Depois da tempestade...
Depois de uma das mais conturbadas épocas do nossa jovem democracia, o país vive num inacreditável, mas saboroso período de acalmia. Muitos se interrogam o porquê dessa acalmia. É fácil, desapareceram os alvos para atacar, para achincalhar, para culpar e tecer críticas. Olha-se para o horizonte, e não se vê ninguém na linha de tiro.
Sócrates, após ter ganho as eleições de forma esmagadora, recolheu-se a si e a toda a sua equipa, retomando o saudável hábito de Cavaco silva de não escolher nomes em conjunto com a comunicação social e em horário de prime time televisivo. Como alguém já disse, o Largo do Rato transformou-se num bunker, de onde pouco transpira cá para fora.
Santana Lopes, apesar de num primeiro momento ainda ter prometido luta, afastou-se da liderança do PSD, dando espaço para que o partido se reúna e reflicta qual o melhor caminho para os próximos 4 anos de travessia no deserto.
Paulo Portas, também ferido de morte pelas últimas eleições, também se demitiu e deixou, por momentos, o palco político, lançando o vazio no PP, que não consegue convencer ninguém a pegar nele e levá-lo para uma das legislaturas mais difíceis da sua história.
Jerónimo de Sousa, provavelmente, ainda se encontra a tentar curar a sua afonia, para que consiga sobrepôr a sua voz à de Francisco Louçã, no parlamento.
Louçã, como não tem o parlamento aberto, não pode reclamar aos seus amigos jornalistas que se aprove uma qualquer das suas liberalizações.
Não temos governo, não temos parlamento, não temos oposição, logo as coisas têm que funcionar normalmente, sem que ninguém se possa queixar.
P.S. O Público ainda tentou hoje um tiro no seu alvo preferido, mas já não tem piada...
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