Cavaco Silva
Não há muito mais a dizer sobre o próximo Presidente de Portugal. A sua eleição é totalmente merecida e justa, ainda para mais quando foi o único candidato a apresentar-se pela positiva a estas eleições, afirmando os seus méritos e divulgando as suas ideias. Ao contrário, todas as outras candidaturas foram originadas pela tentativa desesperada de evitar, a todo o custo, a eleição do "candidato da direita".
As características que tantas vezes são apontadas como os defeitos de Cavaco, como a sua rigidez e falta de espontaneidade, são precisamente a garantia que o seu mandato será pautado pela estabilidade e exigência. Assim, o desempenho de Cavaco não dependerá tanto dos circunstacialismos do momento, nem de manobras políticas, mas estará subjugado a um rumo estratégico de longo prazo que deverá conhecer poucas oscilações. Nesse particular, penso que devem estar descansados todos os que temem a confrontação com o Governo.
Quanto à dimensão da vitória de Cavaco Silva, esta foi realmente inferior à de outros presidentes que obtiveram percentagens bem acima dos 50%. Porém, não se pode ignorar, e fazê-lo seria pouco sério, que Cavaco enfrentou 5 candidatos à sua esquerda, o que nestas condições é um resultado inédito para uma primeira volta. Nem será preciso referir, para avaliar a verdadeira natureza da vitória, que o segundo mais votado ficou a 30 pontos de distância.
A não eleição de Cavaco Silva seria grave, não pela derrota em si, mas porque significaria a vitória de um anti-candidato.
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