27.4.06

Libertem o Sá

O país desportivo anda comovido com o castigo aplicado a Sá Pinto.
Recapitulando, Sá Pinto, jogador do Sporting, tinha decidido acabar a sua carreira no final desta época. Acontece que foi expulso no último jogo, contra a Naval, e, faltando apenas duas jornadas para o campeonato acabar, a comissão disciplinar puniu-o com dois jogos de suspensão. Resultado: se mantiver o prometido, não joga mais.
Para não variar, seguindo a velha teoria da total desresponsabilização dos jogadores de futebol, surgiram logo vozes a clamar injustiça e a atacar a falta de bom senso dos senhores dita comissão.
Ricardo Sá Pinto é um jogador muito experiente, com mais de 15 anos de carreira, e capitão da sua equipa. Tal facto deveria ser sinónimo de maior responsabilidade. No entanto, nunca Sá Pinto demonstrou especial apreço por acatar decisões ou pela disciplina.
No seu currículo constam episódios tão notáveis como agredir o seleccionador nacional. No último jogo, foi expulso por, alegadamente, ter dirigido palavras menos próprias a um árbitro auxiliar.
Sempre admirei o carácter combativo e guerreiro de Sá Pinto, mas sempre achei que, várias vezes, ultrapassava o risco do que era admissível, sempre protegido por uma imprensa que tudo lhe desculpava e que nunca lhe regateou apoio, mesmo na situações mais inesperadas.
A falta de senso não é de quem o puniu, mas dele próprio, principalmente, se pensarmos que ele deveria ser o primeiro a saber do perigo em que colocava o final da sua carreira e, não menos importante, da transcendência, pelo menos em termos financeiros, dos próximos jogos para o seu clube.
Um pequeno apontamento final, no fatídico jogo contra a Naval, Sá Pinto regressava depois ter cumprido um jogo de castigo, também ele motivado por outra expulsão do jogador, no jogo contra o FC Porto.

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