28.7.06

Uma inevitável pausa

Vou descansar. Provavelmente só voltarei a escrever neste blogue daqui a mês.
Até lá, desejo umas óptimas férias a quem as tiver e bom trabalho para os restantes.

27.7.06

O ataque ao Abrupto

Tem sido estranha a apatia da blogosfera relativamente aos ataques informáticos de quem tem sido alvo o Abrupto, de José Pacheco Pereira.
Num espaço que (aparentemente) tanto preza a liberdade, a indiferença com que muitos têm assistido à difícil vivência do Abrupto nos últimos tempos causa perplexidade. Ou talvez não.
A verdade é que a blogosfera, mesmo com a existência de blogues colectivos, é essencialmente um espaço individual onde cada um dá a sua opinião sobre determinado assunto ou revela especiais conhecimentos em determinada área, com o objectivo máximo de não só ser lido como também ser seguido, apoiado e elogiado, através do obrigatório link, fazendo do Technorati um instrumento indispensável.
Esse individualismo traz ao de cima, inevitavelmente, a vaidade de cada um e a aspiração (natural) de ter os textos mais lidos, comentados e linkados.
É neste aspecto que Pacheco Pereira é culpado e olhado de soslaio por muitos ilustres bloggers, e não só, da nossa praça. Ao ser, acima de tudo, um homem que sempre diz e escreve o que pensa e tendo muitas vezes razão, era óbvio que o seu blogue, um dos fundadores da blogosfera portuguesa, seria uma das referências deste espaço, adquirindo, como disse anteriormente, um carácter quase institucional.
Tal facto trouxe-lhe o ódio (não julgo a palavra demasiado forte) e inveja de muitos, quer políticos, quer bloggers, quer meros observadores ou comentadores, que sempre acharam o seu carácter livre, destemido e arrojado demasiado incómodo, tornando-o num alvo apetecível para a pirataria informática, logo que fosse descoberta alguma falha no sistema.
Sendo a blogosfera um espaço livre e sem regras, ao ver o Abrupto ser cobardemente silenciado, muitos pensam que se trata de um castigo providencial (venha ele donde vier), merecido e que talvez possa servir de lição ao seu autor. Além de ser um dos seus principais concorrentes que está em dificuldades, é aquele que certamente mais desejariam que as sofre.
Da minha parte, espero que o Abrupto consiga ultrapassar definitivamente os ataques e o cobarde pirata seja identificado e castigado exemplarmente.
Uma última referência para a oportuna homenagem do A Fonte ao Abrupto.

26.7.06

Agradecimento e reflexão

Neste dia de estreia em actividade bloguistica activa, gostaria de saudar todos os intervenientes deste blog e felicitá-los pela qualidade das reflexões aqui apresentadas. Espero estar à altura de contribuir mantendo a referida qualidade. Naturalmente que, por relacionamento mais próximo, envio especial abraço ao Rui Pedro, Horácio e João Vilaça.
Numa jornada que se está a revelar especialmente severa, encontro agora um momento para afixar uma inquietude que (acredito que não só para mim) se encontra na ordem do dia:

"Deverão as férias ser encaradas como um período assumidamente merecido, um prémio ao desempenho ou uma forma de tornar o antes e o após um verdadeiro hino à produtividade?"

Continuarei a compô-lo...

Um abraço

Eu, que tenho andado muito longe deste blogue (também graças ao magnífico serviço do Clix que me mantém sem Internet há 1 mês e 6 dias e sem qualquer satisfação), quero deixar aqui um grande abraço ao nosso novo colega Zé Augusto.

Outros horizontes

Ler “Sobre a proporcionalidade (III)”, no Bloguítica, por Paulo Gorjão, e as perguntas a que muitos não querem responder.

25.7.06

Progresso urbanístico

Em Braga, um dos melhores laboratórios de atrocidades urbanísticas existentes no país, começa a surgir um novo tipo de prédio devoluto.
Alguns dos novos edifícios que se constroem não chegam à última fase de acabamento, já que as áreas neles previstas são tão exíguas que não conseguem encontrar quem os compre. Tal facto, aliado à enorme oferta que existe na cidade, leva a que esses prédios fiquem sempre desocupados.
Isto fica-se, essencialmente, a dever à ganância dos construtores que pretendem ganhar o máximo dinheiro possível com o mínimo espaço disponível e a uma câmara municipal que aprova todo e qualquer projecto.
Como resultado, vemos edifícios cuja fase de construção se arrasta perpetuamente, provocando óbvios incómodos nas imediações, uma vez que os passeios e outros equipamentos envolventes nunca chegam a ser concluídos e a paisagem nunca se liberta dos taipais, andaimes e gruas, mantendo as ruas como eternos estaleiros.

