Notas sobre as eleições
Volto ao convívio regular com este blogue, depois de uma semana sem Internet no escritório e em que, praticamente, só fui a casa dormir.
Vamos então às autárquicas, em Braga.
Pela primeira vez, Mesquita Machado tremeu em Braga. Apesar de quase nenhum órgão de comunicação social lhe ter dado relevância e pese embora a maioria absoluta, o dinossauro socialista apanhou um susto no Domingo passado. Aliás, foi incompreensível o esquecimento a que a dita terceira cidade do país foi votada por todos os canais de televisão, no Domingo.
Se analisarmos os resultados, vemos que Ricardo Rio esmagou o PS na maior parte da área urbana, apenas tendo perdido as eleições por causa da votação nas freguesias mais rurais, mas mesmo nessas fortaleceu a posição da coligação.
Em Braga assiste-se a um fenómeno muito peculiar. Apesar de ser uma cidade com uma malha urbana já muito acentuada e densa, os seus arredores são intensamente rurais, havendo uma grande assimetria no nível de vida e nas aspirações das populações que compõem essas áreas da cidade.
Quem habita a parte urbana é muito mais sensível à verdadeira qualidade de vida, à ausência de ordenamento e planeamento urbano, à ausência de uma política cultural, à total inexistência de espaços verdes utilizáveis e desfrutáveis nas zonas mais recentes. A cidade cresceu, mas não foram criadas novas centralidades. Limitaram-se a criar zonas dormitório, onde prevalece o betão, rasgado pelo negro do alcatrão e em que abundam os cafés de rés-do-chão.
Há uma parte da cidade que não acha minimamente admissível que o presidente da câmara ache que o facto de câmara municipal ter arrendado uma loja ao seu filho tem uma explicação racional.
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