30.1.05

Mourinho n'A Bola II

— Se acha que já tem Portugal do seu lado, qual o aliciante de ser seleccionador português?
— Quero trabalhar para eles, quero fazer algo que seja para todos, quero contribuir para que sejam, um dia, um pouquinho mais felizes. O meu pai foi um óptimo guarda-redes, tapado na Selecção portuguesa por outros óptimos guarda-redes, foi internacional uma única vez aos 35 anos, aquele Portugal-Irlanda fez com que a sua carreira, que já durava havia 17 anos, ganhasse mais projecção e fizesse claramente sentido. Um grande treinador de futebol, como eu sou, e um treinador marcante e histórico para o futebol português, como eu sou, tem de treinar, um dia, a Selecção portuguesa. Tal como o meu pai, a minha carreira de treinador só fará completo sentido quando, daqui a uns aninhos, tiver oportunidade de treinar a Selecção.
— Sente-se um cidadão ao nível da projecção internacional que tiveram, por exemplo, Amália Rodrigues, Eusébio ou José Saramago?
— A Amália e o Eusébio foram amados pelo seu país. Tiveram extraordinário reconhecimento internacional mas foram, sobretudo, amados por todo o Portugal, do Minho ao Algarve. Se me perguntarem quem são os cinco portugueses mais conhecidos no Mundo, eu acho que sou um deles. Fiz um contrato publicitário com a American Express, no qual, para meu espanto, vou ser a imagem da marca na Europa e na Ásia. E eu perguntei-lhes: na Ásia? Porquê na Ásia? A resposta foi clara: porque na Ásia você tem exactamente o mesmo significado que tem na Europa. Por isso, digo: quem são os cinco portugueses mais conhecidos no Mundo? Devo lá estar eu, o Eusébio, o Figo...

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