As contas das autarquias
As declarações do secretário de Estado do Desenvolvimento Regional, Rui Nuno Baleiras, são incompreensíveis.
Todos sabem que a ex-ministra Ferreira Leite tentou limitar a capacidade de endividamento das autarquias, certamente responsáveis por grande parte do défice, mas que, mesmo assim, os seus líderes arranjaram esquemas e subterfúgios para fugir a essa limitação (principalmente com a proximidade das eleições).
Os exemplos que nos são dados pela maior parte dos executivos camarários demonstram uma lógica de despesismo, sem qualquer perspectiva de investimento, apenas procurando receita fácil e obras populistas, de encher o olho. Aliás, cujo grande exemplo culminou com a construção dos estádios para o Euro 2004, e que deixou grande parte das autarquias que por aí se aventuraram numa situação de quase insolvência.
O secretário de Estado, em virtude da difícil situação que vivem alguma autarquias, derivada da má gestão dos seus autarcas, vem agora propor novas formas de financiamento e o aumento dos recursos. Confesso que não consigo perceber...
Imagine que tem uma empresa e contrata alguém para geri-la. Esse alguém é de tal forma incompetente, e na ânsia de impressionar os clientes e a concorrência (ou mesmo desviando recursos para si próprio), gasta mais do que aquilo que a própria empresa produz. Qual seria a sua reacção? Dar-lhe mais dinheiro?
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