Não saindo do futebol...
Os sucessivos falhanços na contratação de Kronkamp e o, pelo menos, aparente, desinteresse por Caneira e José Fonte mostram como mudou (para pior) a política de contratações do Porto e de Pinto da Costa, nos últimos anos.
Sobre tudo e sobre nada.
Os sucessivos falhanços na contratação de Kronkamp e o, pelo menos, aparente, desinteresse por Caneira e José Fonte mostram como mudou (para pior) a política de contratações do Porto e de Pinto da Costa, nos últimos anos.
Por Pedro C. Azevedo às 14:05 0 comentário(s)
Esta excepcional análise sobre José Mourinho, a propósito de um livro sobre ele lançado, para quem tiver a paciência de a ler em inglês. (via Margens de Erro)
Por Pedro C. Azevedo às 12:34 0 comentário(s)
As Boas e as Péssimas coisas na comunicação social portuguesa, em 2005 (em constante actualização), por Pacheco Pereira, no Abrupto.
Por Pedro C. Azevedo às 18:33 0 comentário(s)
Será que existe alguma regra nova que permita a utilização de mais do que um guarda-redes ao mesmo tempo, durante um jogo de futebol?
Só assim se poderá compreender a estranha apetência do FC Porto para comprar jogadores para aquela posição. O Porto já contava, nos seus quadros, com o melhor guarda-redes português de todos os tempos, Vítor Baía (como este não se tem cansado de mostrar semana após semana), e com a maior promessa do nosso futebol naquela posição, Bruno Vale. Não se contentando com esse facto, a SAD portista adquiriu no início desta época Paulo Ribeiro, ao V. Setúbal, e Helton, ao U. de Leiria. Agora, prepara-se para comprar Moretto ao mesmo V. Setúbal, clube onde, curiosamente, já jogava quando os portistas lá foram buscar Paulo Ribeiro.
E depois de andarem a “distribuir” dinheiro por tudo o que é empresário do nosso futebol, os astutos e atentos administradores ainda têm a lata de atribuírem a si próprios prémios monetários, no final do ano!
Por Pedro C. Azevedo às 18:05 0 comentário(s)
Uma das críticas que mais ouvimos fazer ao nosso país é que, apesar de o clima ser mais temperado, no Inverno, os interiores das casas e estabelecimentos comerciais estão muito mais frios do que noutros países em que essa estação é incomparavelmente mais rigorosa.
Uma das razões é a óbvia falta de aquecimento, que custa dinheiro e, por isso, nem sempre pode ser suportado por todos.
No entanto, existe outra que se fosse devidamente pensada e tomada em atenção poderia poupar-nos a todos muitos arrepios e constipações. Devido à arquitectura dos nossos edifícios ser pensada, essencialmente, para os dias mais soalheiros e acalorados, é raro o café ou loja que tenha a porta, por regra, fechada. Assim, quer estejam ou não a entrar ou sair pessoas, existe sempre uma enorme fonte de corrente de ar frio que rapidamente percorre toda a sala e ossos dos presentes e que neutraliza qualquer esforço de aquecimento.
Digo isto porque hoje, enquanto lanchava num café aqui do sítio, dei por mim quase a tremer de frio, e as minhas tentativas de fechar a porta eram sempre em vão, egoisticamente desprezadas pelo primeiro cliente que entrava ou saía do café.
Uma porta com mola, desejei eu durante todo o meu polar lanche...
Por Pedro C. Azevedo às 18:23 0 comentário(s)
Foi comovedor assistir ao genuíno espírito de Natal da TVI. Imbuída do mais profundo sentimento desta quadra, a antiga estação da igreja exibiu, no passado dia 24 de Dezembro, ao final da tarde, o enternecedor filme “Comando”, protagonizado pelo actual Governador da Califórnia, Arnold Schwarzenegger.
Todo aquele cenário de incontáveis mortes e mutilações, polvilhadas com a magia luminosa de rebentamentos e explosões, o doce ruído do quebrar de ossos e pescoços, tendo como melodia de fundo a suave música das granadas e metralhadoras, tiveram um significado muito, muito, especial.
