31.1.07

Scoop


***

Mín. * Máx. *****

Afinal, em que ficamos?

Pelos vistos, o ministro da Economia, para quem a crise já acabou há muito, tentou seduzir os empresários chineses a investir em Portugal, acenando-lhes com o facto de sermos um país com salários abaixo da média da União Europeia.
É óbvio que estas declarações têm de ser vistas numa óptica de quem está no exterior e a falar para fora do país.
No entanto, quando se ouve constantemente expressões e bandeiras como choque tecnológico, alteração do modelo de crescimento económico e flexi-segurança, não podemos deixar de sentir que andam a brincar connosco.

30.1.07

Campanha

Esta campanha para o referendo sobre o aborto só parece destinada a afastar as pessoas de irem votar. Sempre que ouço alguém detentor da verdade absoluta, cartazes com letra de criança a simular o boletim de voto, partidos a manipular a campanha, só apetece dizer, estejam quietos.

Independentemente de toda a legitimidade, pensa o PCP que aquelas marchas com as bandeiras vermelhas com a foice e o martelo, pela rua abaixo, são benéficas para a campanha do sim?

Jornalismo de referência

Excerto desta notícia do Público, on-line, acerca do início da campanha do referendo ao aborto (via Blasfémias).
Ninguém se espante, no entanto, ao ver a comunicação social clamar contra a pobreza da campanha...
Entretanto, aos que ainda não se decidiram, deixo um conselho: beijos, só na boca e, de preferência, prolongados, para não haver dúvidas.

(...)
Diz-me como beijas, dir-te-ei quem és

Tecnologia à parte, outros indicadores dão a medida da diferença de estilo, de classe social, relativamente à comunidade do "sim", mais heterogénea e desmazelada. O beijo, por exemplo. Entre os grupos do "sim" prevalecem largamente os dois beijos na cara, sendo excepções um ou outro socialista beirão deslumbrado com o trato do jet set de Cascais e, de forma irregular, Paula Teixeira da Cruz.

No "não", pelo contrário, só é admissível o beijo unifacial. Sem excepções. Sempre.

Posto isto, se o cumprimento do "sim" representa a tradição mais vulgarizada em Portugal, nesta matéria, que significado tem o beijo unifacial? É ele um beijo elitista? Serão as pessoas do "não" elitistas?

Ora, não é a primeira vez que o beijo unifacial é usado para definir um dos lados da barricada, numa campanha eleitoral. Ele já foi referido nas campanhas do CDS-PP e do PSD, em anteriores referendos (regionalização e IVG), bem como em cerimónias várias envolvendo Santana Lopes. Na sequência desses textos, já houve quem se insurgisse contra estas generalizações, chamando-lhes sociologia de algibeira, preconceito ferroviário (contra a linha do Estoril) ou religioso.

É certo que faltam estudos que permitam extrapolações mais rigorosas sobre a origem social e a conta bancária de quem assim beija. E que beijar assim não condena ninguém. Mas uma coisa parece indesmentível. Esse não é o cumprimento tradicional dos sindicalistas, nem dos utentes dos barcos da Soflusa, nem das empregadas domésticas, nem das lojistas do centro comercial de Odivelas, nem dos agricultores de Sobral de Monte Agraço.
(...)

29.1.07

Conversas

-Qual é a idade do Derlei?
-31, faz 32 em Julho.
-Ah!

Klaxons, Myths Of The Near Future

Outros horizontes

"A propósito" por Helena Matos, no Blasfémias.
"O Diário do Leopardo (XIV)" por Filipe Nunes Vicente, no Mar Salgado.

Brilhante

Um dos melhores momentos de humor da televisão portuguesa.

