vergonha na cara, no sítio do costume...

Temos homem!

José Sócrates, respondendo aqueles que diziam que era um candidato sem ideias ou um mero holograma (como lhe chamou Pacheco Pereira), já traçou os seus planos, caso seja eleito Primeiro-Ministro. Pretende reduzir o desemprego, criando cerca de 150.000 postos de trabalho, aumentar o crescimento económico e cumprir o pacto de estabilidade e crescimento imposto pela União Europeia, sem ter de recorrer a qualquer manobra contabilística.

Afinal, não deve ser assim tão difícil...

6.1.05

Futebol português, II parte

Notícia da primeira página do jornal "O Público", de hoje:

Pimenta Machado e Vale e Azevedo Acusados de Falsificar Documentos

O Departamento Central de Investigação e de Acção Penal (DCIAP) do Ministério Público acusou ontem António Pimenta Machado, ex-presidente do Vitória de Guimarães, de quatro crimes de peculato e dois de falsificação de documento. Do rol de acusados constam ainda a sua mulher, por co-autoria numa alegada apropriação de cerca de 820 mil euros, e ainda João Vale Azevedo, ex-presidente do Benfica, por dois crimes de falsificação de documento.

Futebol português

Extracto de uma entrevista, no jornal "O Jogo", de António Tavares-Teles a Paulo Barbosa, empresário de jogadores:

- Quer dizer: você não tem sabido nada do Jorge Ribeiro (jogador do Gil Vicente, desaparecido dos treinos e que é pretendido por outros clubes), é isso...
- Exactamente.

- Sente-se magoado ou desiludido com a atitude dele?
- Não quero ir por aí. O que posso dizer-lhe é que este caso, a ser aquilo que eu penso que ele é, não é um caso que se ponha em termos de mágoa ou de desilusão, mas sim de polícia.

(...)

- Outra coisa: como está a situação do Carlos Alberto? Fica no FC Porto? Vai para o Corinthians?
- É uma questão que terá de ser analisada, essa, a do futuro de Carlos Alberto.

(...)

- Se ele for vendido uma primeira vez, após receber a sua parte dessa venda, você perderá os direitos que tem sobre ele?
- Em primeiro lugar, não é essa a perspectiva que existe entre os parceiros. Em segundo lugar, isso não é possível porque nós temos um acordo firmado com o atleta e com a advogada do atleta, quanto ao futuro dele. De qualquer forma, quero dizer-lhe que o que tenho sabido sobre o assunto tem todos os contornos de uma história sem qualquer elevação nem dignidade, nem no que diz respeito à forma nem ao conteúdo.

5.1.05

Tiro no pé

Ao convidar Pôncio Monteiro para a lista de candidatos do Porto, Santana Lopes pretendia, de forma hábil, refrear o clima de guerra aberta entre o FCP e o PSD (na pessoa de Rui Rio), passando a contar nas suas fileiras, e em posição de destaque, com uma figura próxima de Pinto da Costa. O que Santana não previa, mostrando indelevelmente a sua falta de tacto político, era que Pôncio continuasse a ser o que sempre foi: um adepto do FCP, crítico de Rui Rio e independente da política, expressando abertamente as suas opiniões mesmo que incovenientes para o partido. É claro que não é aceitável que um candidato a deputado fale publicamente contra o número 2 do seu partido, e Pôncio ao aceitar o convite deveria assumir alguma reserva. Mas, para quem ouve os comentários de Pôncio Monteiro há já vários anos, não era difícil prever o que acabou por acontecer.
Quem sai chamuscado de mais este triste episódio é, claramente, Santana Lopes que vê cair por terra uma aposta em que se empenhou pessoalmente e cujo resultado foi precisamente o oposto daquilo que pretendia. O forte aliado que o PSD pretendia ter no FCP é, agora e desgraçadamente, o seu primeiro crítico.

