17.1.07

O Brasil que conheci (I)

Do Brasil, apenas conhecia o Rio de Janeiro, incluindo Angra dos Reis e Búzios.
Desta vez aproveitei para rumar mais a sul, tendo como alvo S. Paulo e Florianópolis, a capital do estado de Santa Catarina.
Quem visita a o Rio não pode deixar de ficar deslumbrado com a beleza das praias e dos morros pintados a verde vivo. No entanto, a proximidade entre a opulência desmedida e a pobreza absoluta, espelhada nas favelas que ironicamente vigiam de cima os bairros mais ricos, causa um contraste e uma revolta que impedem que as pessoas possam desfrutar de tamanha beleza natural e, ao mesmo tempo, abstraírem-se do barril pólvora que a cidade constitui.
A verdade é que no Rio há uma ínfima minoria a quem a vida sorri e uma enorme maioria que não esconde o desespero de não poder fugir ao triste destino, desde logo traçado nas vielas e barracas, que não através da milagrosa bola de futebol.
O resultado é uma cidade em guerra civil não declarada, em que os mais afortunados evitam sair da zona das praias, formando comunidades de bairros que acabam por desembocar num certo provincianismo.
Em S. Paulo o panorama apresenta-se um pouco diferente. Ao ser a capital financeira do país, onde se sediam muitas empresas nacionais e multinacionais, existe na cidade paulista uma autêntica e justificada esperança na ascensão social. Quem apostar na sua formação tem reais hipóteses de melhorar de vida e deixar para trás a pobreza.
E isso nota-se, desde logo, na cara das pessoas que frequentam as ruas e os transportes públicos. Encontram-se expressões muito mais concentradas e compenetradas, longe do desânimo. A cidade fervilha e mostra-se muito mais sofisticada que a sua eterna rival carioca. As ruas estão mais povoadas e, com as indicações certas, podem ser frequentadas por qualquer um, sem qualquer tipo de receio.
Para quem deseja fazer turismo puro, o Rio de Janeiro acabará por, irremediavelmente, ter mais interesse. Porém para trabalhar e conhecer o lado mais sofisticado do Brasil, sem dúvida, que S. Paulo é a cidade certa.
Sobre Florianópolis, penso que merece o destaque a solo, na próxima oportunidade.

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