O caminho mais fácil

O Público informa hoje, na sua primeira página, que apenas 10% dos municípios portugueses cobra a taxa mínima de do Imposto Municipal sobre Imóveis.
Tal facto apenas vem confirmar o que há muito se tornou uma ideia pública: os autarcas gostam muito de surgir no nobre papel de reivindicador para as desprotegidas populações, mas, quando algo depende deles, o seu comportamento em nada difere do do Estado Central, cobrando sempre o mais possível e privilegiando sempre as receitas directas e imediatas.
No caso concreto do IMI, a situação ainda se torna mais grave, se levarmos em conta que a maior parte dos municípios já apresenta taxas de ocupação do solo no seu nível máximo ou mesmo acima do permitido, o que significa que a possibilidade da receita crescer por essa via é muito reduzida, deixando, portanto, escassa margem de manobra para poder haver alguma redução na taxa do imposto.
O IMI tem sido, ao longo dos anos, um triste exemplo de que o crime compensa e o estudo revelado hoje pelo Público demonstra que tem sido, essencialmente, através deste imposto que os autarcas portugueses têm baseado o desordenado crescimento dos seus municípios, não perdendo tempo a encontrar outras vias de receita que, porventura, fossem menos dispendiosas para os seus cidadãos.

26.1.07

Jornalismo

Por vezes, o problema do jornalismo não é a pretensão de manipulação, mas sim a leviandade e a profunda ignorância com que escrevem sobre determinados assuntos.

Oposição à oposição

Depois da fragmentação do CDS, rumo à auto-destruição, o PSD também demonstra sinais inequívocos de auto-flagelação.
De facto, deve ser uma grande chatice ter de combater e discutir as medidas apresentadas pelo governo e pela Assembleia da República. Nada mais excitante que a velha intriga, o estimulante contar de espingardas e o subterrâneo trabalho nas reuniões partidárias.
Além do mais, eles sabem que José Sócrates já tem demasiado com que se preocupar...

25.1.07

Partos em casa


Esta semana, as televisões referiram uma associação que preconiza os partos no domicílio. Uma espécie de regresso às origens. Depois, era apresentada uma cena de uma telenovela actual em que uma das personagens dizia: "era assim no tempo das nossas avós".
Claro que era assim no tempo das nossas avós, mas também era assim no tempo da enorme mortalidade materna e neonatal que grassava no nosso país (e nos outros), antes do surgimento dos verdadeiros cuidados obstétricos.
O parto é algo natural, mas muita coisa pode correr mal. Talvez seja por isso uma das situações mais controversas em termos médico-legais e que afecta a especialidade de ginecologia e obstetrícia.
Pergunta Mário Almeida n' A Fonte: "Nos partos feitos em casa, se a coisa corre mal o ponto do bebé morrer por falta de cuidados médicos, podem os pais der acusados de negligência?"

Temos que ter cuidado

A Justiça francesa condenou a seis meses de prisão um jovem muçulmano que, invocando a moral da sua religião, agrediu o ginecologista que acompanhou a sua mulher durante o parto no Hospital Robert Debré, em Paris.

Afinal vem o contentor


Central Eliézio, do Cruzeiro, a caminho do Dragão. Mais um ilustre desconhecido.

O poder e o arguido

O executivo da Câmara Municipal de Lisboa encontra-se numa posição muito delicada, após as buscas efectuadas pela polícia judiciária e a constituição como arguidos de dois dos seus membros, o próprio vice-presidente da câmara e a vereadora do urbanismo, na sequência do processo Bragaparques.
Em relação a este tipo de casos, a orientação, em Portugal, não tem variado muito. Uma pessoa que esteja em determinado cargo e tenha sobre si a suspeita de que terá cometido um crime no exercício dessas funções, ao invés de se afastar, tenta manter a todo o custo o poder, talvez esperando que isso lhe traga algum tipo de imunidade.
Foi assim com vários autarcas, tem sido assim no futebol e aguarda-se como será neste acontecimento mais recente.
Em minha opinião, quando algum detentor de um cargo público tem sobre si suspeita de ter cometido algum crime directamente relacionado com essas funções, deveria pedir imediatamente a sua suspensão, distanciando-se o mais possível do centro de decisão político.
Defendo unicamente o pedido de suspensão, porque parece-me perigoso que se exija a demissão pela simples constituição de arguido, uma vez que se trata simplesmente da aquisição de um estatuto processual, em que ainda está muito longe uma possível condenação ou até mesmo a existência de indícios que suportem uma acusação.
Exigir-se desde logo a demissão, que não nos casos de flagrante delito, poderia ser perigoso até para a própria democracia, para o Estado de Direito e para a própria separação de poderes, dado que o poder político ficaria, à partida, demasiado fragilizado perante o simples desencadear de uma investigação, que pode ou não levar à descoberta de algum crime.

