Um mar contra Rio
Não há dúvida que Rui Rio deve mesmo ter algo de especial. E cada vez mais me inclino para que seja algo de muito bom. Se não, repare-se.
O ódio das ditas "forças vivas" da cidade do Porto é tal que estão dispostos a formar um movimento cívico para o combater. Nada de estranho, num país civilizado e com cultura democrática. Estranhíssimo, num país em que o poder autárquico é quase sempre medíocre e incompetente, sensível a interesses pessoais e poderes instalados, e em nenhum caso se observou algo parecido.
Ao contrário de outros, Rui Rio não tem ligações ao lobby da construção civil, preferindo recuperar o centro histórico, em vez de fazer novas urbanizações, triplicando o índice de construção permitido no P.D.M., e conceder benesses aos seus empresários amigos, deixando-os construir grandes superfícies comerciais, mesmo que, anos depois, estas venham a ser julgadas ilegais (quando já nada há a fazer).
Mesmo o argumento de oposição ao F.C. Porto não convence. Eu sou portista e a verdade é que, desde que Rui Rio chegou ao poder, assisti a vitórias que todos julgavam ser impossíveis, incluindo os próprios dirigentes. Com a tremenda oposição de Rui Rio, e mesmo sem os preciosos conselhos tácticos de Fernando Gomes ou Nuno Cardoso, o F.C. Porto venceu uma Liga dos Campeões, uma Taça Uefa, uma Taça Intercontinental, dois Campeonatos e uma Taça de Portugal, entre outros. Talvez os prejuízos sejam outros, e não propriamente na instituição...
Pelo menos por isto, e apesar de alguma inabilidade política de que Rui Rio por vezes padece, se vivesse no Porto, não hesitaria em dar-lhe o meu voto. Parece-me ser uma figura demasiado transparente, numa altura tão obscura da política portuguesa, para nos podermos dar ao luxo de o dispensar.
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