Uma no cravo...
Pelos vistos, o governo encontra-se a estudar um modelo de legislação laboral, que já é aplicado na Holanda e na Dinamarca, em que se prevê uma maior flexibilização do despedimento em troca de maiores regalias sociais.
Em primeiro lugar, olhando para esta medida deve sempre levar-se em consideração que estamos a falar de mercados de trabalho e economias muito distintas.
Posto isto, não há dúvida que a previsão de maiores regalias sociais é um isco para não afastar a priori os nossos dinâmicos sindicatos da discussão, levando-os a pensar que, como eles, ainda se acredita que vivemos naquele mundo em que o Estado podia distribuir dinheiro a rodos, sem precisar de olhar para a factura.
No entanto, olhando para a realidade e para o que se tem passado nos últimos meses, não me parece que o governo possua margem de manobra suficiente para, em consciência, poder reforçar o apoio aos trabalhadores e desempregados.
A única via para o fazer seria através do aumento dos impostos que iriam estrangular ainda mais a bolsa dos portugueses e as empresas que, com esta medida, se pretende, aparentemente, ajudar e tornar mais competitivas.
Por muito que seja politicamente incorrecto, a verdade é que, em Portugal, a flexibilizaçao do despedimento tem de ser feita por si só, sem qualquer tipo de concessão.
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