Adenda: o vice-presidente da Câmara de Lisboa, Fontão de Carvalho, desmentiu ter sido constituído arguido.

24.1.07

Sem dinheiro


Depois de ter desbaratado o imenso dinheiro ganho nas últimas épocas, o FC Porto regressa aos velhos tempos. Volta a adquirir jogadores obscuros, Wason Rentería, que nem são primeira escolha nos seus clubes de origem, em detrimento de outras opções que seriam valores seguros. Este tipo de contratações já tem um historial bem negativo no clube. Espero estar enganado mas para o ano já há um nome certo na lista de dispensas...

Ainda o caso Esmeralda

"O outro lado da história", editorial do Público (link só para assinantes) por Manuel Carvalho.

23.1.07

Os interesses da criança

Um dos argumentos que mais se tem utilizado para defender Luís Gomes, no processo que o condenou a seis anos de prisão, é que aquele sempre actuou pensando nos superiores interesses da criança, ou seja, sempre pensando primeiro no bem-estar da Esmeralda (ou Ana Filipa).
No entanto, e analisando o acórdão e a matéria de facto provada, nunca é essa a ideia que transparece.
A verdade é que tanto Luís Gomes como a sua esposa sempre se recusaram, liminarmente e há mais de dois anos, a entregar a Esmeralda ao seu pai biológico, Baltazar, pese embora haver uma sentença que os obriga a isso. E essa recusa sempre foi absoluta, nunca havendo da sua parte, sequer, uma tentativa ou gesto conciliador que pudesse concertar minimamente os seus interesses com os de Baltazar. Ou seja, nunca os aspirantes a pais adoptivos pensaram que, caso a decisão acabasse por ser mesmo definitiva, seria muito melhor para a criança, ainda que gradualmente, começar a conhecer o seu pai, havendo contactos entre ambos, do que andar foragida durante tempos indefinidos, de povoação em povoação, sem nunca conseguir estabelecer verdadeiras raízes, para no final acabar por lhe ser entregue.
Ao ler-se todos os factos que levaram à decisão, o que vem ao de cima é, única e simplesmente, a vontade intransigente e férrea de Luís Gomes e da sua mulher em ter na sua posse e ao seu cuidado a Esmeralda (ou Ana Filipa), sendo esse o principal interesse que os parece mover e que os leva a infringir todo o tipo de preceitos legais e ordens dos tribunais.
Teoria que ganha ainda mais força se pensarmos que, tal como bem referiu o acórdão, o tempo parece jogar a seu favor, já que quanto mais tempo a criança estiver sob a sua guarda, mais argumentos surgirão contra a sua retirada do ambiente em que cresceu. Aliás, isso mesmo pode ser constatado nas inflamadas reacções da opinião pública.
E, se é traumático para uma criança ver-se afastada do ambiente em que foi criada durante dois anos, também é igualmente traumático para a mesma criança saber que tem um pai que a perfilhou, mas que sempre foi impedido de a ver e de a contactar, apesar de haver uma decisão judicial em contrário, sendo essa a razão pela qual, durante anos, não teve nem casa nem pouso certo.

Caso Esmeralda

"Sobre a complexidade" e "Não leu seguramente" por Paulo Gorjão, no Bloguitica.
"Ler. Ajuda a perceber"
por Eduardo Pitta, no Da Literatura.