24.7.06

Guerra no Médio-Oriente

A guerra entre Israel e o Hezzbolah é o resultado de muitos acordos fechados com todos os tipos de reserva mental, e em que o que mais interessava era aparecer na fotografia de grupo.
Países como a Síria e o Irão, e organizações como o Hamas e Hezzbolah, não são liderados por pessoas de bem e não deixam nem querem deixar dormir descansado ninguém que esteja demasiado perto deles.
Israel há muito que aprendeu a viver sozinha, num ninho de víboras, sem poder esperar grande solidariedade da comunidade internacional quando se trata de meter as mãos na lama.
É uma guerra brutal, como são todas, ainda mais quando se trata de atacar organizações terroristas que utilizam sempre os civis, seja qual for a nacionalidade, como principal meio, quer de ataque quer de defesa.
Apesar de não ter o fácil discernimento da grande maioria da comunicação social portuguesa iluminada pela cartilha bloquista, e mesmo esquecendo o que legitima o poder de cada uma das partes, bastava-me olhar para o ideal de civilização de cada uma delas para saber de que lado estou.

21.7.06

Bom exemplo

Hoje, por dever de ofício, fui ao estabelecimento prisional feminino de Santa Cruz do Bispo. Devo dizer que o que lá vi me deixou positivamente surpreendido.
As instalações, muito recentes e modernas, e as suas cores vivas quase nos fazem esquecer onde estamos, causando inveja, por exemplo, a muitas e reputadas universidades. Os guardas prisionais foram todos muito solícitos e urbanos, e diz quem lá vive que são muito respeitadores.
O estabelecimento proporciona cuidados médicos e dentários de primeira linha, oferecendo ainda uma creche e oficinas para que quem lá esteja possa mais facilmente voltar ou ingressar na vida activa. Além disso, as reclusas podem reunir-se com os advogados com toda a privacidade e algum conforto.
Sem dúvida, que deste modo, a prisão pode cumprir o seu papel socializante, ultrapassando a mera faceta sancionatória. O que, infelizmente, me deixa sempre muitas dúvidas é que quem lá viva consiga aproveitar as oportunidades concedidas.

19.7.06

O Estado é um amigo

À boa maneira do Estado Novo, o banco estatal, a Caixa Geral de Depósitos, vai financiar o Benfica, patrocinando o seu novo centro de estágio, no Seixal.
Informações divulgadas hoje indicam que Armando Vara, administrador da CGD e sócio sempre interessado do Benfica, teve uma participação muito activa e decisiva no negócio.
Curioso, porque desde a sua polémica nomeação, Armando Vara remeteu-se a uma prudente discrição, afastando o seu nome da praça pública, até agora. Não há dúvida, valores mais altos se levantaram.
Entretanto, o Benfica procura um parceiro para o seu estádio e para o seu canal de televisão… Talvez a Direcção Geral do Património e a velha amiga RTP lhe façam a vontade…

Terrorismo informático

Tudo leva a crer que o Abrupto foi alvo de um ataque hacker.
Penso que é algo inédito e demonstra o carácter quase institucional que aquele espaço adquiriu na blogosfera, levando-o a ser um objectivo apetecível deste tipo de ofensivas.

18.7.06

Outros horizontes

A análise às sabujas entrevistas de Maria João Avillez, por João Pedro Henriques, em "Tenho a lista em casa", no Glória Fácil.

Outros horizontes

Muitos parabéns ao A Fonte, que comemorou ontem o segundo aniversário.

17.7.06

A verdade por detrás do capitalismo

Portugal: aposta no Turismo!

