3.4.07

Perigos centralizadores

O governo prepara-se para encerrar 28 tribunais, devido à baixa movimentação processual, sendo a maioria deles no interior.
O Estado também deve reger a sua actuação por princípios de eficácia e eficiência, adoptando políticas de redução de custos e de maximização de recursos. No entanto não pode cair na tentação de enveredar por uma gestão meramente empresarial.
Não conheço o estudo que aconselha o encerramento dos tribunais nem ponho em causa a sua bondade, mas este governo tem assumido uma postura centralizadora, que se tem traduzido no empobrecimento do resto do país face a Lisboa.
O interior de Portugal é reconhecidamente uma região com gravíssimos problemas estruturais que favorecem a emigração e a sua desertificação. Deste modo, sempre que falamos de serviços do Estado e do seu custo por utilizador, é óbvio que os serviços localizados nesta região saem penalizados. Fechá-los, pura e simplesmente, será cair numa tentação fácil que apenas irá tornar mais pobre e ainda menos apelativa a região e que, gradualmente, levará ao desaparecimento das suas povoações, tornando definitivamente Portugal num país à beira-mar plantado.

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