Por Pedro C. Azevedo às 16:57 1 comentário(s)
Mais uma notícia bombástica proveniente do Ministério da Saúde. Depois de ter anunciado a estranha intenção de acabar com alguns hospitais psiquiátricos (como se houvesse em Portugal um excesso de instituições de Saúde Mental...), agora o Ministro da Saúde pretende pôr fim ao pagamento de horas extraordinárias aos médicos nas urgências. Para isso, a ideia é pagar ao médico consoante o número de doentes vistos na urgência.Esta intenção de diminuir o pagamento de horas extraordinárias faz todo o sentido, uma vez que é necessário aumentar a eficiência no Serviço de Urgência, que representa um autêntico sugadouro de recursos humanos e materiais de um Hospital. Acontece que essa regulação não pode ser feita à custa de trabalho escravo, como aliás em tempos já foi tentado com a ideia peregrina de colocar internos do complementar a fazer urgência sem remuneração, com o argumento de que estariam em formação. Ora, se um profissional for obrigado a passar uma noite no Hospital, ainda que não veja nenhum doente por não haver procura, tem que ser compensado no seu salário. Não me parece que ninguém possa pôr isto em causa. O pagamento aos profissionais só poderá depender do serviço prestado na urgência se esse cálculo for global para todo o serviço. Isto é, uma urgência de Obstetrícia, por exemplo, receberia do Hospital uma verba consoante o número de actos praticados por mês e seria o director do serviço a distribuir esse dinheiro pelos profissionais e a calcular o número de médicos necessários por dia. Mas se a ideia é pagar a um médico individualmente consoante o número de doentes que vê na urgência, é certo e sabido que as "falsas urgências" vão disparar e que os custos longe de diminuirem podem até aumentar.
Por Joaquim Cerejeira às 14:03 0 comentário(s)
Há limites para fazer figuras tristes. Ouvir agora na SIC Notícias, João Soares a dizer uma série de asneiras sobre Cavaco e mesmo a repetir alguns dos insultos proferidos pelo pai parece surrealista.
Por Horácio L. Azevedo às 21:51 0 comentário(s)
A verdade é que Cavaco não se deveria ter limitado a ouvir sem responder às várias acusações de que foi alvo. Bastava marcar a sua posição em relação ao passado, apenas uma vez, de forma inquestionável, deixar as suas ideias para o futuro apenas uma vez e mostrar que só ele as tinha.
De resto, podia perfeitamente, com toda a legitimidade recusar-se a responder à falta de educação do seu adversário.Mas devia deixar claro que não aceitava ser desrespeitado como foi.
Devia deixar claro que Mário Soares mentiu.
Devia deixar claro que aquilo foi tudo menos um debate de ideias e perspectivas.
Eu, que sou um indefectível de Cavaco, não gostei da contenção dele. Eu, que detesto a desculpa da frontalidade como máscara para a falta de educação, acho que ele deveria ter dito mais vezes o que pensava do chorrilho de asneiras, mentiras e insultos que estava a ouvir.E de certeza que muitos como eu se teriam identificado um bocadinho mais com ele se o tivesse feito.
Soube-me a muito pouco a falta de retórica dele, apesar de ser pela faceta de técnico que o admiro.
Limitou-se vezes demais a invocar estudos e escritos e biografias e excertos, muitas das vezes de cariz opinativo pessoal, acreditando que todos teriam acesso a eles, quando tinha uma belíssima oportunidade para nos contar a todos, ali, ao vivo, frente-a-frente, a versão dele.Poder-se-á argumentar, e até é verdade, que não era esse o propósito do debate. Só que era isso que as pessoas gostariam de ter visto e era aí que eu ia gostar mesmo de o ver a destacar as suas competências face ao vazio do seu mui culto adversário.
Um bocado mais de sangue na guelra não lhe fazia mal nenhum.
Mas ainda deu para soltar a deixa da idade de Mário Soares quando disse que pertenciam a gerações diferentes...
Fiquei um bocado desiludido.
Por João Pedro Martins às 18:02 0 comentário(s)
O governo prepara-se para fazer algumas alterações ao Código do Processo Civil, nomeadamente, alterando o valor das alçadas dos tribunais, passando o valor da alçada da 1ª instância para € 5.000,00 e o da Relação para € 30.000,00.