Salário Mínimo

O valor do salário mínimo para 2005, em Portugal, será de € 374,70, o que representa uma subida de € 9,10 ( 2,4%). É difícil imaginar uma família a conseguir sobreviver com este montante e, apenas, tendo de enfrentar as despesas do dia a dia. Mas duvido que neste momento fosse possível fazer muito melhor.
Entretanto, em Espanha, o salário mínimo, em 2005, irá situar-se nos € 512,90, verificando-se uma subida de 4,5%, relativa ao último ano.
Tão perto e, no entanto, cada vez mais longe...

4.1.05

Ano Novo

Pessoalmente, nunca fui de traçar objectivos na passagem do ano. Sempre encarei o virar da página, enquanto estudante e, agora, na vida profissional, não na passagem de ano, mas no final das férias de Verão. Aí, sim, traço objectivos e proponho-me a atingir metas. É no mês de Setembro que planeio o que poderei fazer nos meses que se adivinham e é em Agosto que faço o balanço de como correram os planos que gizei.
No entanto, não resisto a fazer um pequeno sumário do que nos espera, no imediato, em 2005.

Não posso, infelizmente, fugir à tragédia que se abateu sobre o sudeste asiático, e que constituirá um forte teste à capacidade de ajuda e de resposta da comunidade internacional. Será com certeza um facto que marcará o início de 2005, assim como marcou o ano de 2004. Não posso compreender como é que o “Expresso” não escolheu este desastre como acontecimento do ano. E não poderá servir como justificação o facto de ter ocorrido "apenas" em 26 de Dezembro. Um jornal que se auto-intitula como referência em Portugal, tem que ter maior agilidade editorial.

Teremos eleições legislativas antecipadas que, como já foi dito anteriormente, não serão disputadas por ninguém à altura da sua importância para o país, quer a curto, quer a longo prazo.

Teremos, ainda, eleições autárquicas que representarão, mais uma vez, para muitas autarquias, o desperdício e mais uma oportunidade adiada de apostar num verdadeiro desenvolvimento sustentado, democrático, representando a verdadeira descentralização e que justificaram a sua criação. Aliás, não posso deixar de focar, a este respeito, o triste exemplo de Braga, mas prometo que sobre esse assunto me debruçarei no futuro, mais pormenorizadamente.

Será, igualmente, um ano em que se apertará o cerco a eventuais candidatos presidenciais, entre eles, Cavaco Silva e António Guterres, cujos resultados estarão intimamente ligados ao das eleições legislativas.

Teremos a exposição mundial de 2005, em Aichi, no Japão, que contará com a participação de Portugal, num pavilhão dedicado à ecologia e às energias renováveis, e que, ou muito me engano, deverá passar quase despercebida entre nós, tal a distância a que decorrerá. Penso, aliás, nas injustas críticas que foram feitas à organização da Expo 98 por falta de divulgação. É, obviamente, tremendamente difícil cativar pessoas do outro lado do mundo para nos virem visitar…

Desportivamente, e ao nível do futebol, veremos como reagirão os três grandes à paragem do campeonato, e após umas férias que deixaram marcas em todos eles, devido ao incumprimento de alguns no regresso ao trabalho (e aos correspondentes castigos), pouco compreensível, se pensarmos nos elevados salários que auferem, e por via disso, nas maiores responsabilidades que lhes são imputadas.
Ta facto, porém, até poderá ser benéfico para Victor Fernandez que, mais uma vez, terá a desculpa de não ter podido realizar a preparação para o resto da época que se avizinha como certamente pretenderia. Evitando, novamente, comparações (que seriam sempre injustas) com o passado recente do clube que agora orienta.
Será o ano em que se compreenderá se faz sentido a (duvidosa) dupla Veiga – Vieira, bem como, se verá se Peseiro é apenas, e como já foi dito, a versão merceeiro de Mourinho.

Será um ano sem Jogos Olímpicos ou qualquer outra grande competição de massas, pelo menos para os portugueses.

Espero que os outros ajudem a completar o muito que ficou por referir...