29.9.06

Quão roto está o bolso?...

Todos os meses, quando observo o recibo de vencimento, questiono o investimento que consta da linha com a inscrição "Segurança Social"...

Nota: eu acredito num sistema com os objectivos que são colocados a este Instituto, apenas ponho em dúvida a eficácia de algumas políticas seguidas (e reformas efectuadas) e a visão dos intervenientes sobre os seus impactos.

Nota 2: por "políticas seguidas" entenda-se reformas efectuadas pela gestão executiva e reformas concedidas também por esta gestão executiva...

Justiça

Leitura obrigatória do editorial de J.M.F., no Público, de hoje (link não disponível).

27.9.06

Futebol académico

Ontem, Jesualdo Ferreira seguiu a máxima habitual dos treinadores portugueses.
Durante semanas ou meses treina-se um sistema de jogo e criam-se determinadas rotinas tácticas e hábitos entre os jogadores.
Esse modelo é trabalhado e utilizado, na grande maioria dos jogos, contra as equipas do campeonato interno e contra aqueles adversários teoricamente mais acessíveis. Os resultados são razoáveis ou mesmo bons.
Até que chega o jogo mais importante da época, em que se vai defrontar um adversário mais forte. Qual a solução a apresentar?
Em vez de se apostar no modelo em que se trabalhou durante dias a fio, decide-se inventar, criar o tal efeito surpresa, quebrar os hábitos adquiridos, esperando que uma qualquer inspiração divina decida o jogo a seu favor e os adversários se transformem em baratas tontas, tal a estupefacção pela inovação apresentada e pela genialidade do treinador.
Resultado final: a equipa nunca se encontra dentro de campo, tranformando-se numa presa fácil para um adversário já de si forte e em que apenas o trabalho acumulado poderia diminuir a diferença entre ambos os conjuntos.

P.S. - Por alguma razão, desde que me lembro de acompanhar futebol, o único treinador que nunca optou por demonstrar tamanha sagacidade foi José Mourinho, que apenas se limitava a apostar nos melhores e nos sistemas de jogo trabalhados até então.

26.9.06

Copérnico e Galileu

Ontem, na minha deslocação matinal para o trabalho, quando ouvia a Rádio Universitária do Minho surge num tom pomposo a opinião de José Luís Gomes (penso que era este nome). O homem discorreu uma série de inanidades, clichés de extrema-esquerda, loas a Chavez, os livros de Chomsky, etc. Para terminar surge com um daqueles estudos (agora muito citados, pelo menos por cá, claro que sem origem da fonte) onde demonstrava a ignorância dos norte-americanos sobre geografia. Claro que todos sabemos o obscurantismo científico que reina nos EUA em oposição, por exemplo, com este transbordar de conhecimentos que vemos no nosso país.
Hoje, no Abrupto, pude ver que a ignorância afinal também existe na nossa Europa. Não percam este vídeo, garanto que não é da versão americana do "Quem quer ser milionário?".

Outros horizontes

Para quem não quiser trabalhar, divirta-se a ver algumas pérolas sobre futebol e ténis (uma) retiradas por maradona, em A Causa Foi Modificada.

Outros horizontes

"Cavaco e os sonhos frustrados da direita", por Pedro Correia, no Corta-fitas.

Crescimento

Achei por bem partilhar com os leitores deste blog uma revelação que tive há pouco: a Patrícia Tavares desenvolveu-se muito nos últimos tempos...

23.9.06

Dignidade a metro

Se tínhamos dúvidas relativamente à dignidade da vida de L.F. Vieira agora estamos esclarecidos. Diz o grande Major Valentim: "Que não se meta comigo, porque a minha vida é tão digna como a sua."
Haverá maior ofensa?

Ignorância

Ontem, no Público (link não disponível), o Presidente do Sindicato dos Enfermeiros, José Correia de Azevedo, escreveu um dos mais cretinos artigos de opinião que já tive possibilidade de ler, intitulado "Finalmente a verdade da cesariana". Antes de mais, enferma do habitual mal de alguém se pronunciar sobre algo do que não sabe do que está a falar. Diz o enfermeiro que "são ridículos os argumentos da largura da bacia feminina e outras obscenidades". Afinal para quê estudar Tratados de Obstetrícia, se bastava o enfermeiro Azevedo vir dizer-nos que tudo não passa de uma grande treta?... Escreve também que os "partos normais inutilizam a fauna que proliferou com a invenção das unidades de Neonatologia". O dislate e a ignorância nem merecem comentários. Saberá o senhor que a mortalidade materno-infantil em Portugal tem um dos melhores valores do Mundo?