Este fim-de-semana resolvi conhecer a nossa costa oeste a norte do cabo carvoeiro e deparei com uma paisagem absolutamente paradisíaca. Questionei-me, se realmente estava em Portugal! A paisagem era deslumbrante: areia branca, falésias rasgadas, ausência de vento, praias desertas a perder de vista, etc., o local ideal para um descanso de uma semana avassaladora.
Além da habitual “sesta” na praia nestas ocasiões, dei por mim a conjecturar, nesta paisagem idílica, porque é que Portugal não aposta de uma vez por todas no único recurso natural que nos podemos vangloriar e tirar proveitos económicos, a nossa costa!!
Nunca vamos ser um potentado económico, nem muito menos um oásis industrial, neste mundo cada vez mais competitivo e virado para as economias emergentes. Os salários serão cada vez mais altos, face aos nossos concorrentes, a nossa lei laboral não permite que os trabalhadores sejam despedidos, a nossa classe política e sindical em particular, e trabalhadores em geral, não têm integridade nem cultura económica para este mundo extremamente concorrencial. Por tudo isto, só nos resta uma solução, tirar partido da nossa costa e da sua beleza natural. O turismo é e será sempre o nosso “diamante”, só temos que o polir e tirar partido dele. A criação de um Ministro do Turismo e do Território, que, juntamente com o Ministro da Economia, criem bases de aproveitamento da nossa costa, com ordenamento, qualidade e sustentabilidade, para cativar investimentos hoteleiros e turistas de classe média e média/alta. Salvaguardando todo a especulação imobiliária, o lobby da construção civil, os autarcas e demais parasitas procurando o lucro fácil, quantos paraísos no litoral e no interior estão por explorar? Quanta beleza natural podemos aproveitar economicamente e utilizar o turismo como a nossa única fonte de receita. Haja a seriedade e vontade politica para criarmos turismo de qualidade preservando o ambiente, o ordenamento, e sustentabilidade de cada região. Todos nós agradecemos, quer pela riqueza gerada, quer pelo aproveitamento e preservação do território nacional!

14.7.06

Casa Pia

Para quem vai acompanhando de fora, ao longe e pela televisão o processo Casa Pia, fica a ideia de que ainda é possível guardar segredos obscuros em Portugal, mesmo quando estão à vista de muita gente e muito próximos das cadeias de informação.

13.7.06

O verdadeiro estímulo à produtividade

Mais uma vez a Matemática

Todos os anos se repete a mesma notícia: menos de metade dos alunos consegue ter positiva a Matemática. Perante isto, e depois de serem ouvidos testemunhos de alunos a confirmarem que a Matemática é, de facto, um "bicho de sete cabeças" surgem sempre alguns exemplos de projectos educativos de "sucesso", onde a disciplina é desmistificada e abordada sob um ponto de vista lúdico. Este ano, suponho que este pacote jornalístico vai ter um "up-grade" importante: as novas medidas que o Ministério da Educação quer pôr em prática para combater o insucesso na Matemática, nomeadamente colocando 2 professores na mesma sala para permitir um acompanhamento mais individualizado aos alunos.
A enorme taxa de insucesso a Matemática (e, em menor escala a outras disciplinas) parece ser, de facto, uma fatalidade a que o país se vai habituando embora, todos os anos, por altura da publicação das notas haja sempre alguma surpresa com os resultados, que costumam superar as expectativas mais pessimistas. E, todos os anos, um novo impulso reformista, com novas medidas inovadoras e milagrosas, pretende pôr cobro a esta situação que envergonha o país. Ora, os resultados nos exames nacionais, quer seja a Matemática ou a outras disciplinas, depende fundamentalmente de dois factores: a qualidade do ensino prestado e os próprios alunos. Em geral, considera-se que maus resultados durante anos consecutivos são um indicador de um sistema de ensino de má qualidade, pois não será correcto atribuir esse mau desempenho a alunos diferentes que, sucessivamente, vão passando pela escola. Só que, se isso é parcialmente certo, a verdade é que mudar apenas os métodos de ensino ou os programas curriculares não vai certamente mudar substancialmente os resultados nos exames. Com efeito, qualquer tentativa de melhorar o sistema de ensino que não se focalize, em primeiro lugar, nos próprios alunos, e na identificação dos aspectos psicológicos e sociais que contribuem para a sua motivação e desempenho, estará inevitavelmente condenada ao fracasso. Penso que a única forma de melhorar, a prazo, os resultados educativos é abandonar a perspectiva comportamentalista do ensino, em que o aluno é encarado como um mero objecto passivo e menorizado, intercalado entre a figura do professor e um exame, e passar a considerar o aluno como um sujeito verdadeiramente activo, central, cujo desempenho, longe de ser um processo mecanico padronizado para todos os alunos, é o resultado de um processamento cognitivo individual, dependente de factores biológicos, psicológicos e sociais.

