Campeões morais...
Lamentável. É a palavra mais simpática que se pode usar para classificar a recepção ontem feita à selecção de futebol. Foi, sem dúvida, uma encenação muito bem montada, com a complacência da comunicação social, que pretendeu criar um estado de êxtase delirante relativamente aos jogadores e ao seleccionador. Tudo foi perfeito, a começar pelos bonitos jactos de água verde e vermelha lançados para cima do avião, revestindo os heróis nacionais de honra e glória, e a acabar com a presença de Roberto Leal, metáfora decandente da ligação entre Portugal e Brasil, que constituiu uma espécie de homenagem a Scolari, brasileiro que adoptou "A Portuguesa" como hino. Apesar de ter sido uma campanha muito positiva, e isso ninguém pode negar, todo este espectáculo não conseguiu esconder a desilusão e a frustração que marcaram os últimos dias do campeonato. Em pouco tempo, duas derrotas consecutivas impediram o acesso à final e empurraram a equipa para último no campeonato dos quatro primeiros, atrás do resultado dos "magriços". É evidente que o regresso da selecção ao país pode constituir motivo de festa e homenagem aos jogadores, pois o resultado obtido dignifica, em muito, o nosso país. Só que a incontinência emotiva a que assistimos ontem parece não coincidir com o travo amargo que ficou dos últimos jogos...
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