22.1.07

The Good, The Bad & The Queen

Um cantinho à beira-mar...

O que está a acontecer na Costa da Caparica apenas demonstra o desleixo e a negligência (ou dolo, diga-se) com que as autoridades portuguesas (governo e autarquias incluídos) têm tratado uma das suas maiores riquezas: a faixa litoral.
Do Minho ao Algarve, são cada vez mais raros os locais onde se possa avistar tranquilamente a beira-mar, ou porque a areia já quase não existe ou porque não se consegue escapar à sombra ou vigia de amontoados de betão, desordenadamente espalhados e impunemente edificados.
Por mais planos de ordenamento do território que se façam, há sempre investimentos de interesse nacional (que ninguém sabe bem qual é, além do do próprio investidor) e inalienáveis direitos adquiridos, que conseguem ultrapassar a proibição de construção.
Entretanto, nunca se soube precaver realmente os efeitos do avanço constante do mar.
O mar que enrola na... no cimento...

21.1.07

Braga, uma escola III


A reportagem "Um Império de Betão" publicada na revista Tabu do jornal Sol espelha bem a gestão impune que Mesquita Machado tem vindo a fazer. Mas não só, também a mediocridade dos próprios bracarenses em consecutivamente elegerem tal figura.

Se esta reportagem se referisse às câmaras de Lisboa ou do Porto certamente abriria telejornais, assim, ficará remetida ao esquecimento...

História (muito) mal contada

Alertado pelo Bloguitica e pela leitura tardia dos jornais de fim-de-semana, constato que a história que tem apaixonado os media portugueses e suscitado editoriais inflamados (e pouco fundados pelo que me apercebo) nada tem de linear.
Independentemente de reconhecer o amor do "pai adoptivo" pela criança, a verdade é que nunca foi cumprida a lei da adopção. Se considerarmos correcta a maneira como os "pais adoptivos" obtiveram a criança, é porque não queremos viver num estado de Direito.
Será possível esquecer o facto que já desde 2004 os pais adoptivos se recusam a entregar a criança?
Também não considero minimamente criticável que o pai biológico tenha querido provas de paternidade (e só a hipocrisia ou o politicamente correcto nos podem fazer a pensar o contrário).
Muito emoção, mas pouca razão.
A Acórdão está disponível aqui em formato pdf (via Bloguitica).

Ler também "Esmeralda Ana Filipa", na Grande Loja do Queijo Limiano.

Adenda: o pai biológico foi obrigado a realizar um teste de paternidade.

(post corrigido às 18:33)

20.1.07

Outros horizontes

"Basta" por Eduardo Pitta, no Da Literatura.
"Memórias de uma viagem presidencial I", por Pinho Cardão, na Quarta República.

19.1.07

Outros horizontes

"Mais Grandes Portugueses", no Kontratempos.

Carla Bruni, No Promises


Está de volta...

O Brasil que conheci (III)