De modo simplista, para quem não está no meio, pode-se dizer que o valor das alçadas serve para estabelecer quais as acções que admitem recurso. Assim, salvo as devidas excepções, se o valor da acção apenas for superior à alçada da primeira instância, mas inferior à da Relação, apenas admite recurso para o Tribunal da Relação. Se o seu valor for superior à alçada da Relação, admite recurso para o Supremo Tribunal de Justiça. Caso o valor da acção seja inferior à alçada da primeira instância não admitirá recurso.
Esta medida deve-se ao facto de, amiúde, os senhores juízes Conselheiros do Supremo Tribunal de Justiça se queixarem do excesso de pendência, provocado pelo enorme número de recursos que têm de julgar, alguns deles, dizem, sem qualquer fundamento, apenas servindo efeitos meramente dilatórios.
No entanto, para conseguir que a sua medida produza os efeitos pretendidos, o governo prepara-se para retirar das partes o poder de fixar o valor das acções, transferindo-o para o juiz da 1ª instância, mantendo-se nas partes a mera faculdade de indicar esse valor, como está previsto no projecto de art. 315º.
Com isso, à primeira vista, evitar-se-ia que as partes ficcionassem o valor das causas e estas pudessem, mesmo assim, com estas alterações, ser julgadas por todas as instâncias, em recurso.
Porém, no projecto de art. 678º, está previsto (como teria de ser) que admitem sempre recurso “as decisões respeitantes ao valor da causa, dos incidentes ou dos procedimentos cautelares, com o fundamento de que o seu valor excede a alçada do tribunal de que se recorre.”
Ou seja, fecha-se a porta por um lado, mas abre-se pelo outro, criando-se um novo fundamento para as partes poderem recorrer.
Por Pedro C. Azevedo às 11:50 0 comentário(s)
O debate de ontem é o melhor argumento que Cavaco pode usar para não haver mais debates.
Por Horácio L. Azevedo às 18:14 0 comentário(s)
Mesmo sendo por quase todos esperado, foi verdadeiramente chocante o comportamento de Mário Soares, ontem à noite.
Perante a total passividade dos moderadores, que não o viram responder-lhes a uma única pergunta ou a lançar um único pensamento para o país, Soares limitou-se a agredir verbalmente Cavaco Silva, com um total desrespeito e uma total falta de educação e de decoro.
O que não aconteceria se, ontem, os papeis se tivessem invertido. Todo o pudor, com que muitos comentadores travam, hoje, as suas línguas e as suas penas, sairia livre, enraivecido e incontrolável, pronto a abater os assomos de suprema indelicadeza, despeito, arrogância, sobranceria e desdém com que um dos candidatos tinha tentado destruir a honra e a pessoa do outro.
Ontem, viu-se quem tem projectos e uma ideia do que pretende para o país. Cavaco foi, de facto, o único que entrou no debate para discutir e apresentar os seus pensamentos e concepções. Ontem só se discutiu (quando isso era possível) um modelo e um projecto presidencial.
Soares limitou-se a envergar o seu fato de “caça-Cavaco”, andando sempre a reboque das declarações do ex-primeiro-ministro (“eu também sei economia”, “eu também dei aulas”, “eu também participei em conselhos europeus”), e tentando, por todos os meios, provocar e desestabilizar o seu opositor, nem que para isso tivesse de utilizar os estratagemas mais torpes e rasteiros.
A uma imagem de seriedade, honestidade, responsabilidade e de trabalho, contrapôs-se, de forma crua e rude, outra imagem de crispação, vingança, vazia de conteúdo e leviana.
Por Pedro C. Azevedo às 16:28 0 comentário(s)
O debate entre Cavaco Silva e Mário Soares demonstrou claramente quem será o próximo Presidente da República. Gasto, apagado e vazio, Mário Soares deixou claro que se candidata, não a Presidente da República, mas contra o seu rival de sempre, preocupando-se, não em debater ideias, mas em criticar o seu adversário. O seu comportamento em nada prestigia a democracia e o esclarecimento dos eleitores indecisos.
A sua visão do Presidente da República, passivo e distante, longe dos problemas do País, isolado no Palácio de Belém, é deveras preocupante.
