17.2.06

A origem do mal

Uma das expressões que mais recorrentemente ouvimos e lemos na comunicação social é “administração Bush”. Com a sua utilização pretende-se, quase sempre, realçar que determinada pessoa ou determinado acto não é guiado por um qualquer sentimento anti-americano, mas apenas por uma oposição à actual liderança.
Estou longe de ser um admirador de George W. Bush. No entanto, ouvirmos nos telejornais frases como “Hugo Chávez não perde uma oportunidade para provocar e embaraçar a administração Bush” e outras do género, tendo como sujeitos Fidel Castro, Kim Jong Il, ou Mahmoud Ahmadinejad, mostra-nos a má-fé e o grau de contaminação política e pessoal com que alguns jornalistas elaboram as suas peças.
Essas pessoas e os seus antecessores sempre gastaram grande parte do seu tempo e esforço a provocar e a desafiar os Estados Unidos, fosse qual fosse o seu líder, por considerá-los o símbolo da civilização e cultura que desprezam e combatem a todo a custo.
A unanimidade à volta de Bill Clinton só pode surpreender aqueles que se lembram dos violentos ataques que lhe eram desferidos. Acresce a isso, o injusto esquecimento a que são votados os atentados de 11 de Setembro e o seu peso na modificação de toda a política externa.
Atribuir a culpa de tudo que de mau acontece no mundo à “administração Bush”, além de obviamente redutor, é perigoso, já que cria um aparente consenso que dá falsos argumentos àqueles que não dispensam a violência e a destruição para alcançar os seus fins.

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