17.12.04

Porto cidade

Pinto da Costa afirmou que está disposto a enfrentar Rui Rio, não dizendo de que maneira, mas também não afastando uma possível candidatura.
Apesar de ser portista, devo dizer que gosto de Rui Rio, apesar de, por vezes, demonstrar alguma inabilidade política. A sua frontalidade e verticalidade fazem falta a um poder político e (principalmente) autárquico demasiado vulnerável a interesses pessoais.
Será que Pinto da Costa tem mesmo um projecto para cidade, ou apenas quer lá voltar a ver os seus amigos, ou mesmo ele próprio, para melhor conseguir (não) enfrentar a justiça?...

1 comentário:

Joaquim Cerejeira disse...

Também eu aprecio a postura de Rui Rio enquanto político e enquanto Presidente da Câmara do Porto. Aliás, penso mesmo que é uma das figuras mais credíveis e competentes que o PSD apresenta. Ao entrar para a Câmara do Porto pôs em causa estatutos adquiridos durante a administração socialista da autarquia e, abdicando de uma posição cómoda, defendeu corajosamente a clara separação dos interesses da Cidade e do Futebol, que em muitas situações são idênticos mas noutras são opostos. Isto em profundo contraste com o seu colega de Gaia que, sempre que pode, se cola a dirigentes desportivos e oferece aos clubes benefícios de retorno duvidoso para a autarquia mas não para a sua popularidade, numa atitude de oportunismo que, em minha opinião, representa o que há de mais deplorável na política portuguesa, só igualado por Fátima Felgueiras e por Avelino Ferreira Torres.
A concepção de Rui Rio sobre a separação entre política e futebol parece-me totalmente aceitável e necessária. O que considero excessivo nas declarações do autarca é a referência directa a casos concretos de condenações de dirigentes desportivos, o que mostra que Rui Rio sempre considerou Pinto da Costa como uma personagem corrupta com condenação certa. Isto põe em causa a sua independência enquanto Presidente da Câmara pois tornou-se claro que a relação entre Câmara e Clube se baseou numa relação de ódio pessoal e não em critérios meramente institucionais, como Rui Rio sempre apregoou.
Portanto, a concepção legítima de Rui Rio foi levada à prática por critérios de legitimidade duvidosa, não se sabendo se o resultado desta luta trouxe mais benefícios do que prejuízos à Cidade.