O meu balanço da campanha III
Paulo Portas também acabou por sair beneficiado da vontade em afastar Santana do poder. Não há dúvida que fez um bom trabalho à frente do Minitério da Defesa, mas quem o ouvisse julgava que tinha sido esse o único ministério do PP e que tudo de bom foi da sua responsabilidade.
Durante a campanha ninguém lhe lembrou a nódoa na justiça que foi Celeste Cardona.
Portas é também um líder que aposta forte na demagogia, falando muitas vezes para franjas de elitorado que sabe que lhe podem dar votos significativos, num universo eleitoral pequeno, como fez com os ex-combatentes. Aliás, viu-se como no debate a cinco fugiu do tema da segurança social como o diabo da cruz.
Foi ele, e os seus ministros, quem, acima de todos, misturaram os cargos no governo com a campanha partidária, mas disso quase ninguém falou.
Quanto a Jerónimo de Sousa, poucas vezes se terá visto tantos elogios a um politico por não fazer passar a sua mensagem, limitando-se a sorrir e a apertar mãos. O líder do PCP não apareceu na campanha eleitoral, limitando-se a gerir a sua imagem.
Sempre que apareceu em debates foi devorado pelo opositor, e foi salvo (em minha opinião) pela sua afonia no debate a cinco.
É verdade que conseguiu afastar aquela imagem antipática e truculenta, mas isso não justifica tanto elogio. É a prova que as baixas expectativas podem favorecer um candidato, pois sempre que falava repetia a velha ladaínha comunista e os seus ultrapassados dogmas.
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