24.3.05

Limitação de mandatos

No meio do seu frenesim demagógico e propangandístico, Jorge Coelho, ontem, no Quadratura do Círculo, anunciou uma medida indispensável para a democracia portuguesa: a limitação dos mandatos dos cargos executivos, nomeadamente, o cargo de presidente de câmara.
É, sem dúvida, uma decisão muito importante e que muito puderá benfeciar o país, livrando-o dos parasitas autárquicos que se alimentam, a si e ao seu círculo de relações (muitas vezes criando autênticas fortunas), de negócios obscuros, escondidos por detrás da capa do interesse público, do combate ao centralismo e das populações que deveriam servir.
Poder-se-á argumentar que quem é obrigado a sair terá sempre a hipótese de lançar um delfim devidamente preparado e ensinado.No entanto, nunca será igual a estar lá o próprio. Além do mais, esse delfim não terá o mesmo tempo para criar as raízes sufocantes e estranguladoras que o seu antecessor conseguiu criar, pois também ele terá o seu mandato limitado.
Ningúm duvide que Portugal é um país excessivamente centralizado, mas, em grande medida, isso acontece porque a sua administração local é corrupta e incompetente, impedindo-a de ter o peso e a voz que deveria ter.
Como não há bela sem senão, Jorge Coelho anunciou um período de transição, sem precisar quanto tempo esse mesmo período iria durar. É o tal problema dos direitos adquiridos, sem o qual nenhuma reforma consegue avançar neste país.

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