11.7.06

Por Portugal

Algumas ideias para isenções fiscais (aceitam-se sugestões):

- Isentar de IRS o vencimento dos membros do governo que participem nas negociações do quadro comunitário de apoio.
- Isentar de IRS os honorários dos advogados nas causas que defendam o estado português.
- Isentar de IRS os salários dos que trabalham em empresas que exportem produtos para outros países.
- Isentar de IRS os lucros vindos da venda do vinho do Porto.
- Isentar de IRS os honorários dos médicos que tratem qualquer pessoa inserida nos grupos referidos acima.


Sou demagógico

A Federação Portuguesa de Futebol pretende que os prémios pagos aos seus jogadores pela participação no Mundial de Alemanha sejam isentos de IRS, invocando, para o efeito, o art. 12º, nº 5 do CIRS.
Antes de tudo, acho esta pretensão escandalosa, insultuosa e ultrajante. Não se tratam de amadores ou de pessoas que vivam sacrifícios para poder exercer a modalidade. São profissionais pagos a peso de ouro, que gozam e exigem as melhores condições de trabalho. Lembro-me de uma frase de Luís Figo, após o Mundial de 2002: “Se for para perder prestígio não venho mais à selecção”. E se for para perder as isenções fiscais, como vai ser?
Quanto à referida norma, além de, obviamente, duvidar da sua constitucionalidade, acho-a totalmente incompreensível e injustificável.

Sem vergonha

Mais uma vez, Gilberto Madaíl revela todo o seu carácter ao pedir ao Governo que isente a Selecção do pagamento de IRS. Espera-se, a todo o momento, a reacção enfurecida de um povo constantemente sobressaltado pelos salários e reformas "milionárias" dos gestores e políticos, esse bando de "ladrões" que assalta diariamente o bolso dos portugueses.

10.7.06

Apoiantes

Cavaco Silva, ao melhor estilo sampaísta, propôs que os portugueses transferissem o entusiasmo com que apoiaram a selecção nacional de futebol para “o reforço do desenvolvimento e capacidades do país”.
O Presidente da República ainda não percebeu que os portugueses gostam de futebol porque são outros que têm de correr e de se esforçar por eles. O nosso único trabalho é assistir.

Campeões morais...

Lamentável. É a palavra mais simpática que se pode usar para classificar a recepção ontem feita à selecção de futebol. Foi, sem dúvida, uma encenação muito bem montada, com a complacência da comunicação social, que pretendeu criar um estado de êxtase delirante relativamente aos jogadores e ao seleccionador. Tudo foi perfeito, a começar pelos bonitos jactos de água verde e vermelha lançados para cima do avião, revestindo os heróis nacionais de honra e glória, e a acabar com a presença de Roberto Leal, metáfora decandente da ligação entre Portugal e Brasil, que constituiu uma espécie de homenagem a Scolari, brasileiro que adoptou "A Portuguesa" como hino. Apesar de ter sido uma campanha muito positiva, e isso ninguém pode negar, todo este espectáculo não conseguiu esconder a desilusão e a frustração que marcaram os últimos dias do campeonato. Em pouco tempo, duas derrotas consecutivas impediram o acesso à final e empurraram a equipa para último no campeonato dos quatro primeiros, atrás do resultado dos "magriços". É evidente que o regresso da selecção ao país pode constituir motivo de festa e homenagem aos jogadores, pois o resultado obtido dignifica, em muito, o nosso país. Só que a incontinência emotiva a que assistimos ontem parece não coincidir com o travo amargo que ficou dos últimos jogos...

9.7.06

Um domingo português

Depois da epopeia da selecção portuguesa no Mundial de futebol, nada melhor que a tarde de hoje, no sofá, em frente à televisão, para recuperar a auto-estima nacional.
Primeiro, assistir à recepção terceiro mundista que se fez aos jogadores, com ampla cobertura televisiva.
Depois, a ideia e a imagem ao melhor estilo albanês de que goza a nossa população emigrante, no filme “O amor acontece”.
Que regresse a crise…

7.7.06

Outros horizontes

Ler a via liberal, salpicada com umas lembranças guatemaltecas, por José Pacheco Pereira, em No Puede Ser, no Abrupto (artigo de ontem, no Público).

