Praga, cidade e arte
Estive em Praga nos últimos dias. É uma cidade lindíssima que desperta uma grande variedade de sentimentos e emoções. Ali o espírito enche-se das mais variadas formas e feitios.
Podemos nos deslumbrar com a enorme riqueza arquitectónica de uma cidade arrogantemente histórica que olha para os seus visitantes sustentada na imponência da sua milenar existência. O românico, o gótico, o neoclássico e o barroco convivem em perfeita harmonia, conferindo à cidade o privilégio de poder dizer que ali se fez história, que ali se traçaram rumos, que ali souberam viver os homens.
É uma cidade de e com cultura, havendo uma oferta privilegiada a esse nível. É a cidade por quem Mozart se apaixonou, de Kafka, Milan Kundera e muitos outros (que só cá não estão por igorância de quem escreve) e que Milos Forman preferiu a Vienna para filmar o seu filme Amadeus.
A altura do ano não favoreceu a sua luminosidade, mas o branco da neve repousando gentilmente em passeios e jardins mostra o melhor quadro que um Inverno rigoroso nos pode oferecer.
A cidade perde por estar excessivamente virada para o turismo, tentando reparar e recuperar rapidamente dos tristes e isolados anos do comunismo. Por vezes, a palavra negócio surge demasiadamente próxima do acolhimento e hospitalidade.
Não duvido que Praga não demorará muitos anos a recuperar o prestígio e a prosperidade que sempre marcaram a sua existência e a segunda metade do séc. XX não será mais do que uma dolorosa recordação.
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