A OTA, Claro!
Há algo que eu não consigo perceber e que se repete inumeras vezes na governação do nosso país: porque é que a opinião geral estará sempre errada - ou pelo menos assim o entendem os responsáveis que decidem contra ela?
Há coisas que, por tão óbvias serem, correm o risco de se verem contrariadas por essa mesma facilidade de interpretação. É como aquela sensação tantas vezes vivida em exame, quando a solução nos parece tão imediata, que até duvidamos da veracidade dela. Só que, também nesses casos, vale a pena arriscar a resposta e acertar na posição tomada.
Toda a gente com dois dedos de testa duvidava da viabilidade e, diria mesmo, honestidade, de uma proposta com dez novos (ou praticamente novos) estádios para o EURO 2004. O que parecia demasiado óbvio não demorou sequer um ano a ser confirmado.
Agora, apesar de não ser apanágio da minha parte contestar por contestar (e escrevo isto porque nao tive a possibilidade de me debruçar sobre nenhum dos estudos hoje largamente propagandeados) muito menos quem tem que decidir e optar, é mais uma vez óbvio (pelo menos a quase todos o parece ser) que a opção OTA é altamente duvidosa, e diria mesmo, desonesta. Quanto mais não seja pela afronta que este esbanjar de dinheiro pode representar para quem é confrontado todos os dias com a obrigatoriedade de apertar o cinto nas despesas, e que vê recusado qualquer tipo de projecto de apoio ao investimento face à "conjunctura actual".
Mas, como pelos vistos continuamos a ser um País rico, a "conjunctura actual", não afecta o estado. É óbvio que não pode afectar...
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