6.7.06

Ao sexto jogo - o fim

Acabou o Mundial para os portugueses. O que falta é o jogo que ninguém quer jogar, do qual raros se lembram e que poucos vêem.
Fazendo o inevitável balanço, foi uma prestação honrosa da nossa selecção, que levou-nos a sonhar com algo grandioso, mas que, perdoem-me as habituais carpideiras, acabou no máximo das nossas forças, em que apenas e tão só o futebol nos impediu de chegar mais longe.
No jogo contra os franceses nunca me pareceu verdadeiramente que os pudéssemos vencer, com excepção, talvez, do primeiro quarto de hora. No resto, a França controlou sempre o jogo, magistralmente guiada pela inteligência e os pés de veludo de Zidane, o melhor futebolista que o planeta viu jogar desde Maradona.
Mais uma vez sem Deco e com Makelele e Vieira a controlar as operações no meio, os portugueses tentaram sempre fugir para os flancos, mas para esse caminho levar a algum lado era necessário que Portugal tivesse algo mais do que Pauleta, um jogador simpático, humilde, esforçado, mas muito longe de ser o grande ponta de lança que a imprensa nos quer impingir à custa dos seus fantásticos recordes contra o Kuwait, Luxemburgo e outros que tais. Thuram agradeceu e apenas Barthez nos fez sonhar.
Os melhores foram Meira, que fez uma ponta final de campeonato de alto nível, Maniche, sem dúvida, um jogador para todos os jogos, e C. Ronaldo, que mostrou que o talento só sorri a quem Deus quer e, desta vez, com o aliciante de ter visto que havia mais nove a jogar com uma camisola igual à dele.
Quanto a Scolari e pese embora as discordâncias, há que lhe agradecer até onde nos levou, mas revelou, uma vez mais, a dificuldade que tem em alterar o rumo de jogo desde o banco.
E, como quase sempre, acabo a torcer pela Itália, mas se Zizou se despedir como merece também não irei chorar.

2 comentários:

Mário Almeida disse...

"Mais uma vez sem Deco"

Ironia ?

Pedro C. Azevedo disse...

No jogo com a França, de Deco só a camisola...