Por Anónimo às 11:41 0 comentário(s)
Hoje vamos assistir a um debate que nunca deveria existir, pelo menos, nos moldes em que ele vai acontecer e decidindo (se é que ainda há algo a decidir) o que pode decidir.
O debate entre Cavaco Silva e Mário Soares deveria ser para sempre algo que apenas povoaria o nosso imaginário. O confronto entre estes dois pesos pesados da democracia portuguesa nunca deveria ter descido ao concreto, tornar-se real e tangível. Somente deveria pairar nos pensamentos e desejos daqueles que mais vibram e se emocionam com a discussão política.
O confronto entre as duas personagens que mais marcaram a vida de Portugal no pós 25 de Abril deveria continuar um mito, um mito inatingível e impossível.
Mas Mário Soares não quis que isso acontecesse. Do alto da sua arrogância de patriarca e chefe da nação a quem tudo é possível e a quem todos devem reverência, o ex-presidente decidiu enveredar pela mais imprevista e impensável das batalhas, tudo para tentar evitar a suprema provocação de ver o seu arqui-inimigo atingir o lugar que já foi seu e que ele julga e quer que seja dele para sempre.
E como em todos os mitos, a realidade mostrou-se bem mais dura, menos aliciante e imponente do que todos esperavam. Surpreendido pela reacção negativa do povo português, Mário Soares não conseguiu vestir a pele de candidato, continuando a julgar que a impunidade com que se move no seu círculo de amigos tem obrigatória correspondência no resto do país. O confronto entre ambos, por exclusiva culpa de Soares, tem-se traduzido apenas em ressentimento, ataque pessoal e despeito, nada sobrando da esperada grandiosidade condizente com o passado e prestígio dos dois.
E é isso que devemos esperar no debate de hoje à noite. Desesperado pelas sondagens e pela reacção da grande maioria da população, devemos esperar o pior de Soares, ou seja, o mesmo que tem sido mostrado e demonstrado nos comícios e jantares de campanha, uma mistura de rancor com o ódio pessoal, de incompreensão com arrogância intelectual, de orgulho perdido com insolência.
Por Pedro C. Azevedo às 11:01 0 comentário(s)
Scolari, sobre a não convocação de Vítor Baía à selecção:
"Disponho de dados técnicos e de balneário que nunca revelarei mas que poderão estar na base das minhas decisões".
Por Pedro C. Azevedo às 10:13 0 comentário(s)
Não se fala de arbitragem nem de jarras... se bem que o papagaio José Veiga também usa muito a táctica do já saudoso Dias da Cunha: quando se é beneficiado durante um jogo, o melhor a fazer é atacar logo o "sistema" com aquele tipo de acusações indecifráveis à saída do estádio.
No fundo, são adeptos da estratégia de psicologia invertida da Sharon Stone no "Instinto Fatal" - veio-me agora à cabeça a imagem do J. Veiga de vestido branco com um cigarro na ponta da boca a descruzar a pernoca - sinceramente não aconselho ninguém a repetir esta experiência.
Por João Pedro Martins às 17:46 0 comentário(s)
Pela primeira vez na vida, vejo uma classe profissional insatisfeita por terem reconhecido importância à sua actividade. É por isso que Portugal é um país muito sui generis.
Então não é que os professores de português se dizem perplexos pelo governo ter recuado na decisão de retirar a obrigatoriedade do exame nacional de português!
Aliás, são muito engraçadas as medidas que o representante dos professores elenca para, segundo ele, se melhorar verdadeiramente a qualidade do ensino: melhor formação dos professores, reforço da qualidade dos manuais e turmas mais pequenas. Ou seja, sacuda-se a água do capote.
Pois, é que deve ser muito chato ter de corrigir aquela quantidade toda de testes…
Por Pedro C. Azevedo às 18:23 0 comentário(s)
No Abrupto, “Temas Presidenciais: Louçã e os debates” (artigo do Público, de ontem), por Pacheco Pereira.
Por Pedro C. Azevedo às 10:22 0 comentário(s)
O debate de ontem, entre Cavaco Silva e Jerónimo de Sousa, trouxe mais do mesmo, não oferecendo qualquer novidade.
