21.2.05

Vencidos

PSD - Foi, sem dúvida, o grande derrotado das eleições. Os portugueses penalizaram os governos de Durão Barroso e Santana Lopes. Terá, agora, de saber revitalizar-se, procurando no seu interior, mas também fora dele, soluções para a crise. Não pode cair na tentação de encontrar respostas fáceis e indolores. É a altura de se voltar a assumir como o partido reformador de referência da democracia portuguesa.

Santana Lopes - Outro grande derrotado das eleições. é um homem só, dentro e fora do partido. Não consegue encontrar à sua volta pontos de sustentação ou de apoio realmente credíveis. Aqueles que o rodeiam primam pela mediocridade e pela lógica dos interesses pessoais. Levou o PSD a um dos piores resultados de sempre. Não é o único culpado, mas é um dos maiores. Não só não trouxe qualquer valor acrescentado, como ainda afundou mais o partido. Incompreensível, a sua atitude kamikaze, procurando incendiar e lançar o caos em todo o partido.

PP - Chegou-se a pensar que iria escapar à hecatombe do governo que sai. Foi notório o esforço de Portas em tentar capitalizar para si o lado mais positivo da governação. Mas a verdade é que também caiu. Apesar de não ter descido aos níveis de tempos não muito longínquos, fica numa posição incómoda, num parlamento em que, com a relação de forças existente, vai ter muita dificuldade em se fazer ouvir.

Paulo Portas - A derrota é maior porque dramatizou e pessoalizou demasiadamente a campanha, na sua recta final. Foi ele quem lançou como obrigatória a fasquia dos 10% e a posição de 3ª força política. Foi ambicioso e isso acabou por penalizá-lo pessoalmente. Ao contrário de Santana, teve dignidade na derrota, fazendo um discurso de demissão ao seu melhor nível, recheado de emoção, drama e teatralidade. Ainda não me convenci do seu verdadeiro afastamento, podendo estar em marcha mais um golpe de teatro.

Durão Barroso - Ao aceitar o cargo de presidente da Comissão Europeia, lançou-se numa fascinante e prestigiante aventura pessoal, mas lançou também o país e o seu partido para uma crise profunda. A solução que encontrou para a sua substituição foi ruinosa e, cada vez mais, incompreensível. Melhor que ninguém, ele deveria conhecer Santana e aqueles que o rodeavam. É outro que foi fortemente penalizado nas eleições de ontem, mas, sorte sua, está demasiado longe, para que se sinta verdadeiramente afectado.

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