É inquestionável que via de parto será sempre um problema de enorme discussão na Obstetrícia, estando a cesariana sempre no centro da questão. Hoje, também não ignoramos que a Obstetrícia acarreta grandes riscos para os profissionais, espreitando o risco do processo judicial ao virar da esquina (nos EUA um obstetra tem a probabilidade de 75% de ser processado até ao final da sua carreira). É tudo muito bonito quando corre bem, mas quando surge um problema a culpa é sempre do médico...

Por uma questão de prestígio

Bruno Prata, no Público de hoje, compara Anderson a um Ferrari e Jorginho a "(...) um Audi, mesmo com muitos cavalos (...)".

A conclusão a que se chega é que Bruno Prata (que até mete num bolso a maioria dos jornalistas desportivos que costumo ler) nunca conduziu um Audi. Aliás, se chefiasse o departamento de marketing da marca de Ingolstadt exigiria um imediato pedido de desculpas.

22.9.06

Será que é desta?

Já toda a gente sabia que Luis Filipe Vieira se iria candidatar novamente à presidência do Benfica. Já se esperava que todos os seus choradinhos e revoltas espalhafatosas iriam redundar na argumentação "Eu não queria, mas não podia abandonar aqueles que confiam em mim" e inventasse algum acontecimento (neste caso o processo da comissão disciplinar - estou ansioso pelo seu desenvolvimento...) que tudo viesse alterar no último dia antes da decisão, quando ele já tinha avisado que a iria comunicar na entrevista de ontem há cerca de uma semana...
Também já se esperavam as suas habituais calinadas verbais e os seus pontapés na gramática.
O meu entusiasmo prende-se com a troca de galhardetes que parece estar a começar com o Major. Em 5 minutos, por volta das 13:15 do dia de hoje, já ambos mandaram a mensagem em directo pela televisão. Depois de atiradas mais umas patacoadas para o ar na entrevista de ontem, ao bom estilo de Óctávio Machado, disse hoje o Major na SIC como resposta:
- "Deixo aqui um aviso solene ao senhor LFV: Ele que não se meta comigo, que eu também tenho família!"
Confrontado com a afirmação, segundos depois na TVI, disse a virgem ofendida:
- "A minha vida sempre foi transparente, blá, blá, blá... e ainda tenho que ler bem a ameaça, mas ele que não se meta comigo, que ele não sabe com quem se está a meter!"
Isto é espectáculo!!!
Se a novela continuar, e eu penso que mais uma vez não continuará, deixando os melhores amigos - sem telefonemas por causa das escutas - caladinhos para continuarem todos a ganhar o deles, quem ficará a rir com certeza, será o Pinto da Costa, no seu cantinho a ver todos os episódios...
E é aí que o Porto ganha - é que o seu presidente continua a ser bem mais inteligente do que todos os outros vigaristas que andam no futebol e nunca o irão abandonar, apesar das diárias revoltas, arrependimentos e ameaças.

Cavalheirismo dos novos tempos

Conversa de um aluno de 15 anos, a frequentar o 3º ciclo do ensino básico, para uma professora, em plena sala de aula:

"Eu, se você fosse um homem, dava-lhe dois estalos!"

21.9.06

Outros horizontes

Leitura obrigatória do artigo "O que é que no discurso do Papa interpela o islão?", por José Pacheco Pereira, no Público, de hoje (link indisponível).

Já disponível no Abrupto.

20.9.06

Inteligência artificial

Um dos maiores problemas da tecnologia e dos computadores é que o constante avanço e progresso acabou por prejudicar o seu carácter puramente lúdico. Com o passar dos anos, tornou-se praticamente impossível ter sucesso num qualquer jogo de computador se estivermos muito cansados ou demasiadamente dsitraídos.
No fundo, o jogo de computador deixou de ser um mero acto de divertimento para passar a ser uma autêntica empreitada que tanto nos pode deixar eufóricos como levar-nos ao desespero.
Experimentem-se num qualquer jogo após um arrasador dia de trabalho e sempre a pensar na última zanga que tiveram com a namorada.

