Licença para matar
Da leitura do meu post Novo Código poderá resultar uma ideia errada acerca da minha posição sobre a condução verdadeiramente assassina dos portugueses.
Naquele texto apenas tentei exprimir a minha discordância sobre algumas medidas do novo Código da Estrada e, consequentemente, sobre a fúria legislativa do nosso país, e que é própria dos países menos desenvolvidos.
Quem for jurista apercebe-se, facilmente, que são os países menos desenvolvidos que dispõem de leis mais modernas, em que tudo está previsto e devidamente sancionado. O maior problema, e que praticamente os imobiliza, é a sua aplicação.
E Portugal não foge à regra. A meu ver, o grande drama que atravessa as nossas estradas deve-se, sem dúvida, à falta de civismo dos portugueses. O carro, nas mãos de muitos, mesmo devidamente encartados, é uma arma que utilizam para esconder as suas frustrações e ressabiamentos. Daí, provavelmente, o porquê de os portugueses se endividarem até aos ossos para ter um bom carro, nem que para isso vivam numa cabana.
A juntar a isto, tal como o Joaquim referiu, está a falta de fiscalização nas estradas ou, quando a há, a sua fiscalização defeituosa. A polícia prefere a caça à multa, às medidas preventivas e fomentadores de civismo e tolerância social. É muito mais confortável conduzir uma viatura de polícia, ou montar um radar, numa auto-estrada perfeitamente segura, bem delineada e devidamente sinalizada, do que colocar-se à chuva ,numa estrada nacional sinuosa, que atravessa povoações e em que mal se vislumbram os traçados do piso.
De que serve uma coima elevada, se quem a deve não tiver como pagar? De que serve uma lei perfeita e completa, se não houver ninguém para aplicá-la? ou se se fechar os olhos aos seus atropelos? De que serve uma lei, se os seus cidadãos não a cumprem reiteradamente? Põe-se um polícia como passageiro em cada carro?
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