14.10.06

Nações Unidas

Nos últimos tempos, têm-se sucedido vários episódios que vêm por em causa o estatuto da ONU como entidade supra-nacional reguladora da segurança e das relações internacionais. Já para não falar na intervenção militar do Iraque, feita à margem das Nações Unidas, tem-se assistido a uma falta de firmeza e de capacidade desta organização para por fim a situações intoleráveis, como a situação calamitosa no Darfur e, mais recentemente, nos testes nucleares do regime totalitário da Coreia do Norte. A ONU tem sido utilizada fundamentalmente como um travão, à custa do direito de veto dos membros permanentes do Conselho de Segurança, que é utilizado alternadamente pelos diversos países. A ideia que a ONU nos transmite é de uma organização não representativa onde os Estados poderosos decidem, consoante os seus interesses específicos, o destino dos povos. Não há, portanto, uma verdadeira entidade supra-nacional e independente com princípios claros de actuação mas sim uma organização que, sob a designação de "diplomacia", é usada para troca mútua de favores e interesses. Assim, uma decisão tomada "no âmbito nas Nações Unidas" será aquela que cumprir esse objectivo, o de satisfazer os membros permanentes do CS, ainda que não seja minimamente eficaz na resolução do problema.

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