19.9.06

Outros horizontes

O velho problema da responsabilidade do Estado, em "A culpa é do mensageiro?", por Pedro Caeiro, no Mar Salgado.

Discussão estéril

Por muito que discutam, ministra da Educação e professores nunca hão de estar de acordo no que respeita ao novo estatuto da carreira docente, nomeadamente, no que diz respeito às normas de progressão na carreira.
Actualmente, essa progressão é feita automaticamente, baseada, fundamentalmente, nos anos de serviço e numas quantas apreciações que mais não são do que meras formalidades, sem qualquer valor. Resultado: qualquer professor, por muito mau que seja o seu desempenho profissional, sabe que chegará ao final do seu percurso de trabalho no último escalão, com todas as regalias que tal implica.
Ao impor verdadeiras regras e critérios de progressão e, pior que isso, ao estabelecer um limite no número total de professores que pode chegar ao último escalão, a ministra sabe que comprou uma guerra eterna com todos os sindicatos e representantes de professores.
No entanto, essa guerra é necessária e deve ir até às últimas consequências.
Em primeiro lugar, só no mundo imaginário de António Guterres é que seria comportável a nível orçamental permitir que todos os professores acabassem no último escalão.
Mas, mesmo a nível de gestão de recursos humanos, é inimaginável que qualquer organização, instituto ou empresa possa prever que todos os seus trabalhadores cheguem a chefes ou administradores. Existe, obrigatoriamente, um ponto em que é impossível subir mais, seja por falta de competência pessoal, seja por falta de necessidade da própria estrutura.
Obviamente, nenhum sindicato tipicamente português (como são os ligados à área da Educação) poderá concordar com uma medida deste tipo. Tal como dificilmente um professor, com excepção daqueles que já atingiram o topo, poderá ficar satisfeito ao ver que lhe estão a tornar o percurso mais difícil e incerto, retirando-lhe grande parte das possibilidades de um dia vir a ganhar mais. A partir daí, qualquer argumento é válido para impedir que se faça alguma coisa.
Porém, quem está de fora, e vê o interesse público por contraposição aos interesses individuais, não pode deixar de sentir que é este o caminho certo.

18.9.06

Ângulo de visão

Em Braga, sempre que a câmara municipal decide alterar o sentido do trânsito ou as regras de circulação de alguma rua é uma nova perspectiva que se adquire para constatar o quanto a cidade está urbanisticamente arruinada...

17.9.06

Critérios jornalísticos

O Papa Bento XVI decidiu clarificar as suas palavras sobre o profeta Maomé, de modo a tentar acalmar os espíritos mais fundamentalistas do Islão.
No entanto, a avaliar pela notícia de abertura da maior parte dos jornais da uma da tarde de hoje, teria sido melhor se o Papa tivesse arquitectado uma maneira de acalmar a indignação dos dirigentes do Sporting...

15.9.06

Portugal Dourado

Hoje, ao lermos no Público mais excertos das escutas telefónicas do processo Apito Dourado, desta vez mais relacionadas com favores e cunhas, vemos bem como funciona o nosso país. Todos nós já ouvimos aquela conversa nalgum lado. Todos sabemos que neste triste país o mérito conta pouco ou mesmo nada, principalmente no que diz respeito à coisa pública e aos cargos de nomeação. É num simples serviço hospitalar com três secretárias que não sabem utilizar as funções básicas de um computador (nem sentem necessidade de aprender, para quê, se ganham sempre o mesmo), o problema é sempre o mesmo, cunhas, favores, pessoas que nem sabem (ou antes sabem bem porquê) como conseguiram tal lugar. Este sistema de favorecimento é mesmo assim, começa nos lugares mais baixos, desde o pessoal de limpeza até ao topo, há sempre mais uma cunhazita na função pública...

Outros horizontes

Os efeitos da política externa de avestruz da França na questão do terrorismo, em "Ingratidão", por Paulo Gorjão, no Bloguítica.

Trabalho antecipado

Ontem, no programa "Grande Entrevista", de Judite de Sousa, José António Saraiva declarou que espera que o seu novo semanário "Sol" ultrapasse o "Expresso", em número de vendas, no prazo de seis meses.
E deve saber do que fala já que, como ex-director, deve conhecer melhor do que ninguém o estado em deixou o seu antigo jornal...