Cavaco tem gerido bem a sua vantagem, não cometendo erros graves ou proferindo afirmações que lhe possam trazer dissabores. Cavaco nunca foi muito forte na oratória e na agilidade do discurso, mas tem sabido defender-se e evitar danos maiores. O tom morno e pouco emotivo dos debates tem favorecido a sua candidatura, e, pese embora o formato o favorecer nesse aspecto, os seus adversários têm-se revelado incapazes de desfazer a sua argumentação.
Ontem, Jerónimo de Sousa limitou-se a tentar embaraçar o ex-primeiro ministro com a sua anterior governação, mas com poucos resultados. Aliás, essa estratégia, também utilizada por Louçã, não deixa de me surpreender, já que a memória colectiva do nosso povo, principalmente nos últimos anos, tem mostrado uma quase unanimidade em considerar esse período como a fase dourada da nossa democracia.
Jerónimo de Sousa voltou a demonstrar que é muito mais forte no contacto de rua do que na discussão, sendo um adversário fácil para Cavaco que ontem pôde enfatizar as suas preocupações sociais, que caíram que nem uma luva num candidato comunista que evitou ao máximo a radicalização.
É verdade que este lado mais social-democrata do professor pode desiludir um pouco alguns dos seus votantes economicamente mais liberais, mas esse lado é genuíno e sempre esteve com ele. As pessoas não se podem esquecer que foi Cavaco Silva quem inventou o centro político em Portugal.
Uma última palavra para os entrevistadores, demasiado brandos e resignados, levando excessivamente o debate para a área da economia e dos aspectos da governação, deixando de lado os verdadeiros poderes do Presidente da República, principalmente na área da Defesa e da política externa.
P.S. É indubitável que, apesar das suas fraquezas discursivas e doutrinais, Jerónimo consegue parecer muito mais credível e sério que Louçã, sabendo resistir a episódios demagógicos e àquelas falácias e afirmações de franco-atirador em que o dirigente bloquista é um especialista.
Por Pedro C. Azevedo às 12:27 0 comentário(s)
Desgraçadamente, todos os defeitos que o Pedro apresentou em relação a Braga não são específicos da cidade mas constituem uma realidade à escala nacional. Quem não conhecer a realidade do nosso país poderia pensar, erradamente, que Braga estaria especialmente afectada por um problema que pouparia as outras cidades. Ora, infelizmente, apesar de tudo o que o Pedro referiu ser verdade, Braga continua a ser uma das cidades portuguesas que oferece melhor qualidade de vida, ainda que comparativamente com cidades de outros países tenha muitos defeitos.
Em relação ao caos urbanístico, à falta de espaços verdes e aos problemas do trânsito, Coimbra não fica nada atrás de Braga, com a agravante de ter os preços do mercado imobiliário muito inflacionados. Aliás, basta passar junto ao novo estádio municipal durante a tarde para se poder apreciar, em todo o seu esplendor, a destruição de uma das zonas mais aprazíveis que a cidade tinha antes da construção de autênticos "bairros sociais de luxo".
Quanto a programas culturais, basta dizer que não existe em Coimbra outra sala para além do Teatro da Universidade (Gil Vicente) que conjuga as péssimas condições acústicas a espectáculos modestos, dirigidos a públicos muito restritos.
Infelizmente, é esta a realidade no nosso País. E nela temos que reconhecer o que é mau e menos mau...
Por Joaquim Cerejeira às 17:50 2 comentário(s)
Infelizmente, talvez por aqui viver durante todo o ano, não compartilho do optimismo do Joaquim em relação a Braga.
Apesar de reconhecer que a cidade demonstra uma certa vivacidade, se comparada com outras de dimensão similar, penso que o desenvolvimento de Braga está repleto de pontos negros, especialmente graves se pensarmos que são recentes e poderiam ser facilmente evitados.
Discordo com o Joaquim quando diz que “o aspecto mais negativo da cidade de Braga” é o actual hospital. Braga tem muitas carências que não são alvo de resposta alguma ou de qualquer tentativa por parte das forças da cidade para as resolver. O hospital é apenas uma delas.
