15.6.05

Obviamente

Durão Barroso, finalmente, vem defender a opção mais óbvia e sensata, ao apelar para que os Estados Membros da União Europeia suspendam as consultas populares sobre o novo tratado constitucional.
Era incompreensível que o presidente da Comissão Europeia continuasse a insistir nesse processo, fragilizando, sem nenhuma necessidade, a coesão da união e dos estados que a compõem

2 comentários:

Anónimo disse...

Hoje, num "intervalo de recreio", resolvi visitar o blog deste meu grande amigo que é o Rui.
Devo dizer que lí vários comentários dos quais na sua maioria concordei. No entanto, temo que deva deixar duas notas, uma delas contraditória, ao que no intitulado "Obviamente" consta:
1)A propósito do novo tratado constitucional parece-me, na minha humilde opinião, que todo este processo peca por um defeito de timing.Por um lado, a evidência empírica dos resultados franceses e holandeses demonstram que a cultura "organizacional" da Europa ainda não estava preparada para absorver o passo de um tratado constitucional tal como se põe. Por outro lado, e sendo que quem de direito achou que os europeus estariam preparados para tal, a consulta popular deveria ser efectuada em simultâneo em todos os estados membros, dado que o resultado em qualquer estado (principalmente quando se trata de um de peso, como é o caso da França) condiciona o resultado de um outro, como me parece facilmente entendível.
2)Quanto ao apelo de Durão Barroso, absolutamente compreensível da posição em que se encontra, não me merece concordância tão obvia. Ainda que se parta de uma posição frágil e condicionada, creio que todos os europeus devem ser ouvidos a este propósito para que se possam tirar conclusões mais válidas e acertadas. Tanto mais que a U.E. é uma União de estados de direito democráticos.

Pedro C. Azevedo disse...

Muio obrigado pelo apoio.
Quanto ao comentário, penso que o problema do tratado constitucional não está na tanto cultura "organizacional" da europa, mas sim no facto de ninguém ter conseguido explicar convenientemente a sua razão de ser e a sua utilidade na resolução dos problemas da europa e que começam a pôr em causa o tão propalado "modelo social europeu".
No entanto, concordo que, caso fosse possível, que o referendo (nos países em que houvesse) tivesse sido em simultâneo.
Quanto à suspensão dessa consulta popular, não psso deixar de concordar. Apesar de também achar que todos os países devem ser ouvidos de igual maneira, todos sabemos que seria impossível aplicar a constituição Europeia sem a França e Holanda, pelo que continuo a achar que continuar com o processo apenas poderia fragilizar as instituições europeias.
Já não concordo é que se trate de uma mera suspensão, sem mais, não se prevendo qualquer alteração ao tratado ou ao processo da sua implementação.