20.12.06

Televisão no quarto

Ter televisão no quarto sempre foi um dos luxos que fui adiando ao longo dos anos.
Primeiro, em nome do meu aproveitamento escolar, uma vez que a minha capacidade de concentração já viajava o suficiente ao sabor das efémeras paixões adolescentes, dos jogos de futebol que tinham ido e haviam de vir e de tudo o que poderia fazer quando soltasse as amarras desse flagelo que era a época de exames.
Depois, porque sempre encarei o meu quarto como o último refúgio, o sítio onde poderia estar só, sossegado, londe de tudo, a rir, a chorar, a ler, a pensar, a reflectir, a desfazer intenções e a traçar planos. Era um mundo só meu ao qual a televisão poderia trazer demasiado ruído e distração, acabando por descaracterizá-lo.
No início deste Verão, já sem grandes estudos para realizar em casa, decidi-me a dar esse passo e comprei uma televisão que, com o seu ecrã LCD, trouxe óbvios benefícios decorativos ao espaço.
Até agora tudo tem decorrido com a normalidade desejada, já que vejo programas que já não me conseguiriam manter no sofá e acordo a saber as últimas do mundo.
No entanto, existe um senão. É que quando a televisão está desligada e eu acordado, aparece-me um enorme e vigilante quadro negro à frente, o que acaba por me obrigar a tê-la sempre ligada, nem que seja sem som.

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