29.5.06

Avaliar os professores

A ideia de avançar com a avaliação dos professores por parte dos encarregados de educação é de aplaudir e deve ser incentivada.
É óbvio que não se pode pedir aos pais que avaliem as competências científicas e pedagógicas dos professores dos seus filhos. No entanto, existe informação que os pais podem fornecer e que pode ser útil numa classificação em que se pretende premiar o mérito de cada um.
Aspectos como a disponibilidade para interagir e reunir com os encarregados de educação, capacidade de gerar iniciativas mobilizadoras da comunidade e o próprio interesse pelo percurso escolar de cada aluno podem ser por eles revelados, sem que com isso os professores se possam sentir intimidados ou subjugados.
E mesmo que nessas avaliações surjam tentativas de retaliação por parte de alguns encarregados de educação contra alguns professores, esses casos serão amortizados pela grandeza da amostra. Penso que não é necessário ser um Steven Levitt para chegar a essa conclusão.
Abrir a administração pública ao exterior é o passo certo para a tornar mais eficiente e transparente, e acautelar a boa aplicação dos recursos.

3 comentários:

desculpeqqc disse...

Meu caro senhor,

Após ter lido o seu post, rendi-me e estou completamente em acordo consigo... Se tivéssemos em consideração que a população deste país era constituída por si, por mim e por mais um punhado de civilizados habitantes deste país à beira mar plantado.

Acontece que estamos em Portugal, país onde a realidade nos remete para uma grande mediocridade.

Numa altura em que devemos criticar e analisar a actividade docente, não podemos estar a alimentar essa análise com elementos de análise dúbia, mesmo que estatisticamente essa parcela seja marginal.

Grave não é a avaliação. Grave é chegar-se a conclusão que é necessária, o que nos remete para uma situação insustentável: O que andava a ser feito até aqui?

Pedro C. Azevedo disse...

Um dos grandes problemas da nossa administração pública sempre foi a falta de avaliação e a progressão automática na carreira. Daí que, tal como diz, é óbvio que até aqui pouco ou nada se fez, nessa matéria.
No entanto, penso que ideia de não se avançar para uma avaliação por acharmos que ela poderá ser dúbia e demasiado subjectiva, poderá ser paralisante.
Toda a avaliação é dúbia e subjectiva. É impossível avaliar alguém de forma totalmente objectiva e justa. E a única forma de nos conseguirmos aproximar dessa avaliação ideal é inserirmos o maior número possível de parâmetros e campos de avaliação.

desculpeqqc disse...

Ok, compreendo e até estou em parte de acordo.
Não conheço a fundo a matéria e tal como diz há muitos outros parâmetros.
Estaremos cá para ver a ponderação dada a cada um.
Agora, acho que sim, que toda a função pública terá de ser avaliada.