Tiro no pé
Ao convidar Pôncio Monteiro para a lista de candidatos do Porto, Santana Lopes pretendia, de forma hábil, refrear o clima de guerra aberta entre o FCP e o PSD (na pessoa de Rui Rio), passando a contar nas suas fileiras, e em posição de destaque, com uma figura próxima de Pinto da Costa. O que Santana não previa, mostrando indelevelmente a sua falta de tacto político, era que Pôncio continuasse a ser o que sempre foi: um adepto do FCP, crítico de Rui Rio e independente da política, expressando abertamente as suas opiniões mesmo que incovenientes para o partido. É claro que não é aceitável que um candidato a deputado fale publicamente contra o número 2 do seu partido, e Pôncio ao aceitar o convite deveria assumir alguma reserva. Mas, para quem ouve os comentários de Pôncio Monteiro há já vários anos, não era difícil prever o que acabou por acontecer.
Quem sai chamuscado de mais este triste episódio é, claramente, Santana Lopes que vê cair por terra uma aposta em que se empenhou pessoalmente e cujo resultado foi precisamente o oposto daquilo que pretendia. O forte aliado que o PSD pretendia ter no FCP é, agora e desgraçadamente, o seu primeiro crítico.
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