4.9.05

Candidaturas partidárias ou pessoais?

Relativamente às candidaturas para a Presidência da República, o argumento de que são candidaturas pessoais e supra-partidárias é usado por quase todos os políticos. No entanto, a prática é completamente diferente. Veja-se o caso dos actuais candidatos, um por cada partido de esquerda, que leva o mais ingénuo a por em dúvida a espontaneidade das candidaturas. Será que foi Mário Soares quem, por sua genuína vontade, se lançou em mais uma corrida à Presidência ou terá sido o PS a pressioná-lo em face da ausência de outra figura disponível? No caso do BE e do PCP não persistem quaisquer dúvidas pois são os próprios partidos a assumir claramente que têm um candidato. Curioso é também verificar que estes dois partidos usam as candidaturas presidenciais para fazer oposição ao Governo, lançando para o ar precisamente os argumentos, aliás já gastos, que se ouvem consecutivamente na Assembleia da República. Também é interessante ver que o nome de Cavaco Silva, ainda não candidato, é olhado como uma terrível ameaça da "direita" que tem que ser combatida a todo o custo. Já o PS contenta-se em usar uma falácia pueril: o PSD quer ganhar nas eleições presidenciais aquilo que perdeu nas legislativas, portanto o melhor candidato é Mário Soares. Pelo que se tem visto parece que não podemos esperar muito da discussão política nas eleições presidenciais. Espermos que o candidato da "direita" traga alguma novidade...

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