14.9.06

Fazer a diferença


Raras foram as vezes em que concordei com Co Adriaanse, mas, ontem, a diferença esteve mesmo aqui.

Areia para os olhos

Como sempre, em Portugal, o problema está na lei. Apesar de nunca se ter conseguido condenar um único dirigente desportivo pelo crime de corrupção, anuncia-se com grande pompa e circunstância que os próprios clubes, de acordo com a nova lei da corrupção desportiva, poderão ser punidos e até mesmo dissolvidos.
Pois, a culpa é dos clubes…

P.S. – A alegada inconstitucionalidade orgânica da actual lei contra a corrupção desportiva, e que pode levar à extinção do processo do Apito Dourado, é um facto de extrema gravidade, fundamentalmente, se pensarmos na promiscuidade que existe e sempre existiu entre o poder político e o futebol.

12.9.06

Assuntos menores

Segundo noticia o Público de hoje, o principal colaborador do regenerador do futebol português, o iletrado Veiga, foi apanhado a pedir favores ao major. Que pena, logo agora que esta inefável dupla ia curar de todos os males o nosso futebol...

Outros horizontes

Quem viu, no "Prós & Contras", o moderado Yiossuf M. Adamgy , deve ler obrigatoriamente "Lobo em pele de cordeiro", por Filipe Nunes Vicente, no Mar Salgado.

O diabo vermelho... com estrelas, em fundo azul, e riscas brancas

Quando ouço falar em teorias hegemónicas e imperialistas, quase me esqueço que aquele que as "defende" e a elas aspira tem o seu mandato constitucionalmente limitado até 2008.
Entretanto, mais a sul, existem aqueles que defendem o partido único e alteram a constituição em defesa dos seus interesses e da sua manutenção no poder. Mas, sobre esses, nem uma palavra…

Toda a verdade

Ontem, como seria de esperar, a propósito da evocação dos atentados de 11 de Setembro de 2001, no World Trade Center e no Pentágono, foi dada voz a todo o tipo de dislates que tentam, a todo o custo, provar a culpa da administração norte-americana naquele horrível acontecimento.

A dada altura, num dos últimos noticiários do dia da TSF, o jornalista que relatava as cerimónias em Nova Iorque dizia que (cito de memória) “o povo americano se encontrava dividido entre aqueles que choravam as vítimas e os que acreditavam em teorias da conspiração (…)”, havendo, naquele momento, “os que procuravam a verdade e os que recusavam qualquer tipo de envolvimento da administração Bush nos atentados (…)”.
Em primeiro lugar, a palavra divisão remete-nos para uma sociedade igualmente repartida, estando de um lado os que se limitam a chorar as vítimas do atentado e do outro lado, em número igual ou quase, os que acreditam nas teorias da conspiração que admitem e defendem que os responsáveis políticos norte-americanos planearam de algum modo ou tinham conhecimento do que se iria passar. Não vi, em nenhum meio de comunicação social, semelhante conclusão ou estudo que provasse tal divisão, pelo que deduzo que apenas se tratou de uma perigosa imprecisão do repórter.
Mas mais grave, quando diz que de um lado estavam os que “procuravam a verdade” e do outro “os que recusavam o envolvimento da administração Bush nos atentados”, o jornalista entra numa argumentação falaciosa, defendendo implicitamente que os que recusam o envolvimento da administração Bush nada querem com a verdade e com o que realmente se passou. Ou seja, de um lado está a superioridade moral dos que defendem a verdade, do outro, os que recusam as teorias da conspiração.

P.S. Não tive oportunidade de assistir na íntegra ao “Prós & Contras”, mas, do pouco que vi, a prestação de Mário Soares foi simplesmente deplorável.

Pacheco

Pacheco Pereira está muito só neste programa... Principalmente no que diz respeito a qualidade. Não merecia interlocutores tão fracos.

Fátima

Independentemente das virtudes do Prós e Contras nunca é demais lembrar que Fátima Campos Ferreira é confrangedora. Como é possível que o programa de informação mais importante da nossa televisão seja conduzido por tal personagem?

Soares

Ouvindo a quantidade de disparates que Mário Soares está a proferir no programa Prós e Contras pensa-se na vergonha que seria tê-lo como presidente da República. É mesmo deprimente ouvi-lo a falar sobre teorias da conspiração...

11.9.06

Expresso

No Sábado, muitos portugueses resolveram comprar um DVD por €2,80. Só isso...

