18.2.05

O meu balanço da campanha II

Em relação a Sócrates, não vi nele o líder que alguns apregoam e o país precisava. Têm razão aqueles que o comparam a um robô, previamente programado. Não foi capaz de um golpe de asa, de um acto espontâneo que levasse as pessoas a acreditar nele. Não parece minimamente convicto do que diz e procurou não se comprometer com nada, dando a ideia de não dominar os assuntos de que falava. É demasiado cinzento e falta-lhe carisma. E a verdade é que se prepara para nos voltar a presentear com a velha "tralha guterrsita".
E se vai reagir com o já conhecido "ridículo" quando for interpelado como primeiro-ministro, rapidamente sairá das boas-graças dos jornalistas. Vai ser primeiro-ministro porque concorre contra Santana e a maioria absoluta será uma dádiva que nada fez por merecer.

Francisco Louçã parece cada vez mais aqueles líderes evangelistas. É o dono da moral, da razão e da seriedade. É o único fiel aos seus eleitores e que nunca errou na vida. É verdade que estuda os dossiers e que até dá vida ao parlamento, mas o seu ar superior não se coaduna com os ideais que estão por detrás do seu partido.
Aquele caso da isenção à banca que apresentou no debate (que devia vir em todos os manuais de boa demagogia) foi o exemplo do quão baixo pode descer, utilizando todos os truques e expedientes para aparecer com o seu ar iluminado.
Irrita a protecção que lhe é feita. Cometeu gaffes tão ou mais graves do que as de Santana (a legitimidade de gerar vida e a isenção fiscal), mas tudo é amortecido por uma imprensa que não poupa esforços na ajuda à subida eleitoral do BE.

(continua)

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