Braga é uma cidade com uma política urbanística (se é que a tem) caótica, onde os bairros mais recentes são meros amontoados de betão. Ali convivem com estradas estreitas, estrangulados passeios, em que imperam os carros mal estacionados, e onde não se vislumbra qualquer espaço verde, se excepcionarmos alguns inúteis canteiros, rotundas e a cor de alguns edifícios.
Apesar da esmagadora maioria da malha urbana ser recente, edificada nos últimos 30 anos, não foram criadas novas centralidades, girando toda a vida da cidade em torno do velho e, ainda (por enquanto, pese embora algumas tentativas “bem” sucedidas), atraente centro histórico. As novas urbanizações limitam-se a criar espaços para cafés de rés-do-chão e alguns stands de venda de automóveis usados.
Aliás, basta ver o verdadeiro atentado que foi e está a ser feito na zona do hipermercado Feira Nova e do centro comercial Braga Parque, em que qualquer espaço livre é utilizado para construção de habitação, sem se atentar minimamente na necessidade de vias de escoamento de trânsito e em baías de estacionamento. Para agravar ainda mais a situação, está prevista, para a mesma área, a construção de mais uma gigantesca superfície comercial, o Braga Retail Park, sem que esteja prevista qualquer via de acesso, que não aquela que já dá acesso às duas superfícies que já existem. Resultado: o trânsito, embora a zona construída não tenha mais de 10/15 anos, é caótico, já que cada sentido de trânsito apenas tem direito a uma via, e isso quando esta não está impedida por veículos mal estacionados ou por andaimes de prédios em construção. Mas a situação promete piorar.
Em qualquer país civilizado obrigar-se-ia a entidade responsável pela superfície comercial a construir os respectivos acessos. Mas, provavelmente, em qualquer país civilizado a dita superfície comercial nunca existiria.
O crescimento económico deveu-se quase exclusivamente à construção civil, que se soube aproveitar, bem apoiado pela/na câmara municipal, do desenvolvimento do pólo de Braga da Universidade do Minho e da pressão demográfica de todo o distrito.
Todos os negócios giram em torno das empresas do ramo, que são das mais fortes do sector e das poucas que se conseguiram impor à escala nacional (temos o belo exemplo da Bragaparques).
Braga não tem qualquer política cultural. Há anos que se arrasta a reconstrução do antigo Teatro Circo, não havendo qualquer iniciativa de relevo. As afirmações do ilustre líder da autarquia em apresentar a cidade como capital da cultura só podem levar ao riso (triste e indignado) de quem cá vive e sabe do que foi sendo feito nos seus sucessivos e eternos mandatos.
Gaba-se de ter construído o novo Estádio Municipal, mas nem a sua propagandeada e aclamada mais valia estética consegue justificar a excessiva ambição no número de lugares e a exorbitância dos custos, para uma população que há anos reclama e necessita (como bem diz o Joaquim) de um hospital condigno.
Ainda gosto de viver em Braga (cada vez menos), porque cá nasci e porque a sua dimensão me permite alguns luxos que já não são permitidos noutras paragens. Mas é cortante assistir ao que por aqui tem sido feito por alguns, que se comportam como se tudo lhes pertencesse, sem que haja alguém que os consiga parar ou pelo menos chamar a atenção para que sejam parados.
Por Pedro C. Azevedo às 16:51 0 comentário(s)
Foi, sem dúvida, interessante ver Joana Amaral Dias ao lado do inamovível dinossauro Mesquita Machado, acompanhando Mário Soares.
Nunca a pêra do engenheiro de Braga lhe deve ter parecido tão (eleitoralmente, claro) sedutora...
Por Pedro C. Azevedo às 16:50 0 comentário(s)
Por Joaquim Cerejeira às 21:36 0 comentário(s)
Mário Soares por pouco não bateu a Vítor Gonçalves, jornalista da RTP 1, por este lhe ter feito algumas perguntas sobre o debate.
Cada vez mais acho que o debate entre Cavaco e Soares devia ter um vidro a separar os dois candidatos, ou ex-presidente não se vai segurar...