(Desaparecimento) Expresso...

O que se passou neste fim de semana com a disponibilidade do jornal Expresso nas bancas foi um verdadeiro desastre.
Esta abordagem excessivamente comercial, que permite à sua direcção comunicar "orgulhosas tiragens esgotadas", levou a que o leitor habitual deste semanário, que está habituado a comprá-lo no mesmo sítio e à mesma hora, se visse privado da sua leitura.
Tal comportamento de mercado, que só uma grave incompetência por parte da direcção não o previria, seria desculpável se levasse à habituação (e correspondente maior instrução na actualidade) dos compradores substitutos. Estou certo de que tal não sucederá... (poderemos comprová-lo com a tiragem vendida da edição imediatamente posterior à última oferta de "brindes populares")

Entretanto, o Expresso perdeu alguns leitores habituais... (de entre eles, irei destacar o meu Pai: leitor do Expresso desde a sua primeira tiragem).

Será que era este o objectivo desta publicação?

11 de Setembro de 2001


Hoje, não é dia para tentar refazer a História...

8.9.06

Teofutelogia


Nunca acreditei na santidade de Pinto da Costa. Mas também nunca o vi como diabo rodeado de anjinhos...

E não é que...

... o Apito Dourado vai começar a perder interesse.

Vieira e Valentim

Um dos destaques do Público de hoje será uma eventual negociação entre L. F. Vieira e Valentim Loureiro para a nomeação de um árbitro que terá recaído em João Ferreira (qualquer adepto atento do Porto não terá boas recordações deste senhor). José Manuel Fernandes que se prepare, amanhã vai conhecer o paladino Vieira, que não deixará, certamente, esta vil calúnia passar impune...

7.9.06

Dúvida existencial

O que levará dezenas de pessoas, em idade activa, em plena tarde de um dia de semana, a contemplar, durante largos minutos, um casal de artistas de rua, com a cara pintada de cinzento e vestidos de bailarinos, a desempenhar o papel de estátuas?

Verdadeiras férias

Um dos primeiros efeitos da diminuição das férias judiciais é a acentuada redução (para não dizer a quase ausência) do número de sentenças e acórdãos recebidos logo após a data da reabertura dos tribunais, ao contrário do que acontecia nos anos anteriores.
Por outro, lado, o aumento do número de diligências efectuadas na última quinzena de Julho e previstas para primeira quinzena de Setembro está longe de compensar a quebra relatada acima.
Estou curioso para ver qual será o optimista e congratulante balanço do ministro Alberto Costa.

6.9.06

Delírios a não perder

Vi-o pela primeira vez na SIC-N a comentar a situação de Cuba e logo me tornei um incondicional admirador de Miguel Urbano Rodrigues. Melhor, só mesmo o Gato Fedorento... Imperdível a sugestão de leitura do Blasfémias.

Apito arquivado


Que não têm um mínimo de vergonha na cara já se sabe. Só mesmo num país terceiro-mundista, com uma justiça paralisada e inoperante, é que um presidente de uma Liga de Futebol (mesmo que em vias de ser substituído) pode permanecer sereno, como se nada se passasse, após o que foi publicado nos jornais de hoje (v. post abaixo). Como o sentimento de impunidade é grande, o desplante ainda maior, vamos ter que aturar o clã Loureiro, como virgens ofendidas, a defender a limpeza do futebol português.

P.S. - Não me esqueço, quando o Boavista foi campeão, grandes arautos da verdade desportiva, como o jornal A Bola, escreveram rios de tinta sobre a nova arajem que se sentia no nosso futebol.

Tudo bons rapazes

As escutas telefónicas à família Loureiro, a propósito da arbitragem a alguns jogos do Boavista, reveladas, hoje, no Diário de Notícias.

