Orientadores de estágio
No último fim-de-semana, a comunicação social anunciou que o Ministério da Educação se preparava para deixar de pagar incentivos aos professores que orientassem os estágios dos seus futuros colegas.
Na globalidade, e já aqui o escrevi, tenho concordado com a política da ministra da Educação. A actuação de Maria de Lurdes Rodrigues tem-se pautado pela intenção de premiar o mérito e o esforço e de acabar com a acomodação e facilistismo que, ao longo dos anos, se foi instalando no ensino público português.
No entanto, esta medida contraria totalmente esses princípios. Parece-me óbvio que um professor que orienta o estágio de outros deve ser pago por isso, uma vez que se vê obrigado a despender mais tempo e empenho do que os seus colegas que se limitam às suas funções originais.
Argumentar-se que é a lei que o obriga, ao proibir o pagamento de qualquer salário aos estagiários, é totalmente absurdo, uma vez que os papéis são completamente distintos. Enquanto os orientadores estão a prestar um serviço ao Estado, ajudando na formação de novos professores, os estagiários encontram-se no seu processo de formação, valorizando-se e adquirindo competências para entrar no mercado de trabalho.
À primeira vista, esta decisão parece uma mero corte cego, apenas motivada por razões orçamentais.
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