Um dos aspectos mais interessantes que observei na imprensa brasileira é o optimismo mitigado que actualmente os seus agentes eonómicos vivem. Encontra-se nos brasileiros uma forte esperança no crescimento económico dada a situação mundial, mas essa esperança é atenuada por uma enorme apreensão face ao novo governo de Lula.
Quer isto dizer que, ao contrário do ambiente que se vive na Europa, vive-se no Brasil uma intensa euforia face ao aparecimento de potências emergentes e aos efeitos da globalização. Todos entendem que é uma oportunidade única para o avanço do país e para a sua consolidação económica, cujo crescimento se tem situado acima dos 6% e onde a inflação teve os números mais baixos dos últimos anos.
No entanto não escapa aos seus observadores que o país é aquele que obtém os piores resultados de entre os países emergentes. Aliás, a própria Argentina prepara-se para ultrapassar novamente o Brasil em termos de crescimentos económico, estando já quase recuperada do sismo que atingiu todos os alicerces da sua economia em 2003.
Além disso, existe uma forte corrente na opinião pública que acusa o governo Lula de falta de susbstância nas suas políticas que, lá como cá, vive à custa de slogans pomposos que facilmente entram no ouvido (o último é o PAC, Plano de Aceleração de Crescimento, que ninguém ainda sabe bem do que se trata).
A tudo isto junta-se uma corrupção generalizada em todo o sector político, desde o governo federal, passando pelo congresso e acabando no governo estadual, que paralisa os sectores nevrálgicos do país, consome uma grande parte dos seus recursos e onde existe um forte sentimento de impunidade.
A este respeito, basta dizer que um governador estadual não vê qualquer problema em admitir a um órgão de comunicação social que um irmão seu tem uma pousada numa reserva ecológica do Estado, de onde retira proveitos económicos exclusivos.
A seu favor, os brasileiros têm a sua mentalidade optimista e a sua enorme auto-confiança, o que leva a que um editorial pessimista da revista Veja se assemelhe ao mais optimista dos artigos de Vasco Pulido Valente ou Miguel Sousa Tavares.
Uma última palavra para o governo Chávez. Lá, ao contrário do que por vezes se vê por aqui, o líder venezuelano é visto como uma vedadeira ameaça, facto que não é apenas justicado pela sua afirmação como o líder mais forte da America latina, suplantando o papel que seria do Brasil. Os brasileiros olham para ele com muita desconfiança e receio dos efeitos económicos das suas medidas, tendo perfeita consciência que Chávez apenas encontra alguns apoios fora do continente devido à sua forte e rude oposição a George W. Bush (que também está longe de ser bem visto).

18.1.07

O Brasil que conheci (II)

Quanto a Florianópolis, o que posso dizer é que o que vi e experimentei me deixou encantado. Quem se limita a conhecer o nordeste brasileiro e apenas se atreve a descer até ao Rio de Janeiro, ou, no máximo, até S. Paulo, acaba por desconhecer parte do que de melhor o Brasil tem para oferecer.
O sul consegue, ainda que não totalmente, fugir à miséria que mina e atenua a imensa beleza natural do país. Lá encontra-se uma classe média relativamente sustentada e estabilizada na sociedade, com óbvios benefícios para a segurança nas cidades e para a nomalização do quotidiano, que foge às tradicionais notícias de incêndios nos ônibus, arrastões e revoltas nos presídios.
Pese embora algum (nada estranho para um português) desarranjo urbanístico, existe ali real convivência entre o homem e a natureza. A juntar a isto, mantém-se a espantosa generosidade com que o Brasil foi presenteado, desde a costa até ao interior.
Na ilha de Florianópolis, as praias são irresístiveis, muitas de areia fina e branca e água quente, na maior parte das vezes abrigadas por morros cobertos de densa e exuberante vegetação. A praia Mole, a praia da Joaquina (com dunas ideais para a prática do sandboard), a praia Brava e a praia de Jurerê Internacional são destinos obrigatórios, mas muitas outras ficaram por conhecer. No interior da ilha e por detrás das praias, surge a bela lagoa da Conceição, que confere ao local uma geografia e uma paisagem verdadeiramente única.
As pessoas são muito simpáticas e de uma beleza igualmente exótica, fruto da mistura dos ares tropicais com as raízes portuguesas, alemãs e italianas, características do estado de Santa Catarina.
Florianópolis é um destino a voltar, numa parte do Brasil que necessita de ser redescoberta pelos portugueses.

