Ninguém nos ajuda...
Portugal parece mesmo querer caminhar em frente, rumo precipício. No espaço de poucos dias, duas machadas atingiram a pouca esperança que ainda tinha naqueles que, neste momento, dirigem os nossos destinos. Primeiro, a demissão de Campos e Cunha e este fim-de-semana a inacreditável candidatura de Mário Soares.
A demissão do ex-ministro é extremamente preocupante, já que além de ter deixado o país inteiro com a sensação de que não existe um verdadeiro rumo traçado, leva a credibilidade de Portugal nas instâncias internacionais para as ruas da amargura. Era óbvio que alguém politicamente sério e intelectualmente honesto não poderia patrocinar, caucionar ou apoiar, a construção do novo aeroporto da OTA e da nova linha do TGV. Aliás, para aqueles que estão sempre a vociferar que falta um projecto que mobilize o país, aqui o temos, travar a todo o custo estes devaneios socialistas, que se arriscam a penhorar o futuro de gerações, a troco de favores políticos a um círculo reduzido e à satisfação de clientelas. Quando vemos que uma das vozes mais entusiastas da demissão de Campos e Cunha foi o indescritível presidente da Câmara de Braga, Mesquita Machado, vemos logo qual é o lado certo da barricada...
A candidatura de Mário Soares é surrealista e leva Portugal e os portugueses para o que de pior têm os países africanos. Soares além de representar o que nos ajudou a afundar nos últimos anos, é alguém que não está minimamente preparado para enfrentar e encontrar as soluções para os problemas que enfrentamos. Não tem qualquer visão económica ou financeira do mundo em que vivemos, mostra-se imóvel e impotente perante as novas adversidades (as suas intervenções sobre o terrorismo e a globalização, muitas vezes incompreensivelmente ligadas, têm roçado quase sempre o ridículo), que apenas serviram para o tornar mais radical, e falta-lhe frescura e dinamismo. Os tempos são outros, e, claramente, não são os dele.
Entre Soares e Cavaco não poderá haver dúvidas.
Claro que temos sempre o exemplo da Guiné, neste fim-de-semana, mas, enfim, têm a palavra os portugueses...
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