16.1.06

Um contra todos

A recusa de Cavaco Silva em participar num debate a seis já era esperada e óbvia. Só se Cavaco fosse masoquista é que aceitaria participar num debate com mais cinco candidatos em que o único objectivo destes seria, não lançar ideias e objectivos políticos, mas destruir e atacar a sua candidatura e a sua imagem.
Depois do exemplo protagonizado por Mário Soares, Cavaco pode perfeitamente vislumbrar o que o esperaria e tem todos os argumentos para rejeitar este debate.
A já fastidiosa campanha que nos tem sido apresentada pelos candidatos declarados da esquerda, com excepção de Garcia Pereira, que entrou mais tarde, tem sido muito clara nesse sentido.
A partir do momento em que Cavaco se sentasse à mesa seria bombardeado por todos os outros candidatos, que nele centrariam todos os seus esforços e investidas. Seria, portanto, uma luta desigual, em que o ex-primeiro-ministro só teria a perder e nada a ganhar, já que no meio do previsível assalto, Cavaco não teria qualquer oportunidade para lançar ideias e projectos.
Tal sempre acontece nos casos em que um dos candidatos surge de forma tão destacada na frente. Mas mais ainda nestas eleições, em que a figura de Cavaco Silva assumiu um carácter quase obsessivo por parte dos outros candidatos, que desde sempre se centraram nele para justificar a sua própria actuação.
Em minha opinião, acho que Cavaco Silva fez muito bem em recusar este inútil exercício de auto-flagelação.

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