A magistratura contra-ataca (adenda)
A primeira medida de retaliação dos magistrados ao anunciado corte nas férias judiciais já se começa a fazer sentir em todos os tribunais. Faça sol ou faça chuva, haja dez ou apenas uma testemunha para ouvir, todas as diligências são suspensas, caso não tenham chegado ao fim, obrigatoriamente, às 17 horas.
Quem acaba por sofrer com isto são os advogados e os cidadãos, que se vêem obrigados a multiplicar as idas ao tribunal e vêem os processos a arrastar-se ainda mais lentamente.
Até se pode compreender as posições dos magistrados, mas a opinião pública dificilmente engolirá o pedido de alguém que pretende, no papel, gozar mais de dois meses de férias.
Valha a verdade que o anunciado contra-ataque, em muitas comarcas, verifica-se unicamente por parte dos funcionários judiciais, que se encontram em anunciada greve de zelo, a partir das 17 horas, impedindo, assim, a continuação da diligência.
Apesar do último parágrafo já ser nesse entido, reafirmo, no entanto, que estou solidário com as manifestações contra o corte nas férias. Não por ser contra o corte em si mesmo, mas porque este só implicaria verdadeiramente um aumento de produtividade se toda a máquina da justiça funcionasse correctamente.
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