17.1.07

O Brasil que conheci (I)

Do Brasil, apenas conhecia o Rio de Janeiro, incluindo Angra dos Reis e Búzios.
Desta vez aproveitei para rumar mais a sul, tendo como alvo S. Paulo e Florianópolis, a capital do estado de Santa Catarina.
Quem visita a o Rio não pode deixar de ficar deslumbrado com a beleza das praias e dos morros pintados a verde vivo. No entanto, a proximidade entre a opulência desmedida e a pobreza absoluta, espelhada nas favelas que ironicamente vigiam de cima os bairros mais ricos, causa um contraste e uma revolta que impedem que as pessoas possam desfrutar de tamanha beleza natural e, ao mesmo tempo, abstraírem-se do barril pólvora que a cidade constitui.
A verdade é que no Rio há uma ínfima minoria a quem a vida sorri e uma enorme maioria que não esconde o desespero de não poder fugir ao triste destino, desde logo traçado nas vielas e barracas, que não através da milagrosa bola de futebol.
O resultado é uma cidade em guerra civil não declarada, em que os mais afortunados evitam sair da zona das praias, formando comunidades de bairros que acabam por desembocar num certo provincianismo.
Em S. Paulo o panorama apresenta-se um pouco diferente. Ao ser a capital financeira do país, onde se sediam muitas empresas nacionais e multinacionais, existe na cidade paulista uma autêntica e justificada esperança na ascensão social. Quem apostar na sua formação tem reais hipóteses de melhorar de vida e deixar para trás a pobreza.
E isso nota-se, desde logo, na cara das pessoas que frequentam as ruas e os transportes públicos. Encontram-se expressões muito mais concentradas e compenetradas, longe do desânimo. A cidade fervilha e mostra-se muito mais sofisticada que a sua eterna rival carioca. As ruas estão mais povoadas e, com as indicações certas, podem ser frequentadas por qualquer um, sem qualquer tipo de receio.
Para quem deseja fazer turismo puro, o Rio de Janeiro acabará por, irremediavelmente, ter mais interesse. Porém para trabalhar e conhecer o lado mais sofisticado do Brasil, sem dúvida, que S. Paulo é a cidade certa.
Sobre Florianópolis, penso que merece o destaque a solo, na próxima oportunidade.

16.1.07

Blog Status

Amanhã este blogue deve retomar a sua actividade normal. O meu irmão regressa de umas merecidas férias no Brasil.

iPhone iTudo

14.1.07

Corrupção e Justiça

Lembrava São José Almeida no Público (link só para assinantes) de ontem: "Luís Monterroso foi condenado a pena suspensa depois de 17 anos de processo em tribunal. Querem melhor retrato do combate à corrupção em Portugal?"

13.1.07

Taxas moderadoras na saúde

A Psiquiatria é uma especialidade com características particulares, nomeadamente no tipo de pessoas que recorre aos serviços. De facto, os utentes da Psiquiatria podem classificar-se, genericamente em 2 polos. Num dos polos, aquelas que estão efectivamente doentes, por vezes trazidas pelos familiares devido ao facto de não terem iniciativa ou autocrítica suficiente para pedirem ajuda; no outro polo, as pessoas que "querem" estar doentes, que procuram a todo o custo um diagnóstico psiquiátrico, um internamento, uma baixa psiquiátrica a fim de evitar ter que lidar com os problemas ou as responsabilidades do dia a dia. Para este segundo grupo de pessoas, penso que as taxas moderadoras fazem todo o sentido uma vez que constituem uma forma de desincentivar este tipo de comportamento.

Braga, uma escola II

"O administrador da BragaParques Domingos Névoa foi acusado pelo Ministério Público de corrupção activa para a prática de actos ilícitos, no âmbito do processo movido pelas autoridades, após a tentativa de aliciamento ao deputado do Bloco de Esquerda na Câmara de Lisboa, José Sá Fernandes."
"(...) podendo representar um "manual" sobre a prática da corrupção que grassa no nosso país."

10.1.07

Publicidade gratuita

O lançamento do iPhone ocupa hoje metade da capa do Público. A Apple bem que pode agradecer a publicidade grátis do jornal português. O iPod é um excelente produto, mas esmaga a concorrência sobretudo pela grande imagem que tem uma vez que há quem (a Creative, por exemplo) ofereça mais por menos dinheiro. O iPhone é lindissímo mas não é propriamente um conceito revolucionário per si. Qualquer vulgar PDA com telefone é mais versátil que o iPhone mas nunca terá a imagem de marca do produto da Apple.

