O regresso do PP
Como já se esperava desde o seu aparente abandono, Paulo Portas anunciou a sua candidatura à liderança do CDS/PP.
Com o habitual ar grave e solene e com a sua preparada pose de Estado, o ex-ministro do Mar apresentou-se como o salvador da oposição, prometendo uma nova vida não só ao partido como ao centro-direita. À boa maneira de Hugo Chávez entregou-se nas mãos do povo, neste caso, dos militantes. O culto da personalidade no seu máximo expoente.
A verdade é que Portas já percorreu todo o espaço à direita do PS, já foi conservador, anti-europeísta, ensaiou nas últimas legislativas uma postura economicamente liberal, contrastando com muitos dos seus actos enquanto ministro, enquanto defendia intransigentemente os valores mais tradicionais da sociedade. Agora chegou a vez do centro-direita, tentando cavalgar a onda de um PSD adormecido e desorientado, nunca refeito da fuga de Barroso e dos tempos de Santana.
Conta para isso com os seus fiéis e subservientes guerrilheiros, os mesmos que nunca deram um minuto de descanso a Ribeiro e Castro, de modo a que a sombra do verdadeiro líder nunca desaparecesse.
Tem contra ele tudo que fez até hoje.
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