Jesualdo Ferreira II

Se a época tivesse acabado em Dezembro, apenas Mourinho conseguiria disputar com Jesualdo Ferreira a mais alta consideração junto dos adeptos portistas.
Mas em Janeiro tudo recomeçou e, desde aí até agora, Jesualdo foi perdendo quase todo o capital de admiração que tinha reunido, ao ponto de quase se ter esquecido o que de bom tinha feito.
O FC Porto perdeu toda a segurança que tinha exibido, jogando sempre sobre brasas e raramente conseguiu fazer um jogo sem sofrer golos.
É certo que o treinador não teve culpa na lesão de Anderson (aliás, pelos vistos, ninguém teve), nem nas lesões e castigos doutros jogadores, mas também não deixa de ser verdade que insistiu em certas opções que dificilmente se conseguem explicar.
Ninguém entende a aposta constante em Lucho Gonzalez, sempre titular e quase insubstituível, embora se arraste pelos campos há largos meses.
Isto apesar de ter Ibson, que apesar do que de bom mostrou com José Couceiro e nesta pré-época, nunca mais voltou a jogar com a regularidade que a sua categoria merece.
Deu o aval às contratações de Mareque e Renteria que apenas servem para justificar despesas.
Tão depressa fez aparecer Bruno Moraes, como pura e simplesmente o esqueceu.
Ainda se deixou levar demasiadas vezes por Alan, nomeadamente, pondo-o a jogar a titular contra o Sporting.
Quer isto dizer que Jesualdo Ferreira ainda não me conseguiu convencer, mas não me parece que seja de todo disparatado dar-lhe uma oportunidade na próxima época. Aliás, cada vez mais, sou da opinião de que a estabilidade numa equipa de futebol é essencial para disfarçar carências e deficiências. Daí não me entrar na cabeça as alterações inopinadas que muitos treinadores teimam em fazer antes dos grandes jogos (v.g. jogo contra o Arsenal, em Londres).