8.11.06

Energias renováveis


Na era das energias renováveis, as quais eu naturalmente defendo, fui encontrando argumentos que sustentam alguma reserva à implantação massiva deste tipo de soluções em pura substituição das chamadas "energias poluentes". Centrar-me-ei em duas observações relativas aos parques eólicos, cuja beleza e imponência de cada unidade começa a esbater-se nos montes-paliteiro que podemos já hoje encontrar nas zonas litorais.

(verídico) Uma entidade responsável pela construção de um desses parques eólicos referia que a região que iria ser alimentada com essa energia se tornaria autosuficiente. Quando questionada sobre a possibilidade de inexistência de vento durante 2 ou 3 dias, fenómeno que não é incomum ou improvável, essa entidade respondeu: bem... nesse caso teremos que recorrer a outra fonte!
Autosuficiente? Ora bolas...

Outra situação foi-me referida pelo meu pai, a quem admiro a visão estratégica e a quem já reconheci a correcção de muitas previsões. Num misto de parecer técnico e opinião lógica, relembra que o vento é uma massa de ar em movimento que, apesar de não se esgotar, sofre alterações com a existência de barreiras no seu caminho. O aerogerador é uma barreira que teremos que levar em conta, pois estamos a falar de um mecanismo com 70 metros de diâmetro de rotor (alguns até mais) que absorve muitíssima energia dessa massa de ar! Tal significa que estaremos a influenciar significativamente os ventos das regiões suas receptoras. Como primeiros impactos, variações nos ambientes climatéricos: não só do vale que se encontra por perto dos aerogeradores, mas de grandes regiões que se situem por detrás de complexos paliteiro-montanhosos.

Relembro que defendo as energias renováveis, mas a cautela, moderação e acompanhamento de impactos deverão sobrepor-se ao cenário florido que é, por muitos, pintado.

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