Excomunhão
A notícia de que um bispo da Igreja Católica brasileira terá decretado a excomunhão à mãe e aos médicos que estiveram envolvidos na prática de aborto a uma menina de 9 anos, grávida de gémeos em resultado de ter sido vítima de abuso sexual pelo padrasto, só e pode entender em termos psicopatológicos. Se a prática do aborto coloca, habitualmente, sérios problemas éticos e deontológicos, uma vez que estão em causa direitos antagónicos (direito à auto-determinação vs direito à vida), neste caso, em que a vida da mãe está em risco iminente, não parecem existir dúvidas. Por outro lado, ainda que estivesse em causa a prática de um crime a prática da excomunhão apenas revela uma tentativa desesperada e autoritária de impor a lei religiosa em detrimento das regulamentações jurídicas do país. Este caso não pode deixar de merecer das autoridades máximas da Igreja Católica uma posição clara que permita não só a revogação da medida aplicada mas também o encaminhamento do bispo para uma instituição onde possa ser avaliado sob o ponto de vista psiquiátrico.
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