Por Pedro C. Azevedo às 20:13 0 comentário(s)
Certamente que a investigação ontem levada a cabo pela PJ na Câmara de Lisboa e na sede da Bragaparques não levará a lado nenhum e cairá no esquecimento como tantas outras - outras há que não são esquecidas, mas que também não levam a lado nenhum na mesma, sendo que não consigo escolher entre estes dois desfechos tantas vezes descredibilizadores da nossa Justiça.
Mas não há dúvida que a visibilidade de Lisboa e de tudo que por lá se passa, está a trazer para a praça pública o nome de uma empresa há muito famosa nesta região (quase sempre por motivos menos transparentes).
Se calhar até fazem falta por cá alguns "Sá Fernandes"...
Mas vamos ver no que isto dá.
Por João Pedro Martins às 18:59 0 comentário(s)
A Ordem dos Advogados estabeleceu como obrigatória para os advogados estagiários a frequência de algumas conferências, com vista a aquisição de créditos que lhes permitirão concluir o estágio.
Aproveitando-se desse facto, a Universidade Católica decidiu organizar uma série de conferências subordinadas ao tema “Novos desafios para o Direito Português”.
Visualizando o programa das ditas conferências, vê-se que apenas foram convidadas sociedades de advogados para debater sobre o tema. O que por si só não deixa de ser estranho, pois a grande maioria da advocacia portuguesa é exercida por advogados em nome individual.
Mas, diz-me quem frequentou uma das ditas conferências, que ela mais não passou de momentos de pura e deliberada publicidade para as sociedades em questão, limitando-se o advogado convidado (sócio da sociedade) a tecer grandes elogios à sua actuação e à composição da sua clientela, chamando à atenção apenas para si próprios e raramente falando dos reais desafios da nossa advocacia.
O estatuto da Ordem dos Advogados e a lei das sociedades de advogados proíbem expressamente a publicidade e é triste que uma instituição prestigiada como a Universidade Católica aceite compactuar com esquemas deste género.
P.S. Nada me move contra as sociedades de advogados, bem pelo contrário.
Por Pedro C. Azevedo às 18:49 0 comentário(s)
A Mário Almeida do A Fonte, pela referência algo niilista ao nosso primeiro aniversário.
Por Pedro C. Azevedo às 10:13 2 comentário(s)
António José Teixeira a comentar o debate entre Cavaco Silva e Manuel Alegre.
Por Pedro C. Azevedo às 22:16 0 comentário(s)
Estive em Praga nos últimos dias. É uma cidade lindíssima que desperta uma grande variedade de sentimentos e emoções. Ali o espírito enche-se das mais variadas formas e feitios.
Podemos nos deslumbrar com a enorme riqueza arquitectónica de uma cidade arrogantemente histórica que olha para os seus visitantes sustentada na imponência da sua milenar existência. O românico, o gótico, o neoclássico e o barroco convivem em perfeita harmonia, conferindo à cidade o privilégio de poder dizer que ali se fez história, que ali se traçaram rumos, que ali souberam viver os homens.
É uma cidade de e com cultura, havendo uma oferta privilegiada a esse nível. É a cidade por quem Mozart se apaixonou, de Kafka, Milan Kundera e muitos outros (que só cá não estão por igorância de quem escreve) e que Milos Forman preferiu a Vienna para filmar o seu filme Amadeus.
A altura do ano não favoreceu a sua luminosidade, mas o branco da neve repousando gentilmente em passeios e jardins mostra o melhor quadro que um Inverno rigoroso nos pode oferecer.
A cidade perde por estar excessivamente virada para o turismo, tentando reparar e recuperar rapidamente dos tristes e isolados anos do comunismo. Por vezes, a palavra negócio surge demasiadamente próxima do acolhimento e hospitalidade.
Não duvido que Praga não demorará muitos anos a recuperar o prestígio e a prosperidade que sempre marcaram a sua existência e a segunda metade do séc. XX não será mais do que uma dolorosa recordação.
Por Pedro C. Azevedo às 17:57 0 comentário(s)
Este blogue fez um ano de actividade no dia 3 de Dezembro de 2005.
Como não me encontrava por aqui e não tinha acesso à Internet, a ocasião passou sem qualquer referência…
Por Pedro C. Azevedo às 17:27 0 comentário(s)