9.1.07

iPhone


Apple chega ao mercado dos telemóveis.

Janeiro


O planeta não é plano...

8.1.07

Janeiro

7.1.07

Dramas de infância

Hoje desmontámos o pinheiro e guardámos o presépio.

Ficheiros Secretos













Não há paciência para a Scully portuguesa...

Brincadeiras que saem caras


Não é uma originalidade portuguesa, acontece em todos os campeonatos de futebol. O FC Porto resolveu prescindir da melhor equipa, após uma longa paragem no campeonato, para defrontar o Atlético da II divisão e a coisa deu para o torto. Uma competição que ganhámos o ano passado fica já afastada de hipótese de revalidação, é pena. No futebol, os excessos de confiança sempre foram a grande arma das pequenas equipas.

Pérolas brasileiras

Conversa com uma empregada de uma loja, em S. Paulo:

- De onde você é, moço?
- De Portugal.

- Ah é, mas você não tem sotaque, não...
- Estou a tentar falar mais devagar e a aligeirar o sotaque para me compreender melhor...

- É, não parece não, você fala muito bem português!
- !?!?!?!?

5.1.07

Filmes que ficaram

Blogue do não

Volto a dizer que a questão do aborto me suscita inúmeras dúvidas e poucas certezas. Não consigo ter um discurso apaixonado ou convicto sobre se sim ou se não. Mas quando leio os argumentos esgrimidos pelo blogue do não, reparo que essas mesmas razões são incompatíveis com a actual lei.
Gostaria de saber em que condições achariam legítimo abortar. Nenhuma?

Mártires


O futebol português está cheio de mártires do doping. Sempre inocentes, vítimas de efeitos secundários de medicação, erros laboratoriais, constipações mal curadas...
Nuno Assis deve ser mais um. Simão, o capitão, já se associou à via sacra e diz que são estas situações que unem a família benfiquista.
Fica-nos ainda o prazer de poder voltar ouvir o destemido Vieira acolitado por um Sílvio Cervan que promete ser um caso sério do disparate no nosso futebol.

4.1.07

Ordem para falar

João Pinto está, claramente, a ser a vítima de um jogo de forças do qual ele é um mero peão...

3.1.07

Volto já...


Nos próximos quinze dias vou andar pelo Brasil, entre S. Paulo e Florianópolis.
Se conseguir, ainda tentarei contar o que por lá se vai passando, mas o mais provável é que apenas aqui volte quando regressar a Portugal.

Caos nas urgências


Urgência

s. f.,

qualidade do que é urgente;
pressa;
necessidade premente, imediata;
sector de um hospital onde se atendem doentes que necessitam de cuidados médicos imediatos


Penso que já escrevi isto inúmeras vezes mas não me canso de repetir. Quem já trabalhou numa urgência geral (a maioria dos médicos) sabe que existe uma proporção enorme de falsas urgências.
Significa que é necessário educar os portugueses, que não utilizam com racionalidade os serviços de saúde. Lembrar que por cada minuto que se perde numa falsa urgência, alguém que necessita de cuidados urgentes tem que esperar. Por isso, quando se fala em reforma das urgências não se deveria esquecer esta questão.

Aqui deixo alguns motivos de urgência que eu próprio ouvi:
"Vim visitar um familiar e aproveitei para cá vir."
"Como o meu filho teve que vir à urgência de pediatria eu também..."
"Vim ao mercado à cidade e..."
"Receitaram-me isto ontem na urgência e como ainda não estou bem..."
"Vim para saber o sexo do bebé."

2.1.07

Outros horizontes

A tarefa de Maria José Morgado, em "O curioso mundo do futebol", por Francisco José Viegas, no Jornal de Notícias.

A mensagem do Presidente da República, em "A Cenoura e o Bastão", por Paulo Gorjão, no Bloguítica.

1.1.07

Feliz 2007!