15.3.05

Crise psicológica + Crise de direcção

O enfoque que eu fiz na componente psicológica que afecta o FC Porto não significa que não esteja totalmente de acordo com o Horácio e Pedro Azevedo. De facto, eu próprio já tinha feito referência, em Janeiro, à doença degenerativa que afectava a direcção do clube. Mas a minha última análise diz respeito ao que se tem passado concretamente dentro das 4 linhas durante os jogos. O desempenho dos jogadores do FC Porto não tem correspondido à sua verdadeira qualidade e digo isto não dos atletas desconhecidos que entraram recentemente no clube mas sim dos que nós tão bem conhecemos nas últimas épocas. Derlei e Carlos Alberto são exemplos de jogadores que durante esta época nunca se conseguiram impor, acabando por ser dispensados (mal, apesar de tudo). Costinha e Maniche também não conseguem manter o nível das exibições de outros tempos. Não consigo encontrar 1 único exemplo de alguém que se tenha revelado esta época. O desempenho de um jogador em campo depende muito da sua motivação e disciplina. A orientação táctica é, precisamente, o método pelo qual o treinador motiva um jogador atribuindo-lhe uma tarefa específica, e explicando-lhe quais os benefícios que o desempenho dessa tarefa traz para o grupo. O jogador assim orientado percebe que o seu esforço tem resultados concretos. O que se tem passado no FC Porto é uma falta de orientação dentro de campo: cada jogador faz o melhor que pode, esforça-se ao máximo em jogadas individuais, mas não vê resultados do seu trabalho pois o grupo está desorganizado. Ao fim de alguns jogos, começam a surgir sentimentos de desânimo: já não vale a pena correr porque os colegas não vão compreender a jogada. A falta de confiança instala-se quando surgem acusações vindas dos próprios colegas (de individualismo, desacerto, aselhice). É esta componente psicológica de grupo que eu quis analisar. Nunca duvidei da responsabilidade da direcção do clube na actual situação.

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