Marques Mendes
Não sou, nem nunca fui, especial admirador de Marques Mendes, nem da sua forma de estar na política, apesar de ter achado que fez um bom lugar no governo de Durão Barroso.
No entanto, choca-me que algumas pessoas venham agora dizer que o PSD parece invisível e que o seu líder está muito apagado.
Todos sabemos que esta altura é muito difícil para a oposição, já que o governo dá os primeiros passos e implementa as primeiras medidas, havendo, por isso, a necessidade de se esperar para ver. E apesar de não se poder dizer que o governo de Sócrates ainda vive o seu "estado de graça", parece-me óbvio que ainda goza de muito boa imprensa e que as pessoas ainda estão prontas a lhe dar o benefício da dúvida.
Além disso, a situação do país não se compadece com políticos irresponsáveis, apesar de os haver (desculpem, mas não me sai da cabeça a imagem de Jorge Coelho, aos gritos). Acho por isso até louvável a atitude de Marques Mendes, que tem mostrado um sentido de Estado notável, não ateando fogos inúteis que só agravariam o clima de contestação social. Sentido esse que, já aqui o disse, o PS nunca mostrou enquanto estava na oposição, nem que para isso tivesse depois de se desdizer quando chegou ao poder.
Portugal vive uma situação realmente difícil e só quem não anda nas ruas, não contacta com os empresários e não fala com as classes atingidas é que não se apercebe do clima de crispação que neste momento atravessa a sociedade portuguesa.
Mesmo não se concordando com algumas medidas deve-se ter calma e ponderação e não desencadear guerras fúteis.
Por tudo isto, penso que Marques Mendes tem feito o seu lugar, de líder de oposição, numa democracia que se quer adulta e mais responsável, e não o de líder da contestação. Para isso já nos bastam os Carvalhos da Silva, os Louçãs, os Jerónimos ou os Coelhos (conforme soprem os ventos).
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