O ataque ao Abrupto
Tem sido estranha a apatia da blogosfera relativamente aos ataques informáticos de quem tem sido alvo o Abrupto, de José Pacheco Pereira.
Num espaço que (aparentemente) tanto preza a liberdade, a indiferença com que muitos têm assistido à difícil vivência do Abrupto nos últimos tempos causa perplexidade. Ou talvez não.
A verdade é que a blogosfera, mesmo com a existência de blogues colectivos, é essencialmente um espaço individual onde cada um dá a sua opinião sobre determinado assunto ou revela especiais conhecimentos em determinada área, com o objectivo máximo de não só ser lido como também ser seguido, apoiado e elogiado, através do obrigatório link, fazendo do Technorati um instrumento indispensável.
Esse individualismo traz ao de cima, inevitavelmente, a vaidade de cada um e a aspiração (natural) de ter os textos mais lidos, comentados e linkados.
É neste aspecto que Pacheco Pereira é culpado e olhado de soslaio por muitos ilustres bloggers, e não só, da nossa praça. Ao ser, acima de tudo, um homem que sempre diz e escreve o que pensa e tendo muitas vezes razão, era óbvio que o seu blogue, um dos fundadores da blogosfera portuguesa, seria uma das referências deste espaço, adquirindo, como disse anteriormente, um carácter quase institucional.
Tal facto trouxe-lhe o ódio (não julgo a palavra demasiado forte) e inveja de muitos, quer políticos, quer bloggers, quer meros observadores ou comentadores, que sempre acharam o seu carácter livre, destemido e arrojado demasiado incómodo, tornando-o num alvo apetecível para a pirataria informática, logo que fosse descoberta alguma falha no sistema.
Sendo a blogosfera um espaço livre e sem regras, ao ver o Abrupto ser cobardemente silenciado, muitos pensam que se trata de um castigo providencial (venha ele donde vier), merecido e que talvez possa servir de lição ao seu autor. Além de ser um dos seus principais concorrentes que está em dificuldades, é aquele que certamente mais desejariam que as sofre.
Da minha parte, espero que o Abrupto consiga ultrapassar definitivamente os ataques e o cobarde pirata seja identificado e castigado exemplarmente.
Uma última referência para a oportuna homenagem do A Fonte ao Abrupto.
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