6.7.06

Ao sexto jogo - o fim

Acabou o Mundial para os portugueses. O que falta é o jogo que ninguém quer jogar, do qual raros se lembram e que poucos vêem.
Fazendo o inevitável balanço, foi uma prestação honrosa da nossa selecção, que levou-nos a sonhar com algo grandioso, mas que, perdoem-me as habituais carpideiras, acabou no máximo das nossas forças, em que apenas e tão só o futebol nos impediu de chegar mais longe.
No jogo contra os franceses nunca me pareceu verdadeiramente que os pudéssemos vencer, com excepção, talvez, do primeiro quarto de hora. No resto, a França controlou sempre o jogo, magistralmente guiada pela inteligência e os pés de veludo de Zidane, o melhor futebolista que o planeta viu jogar desde Maradona.
Mais uma vez sem Deco e com Makelele e Vieira a controlar as operações no meio, os portugueses tentaram sempre fugir para os flancos, mas para esse caminho levar a algum lado era necessário que Portugal tivesse algo mais do que Pauleta, um jogador simpático, humilde, esforçado, mas muito longe de ser o grande ponta de lança que a imprensa nos quer impingir à custa dos seus fantásticos recordes contra o Kuwait, Luxemburgo e outros que tais. Thuram agradeceu e apenas Barthez nos fez sonhar.
Os melhores foram Meira, que fez uma ponta final de campeonato de alto nível, Maniche, sem dúvida, um jogador para todos os jogos, e C. Ronaldo, que mostrou que o talento só sorri a quem Deus quer e, desta vez, com o aliciante de ter visto que havia mais nove a jogar com uma camisola igual à dele.
Quanto a Scolari e pese embora as discordâncias, há que lhe agradecer até onde nos levou, mas revelou, uma vez mais, a dificuldade que tem em alterar o rumo de jogo desde o banco.
E, como quase sempre, acabo a torcer pela Itália, mas se Zizou se despedir como merece também não irei chorar.

5.7.06

Parabéns


Portugal teve um excelente desempenho neste Campeonato do Mundo. Hoje não conseguimos ser melhores que os franceses. C'ést la vie.
Agora vou torcer pela Itália...

Lamentável, ouvir os jogadores portugueses culparem o árbitro pela derrota.

Política nos tribunais

Apesar de se tratar de uma decisão judicial que (assim espero) se baseou na prova produzida em audiência de julgamento, a condenação das cinco pessoas pela prática de aborto proferida pelo tribunal de Aveiro poderá ter evidentes efeitos políticos.
Se a já habitual condenação do médico e da auxiliar nunca merecerá especial consternação por parte da população, uma vez que se tratam de pessoas que ganham a vida infringindo a lei, o mesmo não se passa com as outras três mulheres condenadas.
Ao condenar pela primeira vez as clientes que pretendiam abortar (mesmo que tenha sido com a pena suspensa, facto não despiciendo), o tribunal de Aveiro poderá ter ajudado aqueles mais indecisos quanto à interrupção voluntária da gravidez a decidirem-se definitivamente a favor da sua existência.

4.7.06

Muito mau


O jornal O Jogo deciciu imitar o que de pior e de mais condenável tem a imprensa inglesa, utilizando o que de mais repugnante e insultuoso tem o estilo "tabloid".
Quem viu e ouviu as declarações do jogador francês sabe que se tratou de um mero lapso. Mas mesmo que assim não fosse, nada justifica que o director do jornal (em última instância, o responsável pelo que é publicado) tenha recorrido ao insulto fácil, numa reacção perfeitamente acéfala, dando ideia que pretende a todo o custo agradar a quem já foi alvo de muitos (alguns justificados) ataques por parte daquele jornal.

Muse


Black Holes & Revelations

3.7.06

Dignidade

Este blogue não publica fotografias do rapaz do Montijo.

O quinto jogo

E Portugal venceu, sem grande brilho, mas com a força necessária.
Num Mundial que está longe de ser espectacular, resta-nos apoiar a selecção do nosso país cegamente, sem aspirações a grandes recitais.
Penso que jogaram aqueles que deviam. Sem Deco e com Gerrard, Lampard e Hargreaves do lado contrário, era imperativo que se reforçasse o meio-campo. Apesar da sua fragilidade física, era óbvio que Tiago era quem dava mais garantias de pressão e organização.
Mais uma vez tivemos a sorte do jogo com a incompreensível atitude de Rooney, numa altura em que a Inglaterra começava a tomar perigosamente conta do jogo.
No mais, a prova que Portugal tem equipa para estes grandes torneios. Uma defesa de betão (com Meira irreconhecível nos últimos dois jogos), sistema de jogo cínico quanto baste, coração enorme, um guarda-redes medíocre que se supera nos penáltis e sangue-frio na hora das grandes decisões.
Uma última palavra para C. Ronaldo. Como é que vai ser quando não se puder espreitar no ecrã gigante?