5.9.06

O jornal

O fecho do “O Independente” originou algumas discussões sobre o estado da imprensa escrita em Portugal e sobre o seu futuro.
Independentemente dos vícios e defeitos que cada jornal possa ter, a meu ver, a imprensa não tem sabido adaptar-se aos novos tempos, mais concretamente à Internet (primeiro) e ao novo mundo de informação e opinião que se abriu com a explosão da blogosfera (depois).
Mesmo tendo sobrevivido à televisão, a verdade é que os jornais perderam grande parte do seu estatuto como fonte única de informação desde que a Internet passou a disponibilizar, nos seus milhões de sítios, informação imediata e completamente gratuita. Quer isto dizer que o conteúdo informativo só por si deixou de ser o motivo mais relevante para a compra do jornal, que, no entanto, continuava a apresentar um forte argumento para a sua compra nos artigos de opinião de figuras mais ou menos relevantes que publicava.
Porém, o advento e posterior massificação da blogosfera acabou por dar a machadada final num dos únicos e importantes exclusivos que restava à imprensa escrita.
Hoje em dia, é rara a figura pública com algum peso na vida política e social portuguesa que não tem o seu blogue, dedicando parte do seu tempo a escrever o que pensa sobre determinado assunto da actualidade, sem qualquer constrangimento editorial ou de espaço e facilmente acessível.
Qualquer pessoa razoavelmente curiosa e interessada consegue manter-se medianamente actualizada pelo simples facto de possuir um computador com ligação à Internet, acedendo a múltiplos sítios informativos e a blogues políticos ou dedicados a toda a actualidade.
Não me parece que a via de digitalizar o jornal, tornando esse serviço pago, seja a solução, uma vez que para quem lê é muito mais confortável fazê-lo tendo como suporte o papel do que através de um monitor, pese embora os avanços tecnológicos. Deste modo, para quem paga, será sempre preferível fazê-lo comprando a versão em papel do jornal.
A única solução que se avista é o aprofundamento do conteúdo dos jornais, tornando-os complementares à informação imediata e instantânea que pode ser recolhida através da televisão ou da Internet. O jornal apenas sobreviverá se oferecer aos seus potenciais leitores algo que estes não encontrem nos outros canais de informação, como reportagens aprofundadas (temos um bom exemplo disso na secção “Destaque”, do “Público”), opiniões de verdadeiros e, por vezes, menos acessíveis especialistas e jornalismo de investigação, autêntico, e não aquele “deixado” propositadamente por assessores de imprensa.
No entanto, não parece ser esse o caminho que se está a tomar. Aparentemente, continua a procurar-se a via mais fácil, sendo exemplo flagrante disso a anunciada renovação do “Expresso”, onde se promete uma redução de 30% do conteúdo escrito.

4.9.06

Humor falhado

Apesar de algum esquerdismo primário, até acho piada ao Bartoon de Luís Afonso, no entanto não poderia estar mais de acordo com jcd do Blasfémias, no post Bar-Stone.

Vieira

"É a festa do povo e eu também sou do povo. Eu não sou o homem de gravata que as pessoas pensam."
Luís Filipe Vieira na Festa do Avante.

Afinal, aquela sofisticação e elegância que todos lhe reconheciam não passava de aparência.

Até que o céu lhes caia em cima

Este fim-de-semana, na quinta da Atalaia, milhares de pessoas juntaram-se, recriando uma velha conhecida aldeia gaulesa, onde os seus habitantes resistem, hoje e sempre, ao invasor: a modernidade.

1.9.06

Dá que pensar!!!

De acordo com as estatísticas, nas quais eu me incluo, uma boa parte da população portuguesa sofre de excesso de colesterol na corrente sanguínea. Como grande parte dos leitores assíduos deste blogs pertencem à classe médica, corro o risco de escrever alguma incorrecção científica, no entanto, arrisco aqui uma reflexão mais económica do que médica.
Quando deparamos com os custos dos medicamentos em geral, e em particular os que são para controlo do colesterol, vemos que estes têm um valor bastante significativo para o orçamento mensal. Estes medicamentos, segundo informações obtidas, não curam a doença, mas sim, controlam os níveis desta, não deixando que evolua para situações mais graves. Por isto, teremos que ingerir este medicamento durante toda a nossa vida, engordando assim a indústria farmacêutica e o seu poderosíssimo lobby. Esta situação levou-me a conjecturar o porquê de as industrias farmacêutica não investigarem um medicamento que cure de uma vez por todas esta maleita. Se calhar, não interessa…, ou se calhar já encontraram uma solução, mas isso, obrigaria à hipoteca do valor que milhares de milhões de pacientes dariam ao longo dos 30 a 40 anos da sua vida para essa indústria. Quantos medicamentos encontramos nestas situações? Quantos custos poderíamos reduzir se, neste mundo extremamente injusto, as industrias farmacêuticas fossem mais cooperantes e menos economicistas. Dá que pensar!!!