O Público
Passadas as primeiras edições e tendo, entretanto, decorrido já algum tempo para efectuar correcções pontuais, a verdade é que o novo Público é uma desilusão.
Tal como sucedeu com outros títulos, a direcção editorial optou basicamente por tornar o jornal mais ligeiro e superficial. Na maior parte das vezes a ideia que fica é que a simples leitura do título quase torna prescindível o corpo da notícia, tal a pobreza e escassez do conteúdo. Acaba-se sempre por ficar com a sensação de que falta ali algo, que se poderia ter ido mais longe no seu aprofundamento.
O caminho escolhido foi o de tentar cativar aquele público que procura o imediatismo e a informação rápida e directa, em detrimento daquele que está disposto em perder um pouco mais de tempo em troca de uma informação mais detalhada e profunda. Ou seja, privilegiou-se a adesão de novos leitores, esquecendo-se aqueles que sempre se mantiveram fiéis.
O grande problema, e como já muitas vezes foi referido, reside no facto de, ao nível do imediatismo e rapidez, o jornal impresso ter muito pouco a acrescentar à Internet ou à televisão. A esse nível a luta é demasiado desigual, com claro prejuízo para o papel. Deste modo, dificilmente se conseguirá seduzir novos leitores optando por essa via.
Além disso, e com a substancial redução de conteúdos, arrisca-se também a perder os leitores mais tradicionais.
P.S. Apesar de tudo, existem pontos positivos. Gosto especialmente da última página, com o pingue pongue entre Helena Matos e Rui Tavares e dos altos e baixos, com a referência às notícias do dia.
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